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consumo

- Publicada em 04 de Maio de 2020 às 21:27

Reabrir restaurantes não garante retorno de clientes

Operar com tele-entrega tem sido a alternativa para pagar as contas

Operar com tele-entrega tem sido a alternativa para pagar as contas


/MARCO QUINTANA/JC
Com a possibilidade de um novo decreto permitir a reabertura de bares e restaurantes na Capital, nos próximos dias, o segmento de alimentação se encontra diante de um novo desafio: atrair o público. Em vista da pandemia de Covid-19, grande parte da população está respeitando as regras de isolamento social, o que significa que a demanda deve se manter baixa, ainda que as empresas retomem as atividades. Na avaliação da presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-RS), Maria Fernanda Tartoni, o cenário é de "bastante preocupação, beirando o pânico". "Da noite para o dia nos vimos sem faturamento", explica a dirigente, que é proprietária do Tartoni Ristorante, localizado no Bourbon Shopping Country, em Porto Alegre.
Com a possibilidade de um novo decreto permitir a reabertura de bares e restaurantes na Capital, nos próximos dias, o segmento de alimentação se encontra diante de um novo desafio: atrair o público. Em vista da pandemia de Covid-19, grande parte da população está respeitando as regras de isolamento social, o que significa que a demanda deve se manter baixa, ainda que as empresas retomem as atividades. Na avaliação da presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-RS), Maria Fernanda Tartoni, o cenário é de "bastante preocupação, beirando o pânico". "Da noite para o dia nos vimos sem faturamento", explica a dirigente, que é proprietária do Tartoni Ristorante, localizado no Bourbon Shopping Country, em Porto Alegre.
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Movimento baixo, restrito ao fluxo de pessoas que possuem residência na região, também tem sido rotina nos restaurantes que resolveram abrir as portas na Serra Gaúcha. Um empresário de Canela, que preferiu não se identificar, afirma que tentou manter o negócio aberto no feriado de Páscoa, mas, em vista da fraca adesão recuou, e está com a atividade paralisada desde então.
Baseados nos resultados da Serra, os empresários da Capital não demonstram muito otimismo no que se refere à possibilidade de abertura, apesar de desejarem poder retomar os negócios. "Não dá para esperar que o comércio volte e esteja tudo cheio, isso não vai acontecer. Realmente, o mundo mudou", avalia o presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Henry Chmelnitsky.
Por enquanto, o delivery (teleentrega) tem sido a alternativa de 57% das empresas, segundo levantamento da Abrasel-RS. O estudo, realizado na terça-feira passada com 102 estabelecimentos do setor de alimentação fora do lar no Estado, aponta ainda que 32% estão com operações suspensas; 3,9% estão fechados definitivamente; 2% estão devem suspender a operação; 45,1% estão funcionando para retirada no local e 6% operam normalmente segundo as recomendações.
De acordo com a pesquisa, 44,1% dos entrevistados responderam que existe a possibilidade de encerrar a operação definitivamente nos próximos 60 dias. "Alguns destes ainda estão operando, mas pensam em fechar", explica Maria Fernanda, da Abrasel. Ela comenta que 61,8% dos entrevistados dispensaram colaboradores e outros 12,7% pretendem demitir. Segundo o levantamento, 43,7% das empresas demitiram até 15% dos seus quadros e outras 29,6% dispensaram de 16% a 30% da mão de obra. A maioria (79,4%) suspendeu ou reduziu a carga horária conforme a MP 936.
Em 94,4% das empresas, o faturamento no mês de abril foi menor em relação ao mesmo período do ano passado, sendo que, para a maioria, a redução alcançou 61%. Ainda de acordo com o levantamento, 44,4% dos empresários utilizaram algum tipo de empréstimo por causa da crise gerada pelo Covid-19. "No entanto 81,3% afirmou ter dificuldades de acesso ao crédito", ressalta a dirigente da Abrasel-RS, pontuando que este tem sido um grande problema para o setor.
"Os empresários não estão conseguindo dinheiro com facilidade, e o que o governo está prometendo ainda não chegou na ponta - os bancos não estão facilitando nossa vida", desabafa ela. No Tartoni Ristorante, a alternativa foi apostar no delivery. "De 20 funcionários, três foram demitidos, dez tiveram os contratos suspensos, e seis estão me ajudando na cozinha", resume Maria Fernanda. Segundo ela, o faturamento é suficiente apenas para manter os compromissos da empresa.

Retomada do setor deverá ocorrer lentamente

Gambrinus otimizou o cardápio e não demitiu funcionários

Gambrinus otimizou o cardápio e não demitiu funcionários


/GAMBRINUS/DIVULGAÇÃO/JC
Outro restaurante que apostou na tele-entrega foi o Gambrinus. "Aumentamos o número de pratos, otimizamos o cardápio, e não demitimos os funcionários - o que fizemos foi uma escala de horários para revezamento, afastamos os grupos de risco e focamos a energia na cozinha", resume o proprietário, João Alberto Cruz de Melo. "É uma situação diferente, na qual precisamos de estratégia para levar a comida na casa do cliente da mesma forma que fazíamos no salão", comenta. Para isso, afirma, foi preciso repensar a logística, as embalagens e a planilha financeira.
Ainda conforme a pesquisa da Abrasel, 36,3% dos estabelecimentos estão dispostos a abrir as portas em maio, com restrições; 37,3% apostam em uma abertura programada gradual e com restrições; e outros 23,5% preferem aguardar o fim da pandemia.
"A sociedade vai retomar as suas atividades gradativamente, readquirindo a confiança, visitando seus locais preferidos, e isso inclui os restaurantes", opina Henry Chmelnitsky, do Sindha. "A retomada vai ser lenta e gradual, mas os restaurantes vão recomeçar sua vida e é preciso fazer isso com muita paciência."