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Economia

- Publicada em 28 de Maio de 2020 às 03:00

Previsão de carga elétrica é revista para baixo até 2024

Desde o início da pandemia, setor vem registrando queda no consumo

Desde o início da pandemia, setor vem registrando queda no consumo


/ALEXANDRO AULER/arquivo/JC
Jefferson Klein
A pandemia do coronavírus tem impactado o consumo de energia no Brasil e deverá ter reflexos também nos próximos anos. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) concordou com a proposta de revisão extraordinária do Planejamento Anual de Operação Energética (PEN 2020/2024). Com a decisão, a previsão de carga para este ano - que, em janeiro, era de 70.825 MWmed e já havia caído em maio - passou para 65.866 MWmed. As reduções permanecem até 2024, ano em que a projeção foi alterada de 81.931 MWmed para 76.612 MWmed.
A pandemia do coronavírus tem impactado o consumo de energia no Brasil e deverá ter reflexos também nos próximos anos. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) concordou com a proposta de revisão extraordinária do Planejamento Anual de Operação Energética (PEN 2020/2024). Com a decisão, a previsão de carga para este ano - que, em janeiro, era de 70.825 MWmed e já havia caído em maio - passou para 65.866 MWmed. As reduções permanecem até 2024, ano em que a projeção foi alterada de 81.931 MWmed para 76.612 MWmed.
O diretor e coordenador do Grupo Temático de Energia do Conselho de Infraestrutura da Fiergs, Edilson Deitos, atesta que o efeito do coronavírus não será algo que o setor elétrico conseguirá recuperar "de uma hora para outra". Entretanto, o dirigente destaca que, dependendo do ritmo da retomada da economia, novas alterações quanto à estimativa de carga talvez precisem ser feitas.
As reduções das projeções de demandas médias implicam ônus e bônus para o setor elétrico. Se, por um lado, para o meio ambiente, é algo positivo, com a postergação de projetos de novas usinas, por outro, retardam investimentos que geram emprego e renda em diversos pontos do País. Deitos ressalta que o adiamento de empreendimentos reflete em toda a cadeia elétrica, abrangendo geração, transmissão e distribuição. "E isso implica repercussões na indústria e no comércio como um todo", comenta o diretor da Fiergs.
Nesse contexto, a Aneel abriu, recentemente, consulta pública sobre um leilão de transmissão que, entre outras estruturas, contempla linhas e subestações que somam cerca de R$ 2,94 bilhões em investimentos em obras no Rio Grande do Sul. Os complexos serão desenvolvidos em municípios como Porto Alegre, Gravataí, Cachoeirinha, Nova Santa Rita, Triunfo, Charqueadas, Osório, Caxias do Sul, Farroupilha, São Sebastião do Caí, entre outros.
A previsão inicial era de que o certame fosse disputado ainda neste ano, porém, hoje, a possibilidade encontra-se aberta devido às mudanças no perfil de demanda e consumo de energia. Deitos espera que os empreendimentos sigam adiante, pois ele adverte que, com a retomada da economia, não é possível retardar muito os investimentos essenciais em infraestrutura, como é o caso da rede de transmissão de energia.
O diretor comercial da Comerc para a Região Sul do País, João Aramis, admite que é difícil prever se o leilão de transmissão irá ocorrer ainda neste ano ou não. O integrante da Comerc, empresa prestadora de serviços relacionados ao mercado de energia, reforça que a questão dependerá da confirmação de uma recuperação econômica ou se acontecerá um eventual revés quanto à pandemia.
O dirigente comenta que a previsão de redução do PIB nacional para 2020 - hoje estimada na casa de 5% - afetará o consumo de energia nos próximos anos. Aramis salienta que o impacto será sentido tanto no ambiente cativo (formado por pequenos consumidores, que são obrigados a adquirir a energia da distribuidora local) como no livre (representado por grandes clientes, que podem escolher de quem comprar a eletricidade). O diretor da Comerc informa que, na primeira quinzena de maio deste ano, em comparação ao mesmo período em 2019, o consumo no ambiente cativo caiu 13,1% e o livre reduziu 11,9%.
 
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