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Economia

- Publicada em 15 de Abril de 2020 às 21:45

As saídas para contornar o distanciamento social

Live prossegue hoje, último dia do evento on-line do IEE

Live prossegue hoje, último dia do evento on-line do IEE


/IEE/Reprodução/JC
Roberta Mello
Como alinhar a necessidade de salvar vidas com a de manter a economia funcionando para evitar maiores prejuízos a médio e longo prazos? Com o objetivo de trazer à tona ideias capazes de promover um equilíbrio entre essas duas questões em meio à pandemia do novo coronavírus, o Instituto de Estudos Empresariais (IEE) realizou, nesta quarta-feira, o painel on-line ao vivo Vida & Economia dentro da programação do Fórum da Liberdade - Em Casa.
Como alinhar a necessidade de salvar vidas com a de manter a economia funcionando para evitar maiores prejuízos a médio e longo prazos? Com o objetivo de trazer à tona ideias capazes de promover um equilíbrio entre essas duas questões em meio à pandemia do novo coronavírus, o Instituto de Estudos Empresariais (IEE) realizou, nesta quarta-feira, o painel on-line ao vivo Vida & Economia dentro da programação do Fórum da Liberdade - Em Casa.
Em seu segundo dia, o bate-papo contou com as participações do advogado e cientista social Fernando Conrado, do jornalista Alexandre Garcia e do presidente do Conselho da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e do Instituto Coalizão Saúde, Claudio Lottenberg. Eles trouxeram preocupação com a política de distanciamento social em larga escala e apontaram alguns caminhos para garantir a saúde da população sem ferir a liberdade de ir e vir ou comprometer tão seriamente a capacidade produtiva brasileira.
Para Lottenberg, essa solução passa pela "dinamização das medidas de distanciamento social, pelo aprimoramento nas relações entre os diferentes níveis governamentais e pela testagem em larga escala da população". Ele defende, portanto, que o isolamento pode ser abrandado em algumas regiões do País e que, com a realização de testes entre mais pessoas, seria possível saber quem já está imunizado (ou seja, já tem anticorpos para lidar com o coronavírus muito provavelmente por já ter sido exposto ao vírus e se mantido assintomático) e, por isso, poderia voltar a circular e trabalhar.
Ele cita um estudo israelense que propõe mecânicas de isolamento com intervalos fragmentados. O modelo consiste em separar a comunidade em dois grupos. Cada um trabalha quatro dias e fica em casa outros seis dias. Por meio de modelos matemáticos capazes de cruzar períodos de transmissibilidade e de latência do vírus seria possível diminuir os efeitos da transmissão e manter a atividade econômica dessas pessoas. "Ao mesmo tempo, vai imunizando progressivamente uma comunidade. É uma forma de manter o isolamento e minimizar o efeito econômico. Acho positivo, e, quem sabe, pode ser uma sugestão para o governo vir a adotar", sugere Lottenberg.
Para ele, "a política de saúde atual é a mais cômoda e traz repercussão positiva no curto prazo, porém, no médio e no longo prazo, ela traz um ônus enorme para a economia e dentro do tecido social - algo que nem somos capazes de mensurar", pontua Lottenberg. A saída deve passar pelo conhecimento técnico, e não por aspectos políticos.
Quando questionado sobre o fato de estar entre os cotados para substituir o atual ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, nome bastante desgastado dentro do governo, Lottenberg foi categórico: "Se eu for convidado, pretendo aceitar". "Vejo no presidente (Jair Bolsonaro) desejo honesto e sincero de servir ao Brasil. Bolsonaro tem empenhado seus melhores esforços (no combate ao novo coronavírus)", disse o médico, salientando que apenas especulações o apontam como futuro ministro.
O jornalista Alexandre Garcia alerta para o fato de que a imposição do distanciamento social "despertou um totalitarismo latente", em que algumas pessoas se sentem no direito de passar por cima do direito constitucional à liberdade. "Parece que ficamos muito temerosos e adotamos um isolamento radical. O resultado é que o serviço de saúde está ocioso, subutilizado, e vai chegar em um momento em que as pessoas não vão aguentar", defende Garcia.
O jornalista e crítico ferrenho dos ideais da sociedade da sua época, Henry Mencken, escreveu que o desejo de salvar a humanidade é quase sempre um disfarce para o desejo de controlá-la. Foi parafraseando Mencken que o cientista social Fernando Conrado defendeu que, hoje, "o grande inimigo não é só o coronavírus, mas também a desinformação".
Para ele, fazer isolamento total agora é empurrar a doença para o futuro. "Não vamos criar esse início de um contágio mitigado, no momento em que temos um sistema de saúde capaz de nos acolher, defender e em que possamos sobreviver", disse. De acordo com o Ministério da Saúde, o sistema de saúde brasileiro pode entrar em colapso ainda no final de abril caso não sejam cumpridas as regras de distanciamento social. Colapso "é quando você pode ter o dinheiro, o plano de saúde, a ordem judicial, mas não há o sistema para entrar". Segundo a plataforma Coronavírus Brasil, o número acumulado de óbitos no País já chega a 1.532.
O encontro virtual promovido pelo IEE segue nesta quinta-feira, ao meio dia, com as participações do empresário Jorge Paulo Lemann; do presidente do Conselho de Administração da Lojas Renner, José Galló; e do fundador e CEO do Nubank, David Vélez, que irão falar sobre "O Papel do Empreendedor". A live pode ser acompanhada por todos pelas redes sociais do Fórum da Liberdade.
 
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