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Conjuntura

- Publicada em 20 de Abril de 2020 às 03:00

Doações de empresas somam R$ 2,7 bilhões

Cerca de 70% dos recursos alocados são para financiar a saúde

Cerca de 70% dos recursos alocados são para financiar a saúde


/JOEL SANTANA/PIXABAY/DIVULGAÇÃO/JC
Em um mês, famílias e grandes empresas doaram quase
Em um mês, famílias e grandes empresas doaram quase
R$ 2,7 bilhões para ajudar no combate ao coronavírus - valor equivalente ao orçamento mensal do Bolsa Família. Segundo o Monitor das Doações, atualizado diariamente pela Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), em uma semana, o valor cresceu quase R$ 500 milhões, com a diversificação do destino.
Cerca de 70% do montante doado é para financiar a saúde durante a pandemia. Mas, com o passar do tempo e os reflexos da paralisia econômica na renda das famílias e dos pequenos empreendedores, parte das doações começou a ser destinada a comunidades carentes e ao apoio a micro e pequenas empresas, diz o diretor-executivo da ABCR, João Paulo Vergueiro. "Tem havido um aumento das doações com a finalidade de gerar renda para a população."
Quase dois terços do volume doado vêm do sistema financeiro, em especial do Itaú, que doou cerca de R$ 1,2 bilhão. A lista consolidada pela ABCR tem 134 doadores e inclui, além das grandes empresas, nomes de alguns famosos, como Galvão Bueno, Gisele
Bündchen, Gustavo Lima, Luciano Huck, Neymar e Xuxa Meneghel. "Nunca vimos, no Brasil, uma mobilização tão grande como essa que está ocorrendo", diz Vergueiro, explicando o motivo pelo qual começou a mapear as doações.
Apesar de a maior parte dos valores vir de empresas privadas, algumas estatais também anunciaram iniciativas. A BB Seguros, por exemplo, doou R$ 40 milhões para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade social. Os recursos serão destinados para a compra de alimentos e produtos de higiene e limpeza. Segundo o presidente da instituição, Bernardo Rothe, as doações vão ocorrer por meio da Fundação Banco do Brasil, que tem maior proximidade com ONGs ligadas a comunidades carentes.
Até semana passada, R$ 279 mil já tinham sido liberados e outros R$ 2 milhões aprovados. Antes de liberar os recursos, a fundação precisa aprovar o projeto apresentado pela ONG, que faz as compras dos alimentos e dos produtos de higiene e repassa os comprovantes para a instituição.
A diversificação das doações também tem sido adotada pela família Menin, da MRV, Banco Inter e LOG CP. O grupo começou fazendo uma doação de
R$ 10 milhões para comprar respiradores para o estado de Minas Gerais. A iniciativa ganhou corpo, e outras companhias mineiras entraram na campanha, somando R$ 130 milhões para a aquisição dos equipamentos.

'Fazemos o melhor uso possível do recurso público para crise', diz presidente do BNDES

O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, detalhou o esforço fiscal da instituição para contribuir com o enfrentamento da crise em teleconferência promovida pelo Itaú BBA. Segundo ele, o esforço, atualmente, está nos setores aéreo, automotivo, varejo (excluído o segmento de alimentação), e elétrico. "Acho que estamos fazendo melhor uso possível do recurso público para crise", afirmou.
A intenção é liquidar operações para os setores considerados prioritários em maio. O banco ainda avalia incluir novos setores na lista de prioridades. Está sendo avaliada a inclusão de grandes empresas com relevância na economia, que estejam sendo afetadas pela crise.
O setor de saúde, apesar de estar sendo "sobredemandado", de acordo com Montezano, deve precisar de ajuda após a crise. O presidente do BNDES destacou, ainda, o sucesso no financiamento de folhas de pagamento de empresas que tenham faturamento de R$ 360 mil a R$ 10 milhões. A estratégia tem a função de dividir o risco entre as iniciativas pública e privada.
Está em discussão, ainda, a adoção de linhas de microcrédito para companhias com faturamento inferior a R$ 360 mil. "O combate à crise é dinâmico. Acompanhamos a evolução e tudo pode mudar", afirmou.