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Economia

- Publicada em 03 de Abril de 2020 às 13:30

Preço do leite cai para o produtor e sobe para o consumidor

Preço médio pago ao produtor, em março, teve retração, na contramão da média nacional, aponta estudo do Cepea

Preço médio pago ao produtor, em março, teve retração, na contramão da média nacional, aponta estudo do Cepea


JONATHAN HECKLER/JC
Thiago Copetti
Em uma sequência de problemas também enfrentados por outros setores devido ao coronavírus, e com o agravante de ser um produto fresco e com coleta diária, em alguns casos, o leite deve ter seu preço elevado em breve. Uma pequena alta, de 1,42%, no valor pago ao produtor já foi registrada em março em todo o país, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP).
Em uma sequência de problemas também enfrentados por outros setores devido ao coronavírus, e com o agravante de ser um produto fresco e com coleta diária, em alguns casos, o leite deve ter seu preço elevado em breve. Uma pequena alta, de 1,42%, no valor pago ao produtor já foi registrada em março em todo o país, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP).
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No Rio Grande do Sul, porém, o movimento seguiu caminho oposto ao menos até mês passado. De acordo com o Cepea, o preço pago pelas indústrias ao produtor gaúcho caiu. Passou de, em media, R$ 1,32 em fevereiro para R$ 1,30 em março. Queda, portanto, de 1,15%, e com valores abaixo da média nacional e do pago, por exemplo, aos produtores da vizinha Santa Catarina, que remunerou com quase R$ 1,42 o litro em março ante R$ 1,40 um mês antes.
A alta nas gôndolas dos supermercados do Rio Grande do Sul, segundo levantamento da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), foi registrada entre fevereiro e março. O preço médio do litro de leite longa vida no Estado passou de R$ 2,68 para R$ 2,71 _ reajuste de 1,11%. As divergências em torno do preço do leite entre o produtor, a indústria e varejo já teria inclusive causado polêmicas e divergências, nesta semana, entre representantes do comércio e do setor industrial.
"Houve reajuste pela indústria nas duas últimas semanas. O que as indústrias vendiam em 30 dias em março, normalmente, venderam em 15 dias neste ano. E agora em abril começa tradicionalmente uma entressafra do leite, mas neste ano ocorreu antes, com a estiagem", diz o presidente da Agas, Antônio Longo.
Divergências sobre a origem do aumento de preços ao consumidor, que já ocorre normalmente, neste caso se acirra por que os valores pagos ao produtor não estão acompanhando o mesmo movimento. De acordo com o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat), o valor inferior pago aos produtores gaúchos seria reflexo principalmente de dois fatores: frete e destinação do produto.
Darlan Palharini, secretário-executivo do sindicato, justifica que as indústrias do Estado têm custo maior de frente para levar a produção ao principal mercado consumidor, São Paulo, custo extra de até R$ 0,07 a mais a cada 20 litros.
“Além disso, Santa Catarina tem 60% da produção voltado para o queijo, quem tem maior valor agregado. No Rio Grande do Sul, gira em torno de 15%. Além disso, o setor trabalhou boa parte de 2019 com preços até abaixo do custo, no caso do Leite UHT, e agora se recompôs um pouco”, defende Darlan.
No varejo, diz Darlan, alta não é maior porque muitos comerciantes optam por trabalhar com margens mínimas no leite, ou até a preço de custo, para atrair os clientes. O produto, assegura o executivo, tem elevada variação de preço no comércio e precisa de atenção do consumidor na pesquisa que faz sobre os valores oferecidos.
“Eu mesmo já encontrei o litro a menos de R$ 3 em uma rede, a pouco mais disto em outra e até por R$ 4,5 em um mercado de bairro. A variação é muito grande, e sempre houve essas divergência sobre onde está sendo praticada a alta, se na indústria ou no varejo, ou em ambos”, opina Palharini.
E com a alta já registrada nos valores do milho usado na alimentação animal, por exemplo, devido a perdas na estiagem, e com custos maiores na indústria com novos processos de segurança contra o coronavírus, o valor ainda pode ter reajustes para cima nos próximos dias.
“Iogurte e requeijão tiveram produção e venda reduzidos, e são produtos de maior valor agregado. Boa parte era vendido para restaurantes, food services e outros negócios, muitos deles paralisados. Com isso, as margens da indústria ficam retraídas”, argumenta Darlan.
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