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Logística

- Publicada em 27 de Maio de 2020 às 23:52

Avança regularização de área do Porto Seco em Porto Alegre

Complexo em Porto Alegre reúne 41 empresas do setor de transporte e logística

Complexo em Porto Alegre reúne 41 empresas do setor de transporte e logística


VITOR F KALSING/IMAGEM AÉREA RS/DIVULGAÇÃO/JC
Imprescindível para a economia, o setor de transporte e logística não parou com a pandemia do coronavírus. Mas também sentiu os efeitos, com queda nos negócios - a maioria das empresas do segmento está operando com 40% do seu faturamento normal.
Imprescindível para a economia, o setor de transporte e logística não parou com a pandemia do coronavírus. Mas também sentiu os efeitos, com queda nos negócios - a maioria das empresas do segmento está operando com 40% do seu faturamento normal.
Na Zona Norte de Porto Alegre, a referência é o Centro Empresarial do Porto Seco, onde estão instaladas 41 empresas, em uma área estratégica, com 957 mil metros quadrados, próxima ao aeroporto Salgado Filho, à Fiergs e às rodovias BR-290 e BR-116.
Apesar do cenário adverso atual, as empresas projetavam ampliação das operações no início do ano, o que foi adiado em função da crise do coronavírus. O projeto está mantido, foi apenas postergado.
Um passo importante foi a regularização do local, no dia 3 de março. Após 28 anos em situação irregular, o complexo ganha novas perspectivas com a oficialização de uma lei municipal - sancionada pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior e aprovada por unanimidade na Câmara Municipal -, que acaba com a destinação de áreas públicas específicas e permite emitir matrículas de terrenos onde estão instaladas empresas já em operação.
A medida é celebrada como uma conquista pelo presidente do Centro Empresarial do Porto Seco, Delmar Albarello, que vê um novo momento para o hub de logística da Capital. As empresas estão trabalhando na questão burocrática da regularização, o que deve permitir, quando a situação se normalizar, que investimentos na ampliação das operações sejam feitas no local.
"Estamos em um processo, agora, de conseguir as escrituras dos terrenos. Também estamos negociando algumas áreas que a prefeitura irá colocar à venda para ampliar as empresas aqui no complexo", informa Albarello.
De acordo com o empresário, que também é CEO do Grupo Troca, as empresas instaladas no complexo já empregam 3,5 mil funcionários diretos. "A nossa ideia é dobrar (a estrutura), porém isso demanda tempo, demanda investimento, travado pelo coronavírus", explica.
Albarello projeta que o avanço das obras de ampliação do aeroporto internacional de Porto Alegre, tocadas pela concessionária Fraport, e a volta da estabilidade econômica ao País após a crise do coronavírus, o fluxo de cargas poderá ser ampliado três a quatro vezes mais do que se registrava antes do início da pandemia da Covid-19.
"Entendo que o complexo pode ser um grande parceiro com empresas prestadoras de serviços para o aeroporto e para a Fraport", avalia Albarello. O empresário projeta, ainda, a atração de novas companhias para o Porto Seco no futuro.
"O complexo estava há 12 anos sem nenhum investimento. E a administração do centro empresarial foi trabalhando com a prefeitura (na regularização da área)", observa o presidente da entidade. "Agora, os trâmites burocráticos estão andando, estão saindo as escrituras, e vamos regularizar todos os terrenos. Com isso e a facilidade para construir, vamos atrair novos investidores", projeta.

Retomada do setor de transporte deve ser gradual

Delmar Albarello diz que muitas empresas ficarão pelo caminho

Delmar Albarello diz que muitas empresas ficarão pelo caminho


/LUIZA PRADO/JC
Além de presidente do Centro Empresarial do Porto Seco, Delmar Albarello, 59 anos, também é CEO do Grupo Troca, uma das principais empresas instaladas no local, com mais de 450 funcionários e filiais no Rio Grande do Sul, em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Ceará. Albarello chama a atenção para os custos que recaem sobre as empresas de transporte e logística em meio à crise do coronavírus. "O custo fixo não reduz, e o faturamento reduziu drasticamente. Estamos bancando a atividade para evitar o desabastecimento", alerta.
O empresário acredita que a retomada da economia e também do setor de transporte e logística será lenta e gradual. "Muitas empresas vão ficar pelo caminho em todos os setores. Quem estiver mais bem preparado irá retomar os negócios com muita força. A oportunidade vai ser grande."
Albarello destaca o papel fundamental do setor como intermediário entre a indústria e o varejo. Ele vê com preocupação o atual cenário. "O comércio vai ter de comprar para vender, mas e se ele estiver asfixiado financeiramente? Então vai ter uma inadimplência muito grande. Este é o risco da retomada, a inadimplência", analisa o presidente do Centro Empresarial do Porto Seco.

Empresas pedem ampliação das vias de acesso ao complexo

Depois da conquista da regularização da área, as empresas do Porto Seco agora demandam a ampliação das vias de acesso ao complexo. "Precisamos ampliar o acesso Norte. É uma briga de 30 anos. Levamos 32 anos para regularizar o Porto Seco. Quem sabe, nos próximos dois, três, quatro anos, consigamos construir uma avenida maior, que é o acesso Norte, interligando a avenida Assis Brasil e a freeway com Cachoeirinha", explica Delmar Albarello.
"De manhã e no fim da tarde, perde-se ao redor de duas a três horas no trânsito. Imagina os caminhões de 30 metros de largura andando em ruas estreitas, dobrando as esquinas. Então falta muita estrutura", observa.
O Porto Seco foi projetado na década de 1970 pela prefeitura da Capital. O local foi criado com o propósito de retirar as empresas que ocupavam a região do 4º Distrito de Porto Alegre. A mudança agradou aos transportadores pela proximidade aos acessos de entrada e saída da cidade. Na década de 1980, as primeiras transportadoras adquiram seus lotes e iniciaram suas instalações no Porto Seco. As empresas se instalaram em meio a grandes dificuldades, com problemas de infraestrutura e invasões.
No início da década de 1990, eram 21 empresas no local. Um dos investimentos viários que ajudou a impulsionar o complexo foi a avenida Bernardino Silveira Amorim, na qual, hoje, encontram-se cerca de 50 empresas dos mais diversos segmentos. Em 2006, a prefeitura realizou outro edital de venda de lotes, em que 11 empresas se habilitaram para se instalar no local ou ampliar operações.