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turbulência global

- Publicada em 13 de Março de 2020 às 03:00

Bolsas pelo mundo têm o pior dia em 30 anos

As bolsas de valores do mundo tiveram o pior pregão desde 19 de outubro de 1987 na quinta-feira (12), período conhecido como Segunda-Feira Negra, no qual o índice Dow Jones desabou 22,61%. No Brasil, o Ibovespa derreteu 14,78%, marca só vista anteriormente em 1998 - ainda na quinta-feira, a bolsa brasileira acionou duas vezes o circuit breaker (quando as cotações caem 10% e 15%, respectivamente).
As bolsas de valores do mundo tiveram o pior pregão desde 19 de outubro de 1987 na quinta-feira (12), período conhecido como Segunda-Feira Negra, no qual o índice Dow Jones desabou 22,61%. No Brasil, o Ibovespa derreteu 14,78%, marca só vista anteriormente em 1998 - ainda na quinta-feira, a bolsa brasileira acionou duas vezes o circuit breaker (quando as cotações caem 10% e 15%, respectivamente).
O pregão brasileiro escapou do terceiro circuit breaker do dia por pouco. Por volta das 13h50min, o Ibovespa cedia 19,60% quando o Fed, banco central americano, anunciou compras de títulos do Tesouro americano, o que aumenta a liquidez no mercado financeiro.
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A medida inverteu a aceleração do tombo - caso a marca de 20% de queda fosse atingida, um terceiro circuit breaker seria acionado, dessa vez, por tempo indeterminado.
No início das negociações desta quinta-feira, o mecanismo foi acionado duas vezes. A primeira foi logo na abertura do pregão, às 10h21min, quando a bolsa chegou a cair 11,65%. A parada foi de meia hora. A segunda foi às 11h12min, quando o índice recuou 15,43%. Nesta semana, o circuit breaker foi acionado quatro vezes, reflexo da piora da percepção do coronavírus sobre a economia global.
Gol e Azul voltaram a compartilhar a ponta negativa do Ibovespa, com a primeira em queda de 36,29% e a segunda, de 32,89%, no fechamento de quinta-feira, com CVC logo a seguir, em baixa de 29,11%. O setor de turismo tem sido o mais castigado pela disseminação global do coronavírus.
Entre as blue chips, Petrobras PN fechou em baixa de 20,50%, e a ON, de 21,08%, enquanto Vale ON cedeu 13,23% na sessão. Como tem sido a norma em dias de queda espalhada, nenhuma ação do Ibovespa fechou o dia no positivo. Entre os bancos, Bradesco PN caiu 13,41%; Banco do Brasil, 13,29%; e Itaú Unibanco, 9,82%.
Nos Estados Unidos, a Bolsa de Nova York também acionou o circuit breaker no início do pregão desta quinta-feira, parando negociações por 15 minutos, quando o índice S&P 500 caiu mais de 7%.
Na Europa, índices acionários que reúnem as maiores empresas da região tiveram as piores perdas da história nesta quinta-feira. O FTSEurofirst 300 caiu 11,53%, enquanto o índice pan-europeu Stoxx 600 perdeu 11,48%.
As quedas em todo o planeta desaceleraram com a notícia de que o Fed de Nova York vai injetar US$ 1,5 trilhão em operações.

Após passar de R$ 5,00, BC intervém e dólar termina cotado a R$ 4,789

No Brasil, após o Banco Central (BC) realizar quatro leilões à vista, o dólar reduziu alta e fechou a R$ 4,789, novo recorde nominal. Na abertura do mercado, a cotação da moeda ultrapassou os R$ 5,00 pela primeira vez na história.
Na avaliação do sócio e gestor da Absolute Invest, Roberto Serra, com os juros baixos no Brasil, o movimento de carry trade havia parado, estratégia em que um investidor toma recursos em um mercado de juro baixo e aplica em outro de taxas altas. "Os investidores estavam sem muita alavancagem em moedas", disse ele. Investidores têm mostrado frustração com a falta de medidas mais claras de Donald Trump para fazer face aos efeitos do coronavírus, o que ajuda a desencadear movimento de busca de porto seguro. O sócio da gestora Portofino Investimentos, Adriano Cantreva, ressalta que os governos têm mostrado reação rápida ao redor do mundo e Trump não vai querer chegar perto das eleições com a economia americana muito enfraquecida.
Para ele, a expectativa é de que os efeitos da doença sejam transitórios, inclusive no Brasil, onde o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer menos que o esperado em 2020. A gestora SPX Capital já prevê avanço de apenas 0,9% neste ano. Por enquanto, o clima é de "corrida para ativos sem risco", ressalta Cantreva.