A primeira edição de 2020 da reunião-almoço Tá na Mesa, da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) foi realizada virtualmente nesta quarta-feira (29). O palestrante virtual convidado foi o economista Rodrigo Constantino, presidente do Conselho do Instituto Liberal. Em mais de 1 hora de fala, Constantino defendeu a flexibilização de normas de distanciamento social argumentando que os danos à vida causados pelo desemprego, por exemplo, seriam ainda maiores do que os da pandemia sanitária em si.
Tradicionalmente polêmico, Constantino atacou com diferentes críticas o comando da Organização Mundial da Saúde (OMS), a China, o Supremo Tribunal Federal, a imprensa e políticos alinhados à esquerda. Ainda que classifique o atual cenário de pandemia como uma “histeria” e elogie o foco econômico que o presidente Jair Bolsonaro tenta dar ao caso, classificou como “atabalhoadas” muitas decisões e declarações do governante, assim com a decisão recente que de troca no comando da Polícia Federal que levou a saída do ministro da Justiça, Sérgio Moro.
“Ele não deveria, de forma atabalhoada para, para dizer o mínimo, dizer que é uma gripezinha e sair para as ruas, contrariando recomendações. Mas existe uma falsa dicotomia entre a saúde e economia”, analisou Constantino.
Questionado pela presidente a presidente da Federasul, Simone Leite, sobre o que esperar para o pós-pandemia no mundo dos negócios, Constantino avalia que, apesar dos muitos dando econômicos _ privados e públicos_ ainda se pode pensar em alguns ganhos futuros.
“É como se fosse um guerra, de onde sempre surgem inovações. A Internet, por exemplo, se desenvolveu em períodos de guerra, aperfeiçoada pelo exército norte-americano, e da qual depois o setor privado de apropriou para criar novas coisas”, exemplificou o palestrante.
Para Simone, a grande dúvida é como será a recuperação das finanças publicas, além dos danos irreversíveis para muitos negócios, trabalhadores e famílias. Simone ressaltou que o Rio Grande do Sul, que já vinha em crise, agora já projeta perdas de 30% na arrecadação e poderá chegar a uma queda de 50% até o final do ano, segundo Simone.
“E o que dizer a União? Como vai socorrer Estados municípios, se já estava buscando fazer ajustes fiscais e perderá os ganhos que teria com a reforma da Previdência. Como se dará essa dinâmica, se o dinheiro é o mesmo?”, questiona a presidente da Federasul.