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conjuntura

- Publicada em 13 de Maio de 2020 às 03:00

Copom prevê queda forte do PIB neste semestre e retomada com idas e vindas

Pandemia vai gerar deflação, como resultado do recuo no consumo

Pandemia vai gerar deflação, como resultado do recuo no consumo


/MARCO QUINTANA/JC
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), avaliou que, a menos que haja avanços médicos no combate à pandemia do novo coronavírus, a retomada da economia depois da crise, além de mais gradual do que a considerada, deverá ter "idas e vindas". Segundo o comitê, o cenário básico considerado passou a ser o de uma queda forte do PIB na primeira metade deste ano, seguida de uma recuperação gradual a partir do terceiro trimestre de 2020. A avaliação foi publicada na ata da reunião, publicada nesta terça-feira, que decidiu pelo corte de 0,75 ponto percentual da Selic, para 3,00%. A decisão surpreendeu analistas, que esperavam corte mais ameno, de 0,5 ponto.
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), avaliou que, a menos que haja avanços médicos no combate à pandemia do novo coronavírus, a retomada da economia depois da crise, além de mais gradual do que a considerada, deverá ter "idas e vindas". Segundo o comitê, o cenário básico considerado passou a ser o de uma queda forte do PIB na primeira metade deste ano, seguida de uma recuperação gradual a partir do terceiro trimestre de 2020. A avaliação foi publicada na ata da reunião, publicada nesta terça-feira, que decidiu pelo corte de 0,75 ponto percentual da Selic, para 3,00%. A decisão surpreendeu analistas, que esperavam corte mais ameno, de 0,5 ponto.
Na ocasião, o BC indicou novo corte, de, no máximo, 0,75 ponto percentual, na próxima reunião, em junho, "para complementar o grau de estímulo necessário como reação às consequências econômicas da pandemia da Covid-19". O Copom avaliou, ainda, que o impacto da pandemia sobre a economia brasileira será deflacionário - com inflação negativa -, em razão da diminuição de demanda.
Com as pessoas em casa e o aumento do desemprego devido ao fechamento do comércio, a tendência é que as pessoas tenham menos dinheiro para consumir, então a demanda por produtos diminui. "A elevação abrupta da incerteza sobre a economia deve resultar em aumento da poupança precaucional e consequente redução significativa da demanda agregada", destacou o comitê.
A inflação oficial brasileira já recuou 0,31% em abril, segundo o IBGE. É a segunda maior deflação mensal registrada pelo IPCA desde o início do Plano Real - a queda anterior era de 0,51%, em agosto de 1998. Os membros do Copom discutiram se existe um limite mínimo para a taxa básica de juros. Por conta das incertezas fiscais, entenderam que a Selic deve ficar em patamar mais elevado que a taxa de juros básica de outras economias emergentes.
"A maioria dos membros ponderou que o limite seria significativamente maior em economias emergentes do que em países desenvolvidos, devido à presença de um prêmio de risco. Foi ressaltado que esse prêmio tende a ser maior no Brasil, dadas a sua relativa fragilidade fiscal e as incertezas quanto à sua trajetória fiscal prospectiva", trouxe o documento.
A piora da trajetória fiscal se deve ao aumento dos gastos públicos e do rombo nas contas do governo em razão das medidas de enfrentamento à Covid-19, além de possíveis frustrações em relação à continuidade das reformas.
A queda na taxa de juros brasileira, que levou a Selic à mínima histórica, foi associada a uma agenda de reformas que permitiriam o reequilíbrio das contas públicas. Após as novas regras de aposentadoria, porém, não foram aprovadas novas medidas. E, com a pandemia, a discussão de reformas no Congresso deve ser completamente interrompida.
Na reunião, dois integrantes ponderaram que, mesmo com a possibilidade de elevação da taxa de juros estrutural, poderia ser oportuno prover todo o estímulo necessário de imediato (com corte maior), com a indicação de manutenção da taxa para a próxima decisão, com o objetivo de reduzir os riscos de descumprimento da meta para a inflação de 2021. O juro estrutural é aquele considerado neutro, que não estimula nem reduz a atividade econômica.
 

Governo precisa estar pronto para ampliar ajuda, alerta Mourão

O vice-presidente, Hamilton Mourão, defendeu, nesta terça-feira, que o Poder Executivo precisa estar preparado para continuar a socorrer setores da sociedade caso a atual crise sanitária não chegue ao fim no curto prazo.
Em live promovida pela XP Investimentos, o general da reserva avaliou que a velocidade de reação do setor produtivo à paralisação econômica não será uniforme e que o ramo de serviço pode ter mais dificuldade para se restabelecer.
"Temos de ter uma visão de que, em algum momento, poderemos ter de continuar socorrendo determinados setores da sociedade se isso se estender por mais tempo de forma efetiva. Isso não podemos desconsiderar de nossos planejamentos", disse.
Mourão considerou que a crise causada pela pandemia do coronavírus só será solucionada, do ponto de vista dele, ou com o desenvolvimento de um medicamento, ou com a produção de uma vacina contra a doença.