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Economia

- Publicada em 02 de Março de 2020 às 03:00

BIO 8 busca uso para materiais descartáveis

No campus da Pucrs, mesas e bancos usados pelo Canal Café são produzidos com material reciclado

No campus da Pucrs, mesas e bancos usados pelo Canal Café são produzidos com material reciclado


/LUIZA PRADO/JC
Apesar da reciclagem vir ganhando força no Brasil nos últimos anos, muitos rejeitos acabam não tendo novos aproveitamentos. Pensando em ampliar as possibilidades de reutilização de materiais, a cooperativa BIO 8, uma startup de São Leopoldo, trabalha com o que chama de tecnologia para valorização de resíduos, aproveitando produtos descartáveis, que não têm mais valor comercial e que, inicialmente, seriam destinados aos aterros sanitários. Podem ser utilizados insumos como poliéster, serragem, plásticos que normalmente não seriam reciclados, borracha, entre outros.
Apesar da reciclagem vir ganhando força no Brasil nos últimos anos, muitos rejeitos acabam não tendo novos aproveitamentos. Pensando em ampliar as possibilidades de reutilização de materiais, a cooperativa BIO 8, uma startup de São Leopoldo, trabalha com o que chama de tecnologia para valorização de resíduos, aproveitando produtos descartáveis, que não têm mais valor comercial e que, inicialmente, seriam destinados aos aterros sanitários. Podem ser utilizados insumos como poliéster, serragem, plásticos que normalmente não seriam reciclados, borracha, entre outros.
O diretor de Relacionamento da BIO 8, Luciano Suminski, enfatiza que itens que já possuem retorno financeiro garantido, como latinhas de alumínio, não são o foco da cooperativa. O interesse está em reaproveitar algo que nenhuma outra empresa consegue. "Trabalhamos com a transformação de resíduos que, hoje, vão para aterros sanitários, que representam custos para as empresas e ônus ambiental para a sociedade como um todo", reitera.
Conforme o dirigente, apesar da vigência da Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei nº 12.305/12 -, apenas 3% dos rejeitos do Brasil são reciclados. Dos que são direcionados para reciclagem, 60% são considerados sem valor comercial e, portanto, descartados. Um caso em que a cooperativa atuou foi a fabricação de móveis, como mesas e bancos do Canal Café - estabelecimento que fica próximo ao Tecnopuc -, para os quais poliéster é misturado com BOPP (material usado em saquinhos laminados de salgadinhos, por exemplo).
A BIO 8, juntamente com a AVM Engenharia, de Rio Grande, são as duas startups gaúchas que estão entre as 18 empresas selecionadas no programa Aceleradora 100 , da Ambev. As companhias concorrem a um prêmio de R$ 100 mil e à oportunidade de apresentar seus projetos a investidores na sede da ONU, em Nova York. O grupo rio-grandino possui experiências no uso de garrafas de vidro na construção de casas.
Com a Ambev, Suminski diz que a BIO 8 está analisando a possibilidade de utilizar rejeitos plásticos da cervejaria para a produção de outro material e uma opção estudada é a fabricação de paletes. O dirigente salienta que uma vantagem dessa espécie de "madeira plástica" que seria utilizada como matéria-prima seria resistência, impermeabilidade e imunidade ao ataque de cupins.
Suminski comenta que a filosofia da cooperativa é tratar a questão da sustentabilidade ambiental, mas com reflexo econômico saudável para as empresas. Ele recorda que já foram feitos diversos testes de misturas. Um caso curioso foi a utilização de plásticos que envolviam alfajores, com restos de chocolate, que faziam com que a matéria-prima produzida saísse com cheiro do doce. Suminski informa que, até dezembro do ano passado, a cooperativa havia contabilizado mais de mil tipos de misturas experimentadas.
A tecnologia do equipamento que faz essa mistura foi patenteada pela BIO 8. "Não concorremos com outros elementos da cadeia de reciclagem, criamos uma alternativa para o descarte definitivo que é o aterro sanitário", frisa o dirigente.
 
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