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sistema financeiro

- Publicada em 06 de Maio de 2020 às 03:00

Desbancarizados utilizam contas digitais para saque

Guimarães diz que não há necessidade de filas

Guimarães diz que não há necessidade de filas


JÚLIO NASCIMENTO/PR/JC
Dos 18,5 milhões de brasileiros sem conta bancária que receberam a primeira parcela do auxílio emergencial de R$ 600,00 (R$ 1,2 mil para mães solteiras), 16,49 milhões já resgataram o benefício, informou ontem o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. Cerca de 2 milhões receberam o dinheiro nas contas poupanças digitais, mas ainda não o movimentaram.
Dos 18,5 milhões de brasileiros sem conta bancária que receberam a primeira parcela do auxílio emergencial de R$ 600,00 (R$ 1,2 mil para mães solteiras), 16,49 milhões já resgataram o benefício, informou ontem o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. Cerca de 2 milhões receberam o dinheiro nas contas poupanças digitais, mas ainda não o movimentaram.
A maior parte dos desbancarizados que fez o resgate optou por transferir o dinheiro para contas da Caixa em nome de parentes ou de amigos. Segundo Guimarães, 7,34 milhões fizeram essa opção, que, conforme explicou, equivale à retirada do auxílio. Uma hipótese para essa opção é de que a conta poupança digital permite transferências ilimitadas e sem custo para outras contas da própria Caixa.
Em segundo lugar, ficou o saque em dinheiro nas agências da Caixa, nos caixas eletrônicos ou em casas lotéricas, com 5,19 milhões de retiradas realizadas até as 14h de hoje. O número representa o contingente que tem ido aos pontos de atendimento nos últimos dias, fazendo longas filas. O saque em espécie da primeira parcela termina hoje para os nascidos em novembro e dezembro, mas quem não conseguiu retirar pode fazê-lo nos próximos dias.
Um total de 3,18 milhões de brasileiros transferiu o dinheiro da conta digital para contas de outros bancos por meio da Transferência Eletrônica Disponível (TED) ou do Documento de Ordem de Crédito (DOC). A conta poupança digital permite até três operações do tipo por mês. Por 90 dias, elas serão gratuitas.
Pedro Guimarães disse esperar que mais pessoas optem pelo cartão de débito. "Torço para que a gente tenha mais pagamentos e uso do cartão, porque eles representam uma necessidade menor de saques presenciais nas agências", declarou.
O presidente da Caixa ressaltou que não há necessidade de as pessoas fazerem filas na madrugada nas portas das agências do banco. "Várias pessoas estão ficando de madrugada para depois venderem o lugar. Isso não é correto", queixou-se. Ele reiterou que o movimento nas agências diminuiu em relação à semana passada, apesar de as filas terem continuado ontem em diversas cidades do País, inclusive em Porto Alegre e no interior do Estado.
 

FGTS poderá ser usado como garantia para empréstimo

O Conselho Curador do FGTS, o fundo bilionário com recursos do trabalhador, deu aval nesta terça-feira para que bancos possam antecipar empréstimos aos trabalhadores que optaram pela modalidade de saque-aniversário. O saldo - e não somente o valor anual da retirada - poderá ser dado em garantia, a exemplo do que já ocorre com a restituição do Imposto de Renda.
Criado por lei no ano passado, o saque-aniversário permite retiradas uma vez por ano de contas ativas e inativas, sempre no mês de aniversário do titular, e só vale para quem optou em não receber parte do que tem direito em caso de demissão sem justa causa.
Em vez de ficar esperando a data de saque para retirar o dinheiro, o trabalhador poderá usar todo o saldo disponível no FGTS para tomar empréstimos em bancos. A regulamentação da medida já tinha sido aprovada pelo conselho no final de abril. Faltava, no entanto, que ela fosse chancelada pelo conselho.
A partir de agora, a Caixa Econômica Federal, que administra o FGTS, terá até um mês para organizar esse mercado. Caberá ao banco definir as regras e os procedimentos para que outras instituições também possam oferecer crédito. Neste caso, os bancos também terão mais 30 dias de prazo para começarem a operar com essas linhas. A medida, que já vinha sendo preparada pelo Ministério da Economia antes da crise causada pelo coronavírus, pode liberar até R$ 100 bilhões em recebíveis de crédito (que vão lastrear os empréstimos) nos próximos quatro anos. A previsão foi feita pelo secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues.
Como o risco de inadimplência para os bancos neste caso é praticamente zero, já que os recursos estão depositados nas contas do trabalhador, as taxas a serem cobradas deverão ser mais baixas. O dinheiro ficará depositado na conta do trabalhador e só será destinado ao banco credor em caso de inadimplência.