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Economia

- Publicada em 26 de Abril de 2020 às 21:05

Vendas de carros caem 78% no Rio Grande do Sul

Setor pleiteia junto ao Estado status de atividade essencial, diz Siqueira

Setor pleiteia junto ao Estado status de atividade essencial, diz Siqueira


/FENABRAVE SINCODIV-RS/DIVULGAÇÃO/JC
Marcelo Beledeli
Com as medidas de restrições para evitar a disseminação do coronavírus, o setor de distribuição de veículos no Rio Grande do Sul sofreu um forte impacto. De acordo com Paulo Ricardo Ippólito Siqueira, presidente da Fenabrave/Sincodiv-RS (entidade que reúne os representantes das concessionárias no Estado), as vendas diárias nas lojas de carros gaúchas, hoje, são apenas 22% do volume registrado antes do período de isolamento social - o que significa uma redução de 78%. Em Porto Alegre, a queda foi ainda maior: chega a 86% - hoje, o patamar diário de vendas alcança 14%. Diante desse quadro, Siqueira acredita que as concessionárias possam demitir ou suspender contratos de até 30% de seus 15 mil funcionários até maio. A fim de minimizar esses efeitos, o setor está pleiteando, junto ao governo do Estado, para ser reconhecido como atividade essencial e, assim, retomar atividades.
Com as medidas de restrições para evitar a disseminação do coronavírus, o setor de distribuição de veículos no Rio Grande do Sul sofreu um forte impacto. De acordo com Paulo Ricardo Ippólito Siqueira, presidente da Fenabrave/Sincodiv-RS (entidade que reúne os representantes das concessionárias no Estado), as vendas diárias nas lojas de carros gaúchas, hoje, são apenas 22% do volume registrado antes do período de isolamento social - o que significa uma redução de 78%. Em Porto Alegre, a queda foi ainda maior: chega a 86% - hoje, o patamar diário de vendas alcança 14%. Diante desse quadro, Siqueira acredita que as concessionárias possam demitir ou suspender contratos de até 30% de seus 15 mil funcionários até maio. A fim de minimizar esses efeitos, o setor está pleiteando, junto ao governo do Estado, para ser reconhecido como atividade essencial e, assim, retomar atividades.
Jornal do Comércio - O setor de venda de veículos foi muito afetado pelas restrições impostas devido ao coronavírus?
Paulo Ricardo Ippólito Siqueira - Todo esse processo que está acontecendo de restrição ao comércio teve um efeito negativo muito grave e significativo no setor com a diminuição das vendas. Apesar de agora terem sido tomadas medidas de flexibilização, em especial no interior do Estado, o início desse período, quando estavam fechados todos os serviços acessórios para o comércio de veículos, como cartórios e Detran, foi ainda mais grave. Não havia possibilidade nenhuma de adquirir nem registrar a compra.
JC - Como está a situação das concessionárias no Rio Grande do Sul, em comparação com o Brasil?
Siqueira - Entre o dia 21 de março e 23 de abril, no Brasil, a média de vendas diárias de carros estava em 1,5 mil por dia. Antes, de 1º de janeiro até 20 de março, era em torno de 95 mil veículos diários. Ou seja, o volume vendido durante a restrição de comércio foi apenas 16% do que era antes desse período. No Rio Grande do Sul, na mesma comparação, passamos de cerca de 500 veículos diários para em torno de 100, apenas 22% das vendas anteriores. Mas isso graças ao Interior, onde houve menor período de restrição. Em Porto Alegre, a comercialização foi de apenas 14% do que era, passando de 160 carros por dia para 22.
JC - A flexibilização do comércio no interior já começou a fazer efeito nas lojas?
Siqueira - Essa flexibilização é recente, temos pouco tempo para uma medição precisa. As notícias que chegam das concessionárias é que os clientes ainda têm resistência, não existe um fluxo normal, mas paulatinamente isso deve tomar maior consistência à medida que outras atividades comerciais se normalizam. Esperamos que o índice de demanda suba.
JC - Como essa queda de vendas e atividade deve impactar nos empregos do setor?
Siqueira - A cadeia produtiva que envolve o comércio de automóveis é de extrema importância para a saúde econômica do Brasil. Apenas o segmento de distribuição responde por mais de 4% do PIB (Produto Interno Bruto). Em todo o País, existem 7,3 mil concessionárias, que geram 350 mil postos de trabalho. Apenas no Rio Grande do Sul, são 700 concessionárias, com 15 mil empregos diretos. Então, com uma redução de vendas desse porte, há consequências fortes. Agora, estimamos que 15% dos trabalhadores devam ser demitidos, suspensos ou ao menos ter jornada reduzida. Com o passar do tempo, isso deve se agravar. Até o final de maio, esse índice pode chegar a 30%.
JC - Por que o setor pleiteia que seja reconhecido como serviço essencial?
Siqueira - Reconhecemos a efetividade da atuação do governo do Estado no sentido de frear a doença. Mas entendemos que nossa atividade também tem que ser considerada essencial. Toda a nossa cadeia de suporte, que é de mobilidade, está autorizada a funcionar por ser essencial. Eu posso registrar um carro, trafegar, consertar, abastecer, comprar peças, alugar, emprestar, mas não posso adquirir. Isso fere a lógica, e essa omissão tem que ser corrigida. Já existe um entendimento, um enunciado interpretativo do procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa, de que, quando uma atividade é declarada essencial, toda sua cadeia de suporte deve ser essencial também. Isso serviu de base para o Detran voltar a funcionar. Claro, a prefeitura de Porto Alegre já permitiu algumas operações. Mantendo as lojas fechadas, podemos vender a distância, on-line, e realizar a entrega na concessionária. Além disso, serviços como as oficinas funcionam. Mas esperamos que esse ajuste para permitir o funcionamento seja feito. Afinal, um veículo é uma ferramenta de mobilidade da população.
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