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Economia

- Publicada em 15 de Maio de 2020 às 18:30

Um mês apos a reabertura, comércio do interior gaúcho ainda sofre com baixas vendas

Quedas nos negócios tem levado a demissões em lojas de vários municípios

Quedas nos negócios tem levado a demissões em lojas de vários municípios


ROBERTO HUNOFF/DIVULGAÇÃO/JC
Marcelo Beledeli
Um mês após o início da reabertura do comércio do interior do Estado, os lojistas ainda sofrem para reconquistar os clientes e aumentar as vendas. Em vários municípios, os efeitos do isolamento social para combater a pandemia do coronavírus ainda são fortes entre os lojistas. Muitos, enfrentando uma forte redução de faturamento, tiveram de fazer demissões ou mesmo fechar as portas.
Um mês após o início da reabertura do comércio do interior do Estado, os lojistas ainda sofrem para reconquistar os clientes e aumentar as vendas. Em vários municípios, os efeitos do isolamento social para combater a pandemia do coronavírus ainda são fortes entre os lojistas. Muitos, enfrentando uma forte redução de faturamento, tiveram de fazer demissões ou mesmo fechar as portas.
Publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) do dia 16 de abril, o Decreto Nº 55.184 estabeleceu que a maioria das prefeituras do Estado poderia autorizar a abertura do comércio, que estava fechado em todo o Rio Grande do Sul desde o final de março, desde que as empresas cumprissem os requisitos de higienização e para evitar aglomerações. Em seguida à publicação, vários municípios liberaram as atividades das lojas.
Uma das primeiras cidades a autorizar a reabertura das lojas foi São Borja, na Fronteira Oeste. Segundo Wolmi Oliveira, presidente da Associação Comercial e Industrial de São Borja (ACISB), a reabertura deu um fôlego aos comerciantes, mas ainda não foi o suficiente para recuperar perdas. “Durante o período de atividades fechadas a queda de vendas na cidade foi de 70%. Agora, neste último mês, ela é de 40%. O movimento aumentou, mas ainda muito distante do que era o normal”, afirma Oliveira.
O presidente da Acisb lembra que, devido à crise, houve pelo menos 200 demissões no comércio da cidade, e algumas tiveram que fechar as portas indefinidamente. “Muitas esperam o auxílio prometido pelo governo federal às pequenas empresas, mas os bancos não estão liberando as linhas de crédito”, lamenta.
Em Caxias do Sul, onde o comércio ficou fechado 27 dias, de 21 de março a 17 de abril, os lojistas, desde a reabertura, ainda estão vendendo 30% menos do que o mesmo período do ano passado, de acordo com Renato Corso, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do município. Segundo o dirigente, os comerciantes da cidade tiveram que demitir cerca de 3 mil funcionários desde o início da crise, cerca de 10% dos 28 mil trabalhadores estimados para o setor no município. “Estamos fazendo um trabalho forte para que não haja muitas demissões. Para o pequeno lojista é muito caro se desfazer de um funcionário já preparado e depois ter que gastar para contratar novamente e treinar para a função”, destaca.
Segundo Corso, o retorno dos clientes em Caxias do Sul ainda é muito gradual. “Eles adotaram as máscaras, as lojas estão tomando os cuidados necessários, como álcool em gel e redução do número de pessoas dentro, mas muitas pessoas, principalmente idosos que não podem circular devido ao isolamento, não estão vindo”, afirma.
A mesma situação é vivida em Pelotas, onde o comércio reabriu um pouco mais tarde, em 23 de abril. “Não apenas o público está seguindo as restrições de aglomeração, mas quem tem algum dinheiro tem receio de gastar devido à crise”, explica Mauro Bessa, gestor da CDL do município. Segundo o dirigente, as liberações do auxílio emergencial de R$ 600,00 do governo federal ajudam a aumentar os negócios, mas é um movimento com pouca força. “As pessoas usam o dinheiro para pagar contas e fazer algumas compras, mas logo volta a calmaria”, afirma.
Segundo Bessa, as lojas de Pelotas venderam em março e abril de 55% a 60% menos do que no ano passado. Um termômetro do setor, que são as vendas do Dia das Mães, teve queda de 50% ante 2019. “Sendo realista, acredito que só em agosto ou setembro devemos ter números mais positivos”, destaca o gestor.
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Em Santa Cruz do Sul, 37% dos lojistas entrevistados haviam demitido um colaborador. Foto CDL Santa Cruz/Divulgação/JC
Em Santa Cruz do Sul, pesquisa da CDL local com 251 empresas apontou que, até o início de abril, 36,8% dos lojistas entrevistados haviam demitido um colaborador, e outros 10% dispensaram de dois a cinco funcionários. Segundo Ricardo Bartz, vice-presidente da CDL do município, uma dificuldade adicional que os lojistas do interior enfrentam é a menor inserção de negócios nos novos modelos de vendas.
“Muitas operações não agem em mídias e redes digitais. São lojas tradicionais, que contam com clientes fidelizados, e não operam de outras formas”, destaca. Bartz lembra que, no início da crise, a prefeitura havia autorizado o funcionamento do comércio pelos sistemas de tele-entrega e drive thru. “Para muitas empresas isso era a mesma coisa que estar fechado, elas não têm como fazer esse tipo de venda.”
De acordo com o vice-presidente da CDL, a crise acabará forçando várias empresas a buscarem novos modelos de vendas. “Nada substitui a experiência do cliente em loja física. Mas as empresas novas ou com gestores modernos que adotam esse tipo de sistema tiveram um impacto menor, por que começaram a faturar mais cedo do que as outras. Os lojistas vão ter que se adaptar para prospectar clientes”, comenta.
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