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Economia

- Publicada em 18 de Maio de 2020 às 03:00

Produção de calçados deve cair até 30% em 2020

Produção deve fechar o semestre com tombo entre 29,9% e 33,5%

Produção deve fechar o semestre com tombo entre 29,9% e 33,5%


/BIBI CALÇADOS/DIVULGAÇÃO/JC
Os impactos da pandemia do novo coronavírus na produção de calçados podem fazer com que a produção do setor caia até 30% em 2020. A estimativa foi apresentada durante o evento Análise de Cenários, realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Pela primeira vez no formato on-line, o já tradicional encontro com economistas setoriais, contou com exposições do doutor em Economia e professor Marcos Lélis, e da coordenadora de Inteligência de Mercado da Abicalçados, Priscila Linck.
Os impactos da pandemia do novo coronavírus na produção de calçados podem fazer com que a produção do setor caia até 30% em 2020. A estimativa foi apresentada durante o evento Análise de Cenários, realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Pela primeira vez no formato on-line, o já tradicional encontro com economistas setoriais, contou com exposições do doutor em Economia e professor Marcos Lélis, e da coordenadora de Inteligência de Mercado da Abicalçados, Priscila Linck.
Na economia brasileira, Lélis apontou para uma estimativa de queda de 5,3% no PIB. "Em 2015/2016 tivemos uma queda de 7% e depois tivemos um crescimento médio de 1%. Ou seja, não nos recuperamos de uma crise e estamos caindo em outra", ressaltou. Segundo ele, existe uma precarização da economia brasileira que se dá, especialmente, pela falta de investimentos, tanto público quanto privados, que registram queda de 49% desde 2014. "O Brasil já tinha uma estimativa de arrefecimento do crescimento antes mesmo do coronavírus", lembrou. Segundo ele, uma saída para diminuir os efeitos da crise seria a retomada do investimento público, que por sua vez estimularia as empresas. Lélis ressaltou que, com o Brasil caindo a taxa prevista em 2020, o desemprego pode atingir mais de 20% da população, número que dificultaria, ainda mais, a retomada econômica.
Um dos efeitos diretos da pandemia tem se dado na Indústria da Transformação brasileira, que registrou um tombo de 10% em março, fechando o trimestre com queda acumulada de 3%. O uso da capacidade instalada no setor, segundo Lélis, já está em 57%. No setor calçadista, especificamente, a queda foi de 29% em março, fechando o acumulado de -10% no trimestre, sempre na relação com igual período do ano passado.
Na sequência, Priscila detalhou a situação das fábricas de calçados, que devem ver a produção despencar mais de 70% em abril, considerado o ápice da crise. No semestre, a queda deve ficar entre 29,9% e 33,5%. Com isso, no ano a queda deve ficar entre 21% e 30%, o que significaria de 191 milhões a 265 milhões de pares a menos em relação ao ano passado. "Com o resultado, voltaríamos aos patamares de 16 anos atrás", disse. O fato, embalado pela crise de vendas no mercado doméstico, responsável por mais de 85% das vendas do setor, deve resultar na perda de postos.
Até abril, conforme levantamento da Abicalçados, foram perdidos 31 mil postos em função das quedas na produção. Para o ano, a estimativa é de que o setor perda até 57 mil postos, caso a crise mantenha o ritmo atual. Em dezembro do ano passado o setor empregava 269 mil pessoas, número que pode fechar 2020 em 212 mil. Além da queda no consumo doméstico, a Abicalçados também prevê uma queda nas exportações de calçados. Em 2020, os embarques devem cair entre 27,3% e 30,6%, ante 2019, fechando entre 89 milhões e 80 milhões de pares vendidos no exterior, pior resultado desde 1983.
A Abicalçados segue trabalhando em prol do setor calçadista brasileiro, reunindo informações junto às empresas, que servirão de insumo para a realização de pleitos junto ao governo federal. O objetivo é mitigar os efeitos da crise do novo coronavírus sobre o setor. Entre as principais bandeiras está a facilitação do acesso ao crédito e ampliação da MP 936, que flexibiliza os contratos neste momento de pandemia como forma de manutenção dos empregos e da saúde financeira das empresas.
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