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Mercado de Capitais

- Publicada em 25 de Fevereiro de 2020 às 20:05

B3 reabre atenta a impactos do coronavírus

Para Mnuchi, impacto do surto na economia ficará mais claro em três a quatro semanas

Para Mnuchi, impacto do surto na economia ficará mais claro em três a quatro semanas


EITAN ABRAMOVICH/AFP/JC
A Bolsa brasileira (B3) deve voltar do feriado de Carnaval em forte queda nesta quarta-feira (26), quando reabre às 13h. Enquanto as negociações brasileiras permaneceram paralisadas, o fundo de índice (ETF) que replica o Ibovespa em dólar (iShares MSCI Brazil) recua 6,4% desde segunda (24) na Bolsa de Nova York.
A Bolsa brasileira (B3) deve voltar do feriado de Carnaval em forte queda nesta quarta-feira (26), quando reabre às 13h. Enquanto as negociações brasileiras permaneceram paralisadas, o fundo de índice (ETF) que replica o Ibovespa em dólar (iShares MSCI Brazil) recua 6,4% desde segunda (24) na Bolsa de Nova York.
A queda reflete o aumento da preocupação de investidores com o impacto econômico do coronavírus, que se alastra fora da China, em especial, na Europa.
"A tendência é que o Ibovespa caia também. Os dois índices andam, em tese, juntos. Tudo indica que a queda do Ibovespa vai ser bem pesada", afirma o economista-chefe da Necton, André Perfeito.
Os recibos de ações (ADRs) de Petrobras e Vale negociados na Bolsa de Nova York caíram 8,8% e 10%, respectivamente, desde segunda (24). Os ADRs da Gerdau acumulam queda de 8,6% e as do Bradesco, de 5%. 
O risco-país brasileiro medido pelo CDS (Credit Default Swap) de cinco anos subiu 12,5% nos últimos dois dias para 104,9 pontos, maior valor desde 27 de janeiro.
Como o EWZ e os ADRs brasileiros são negociados em dólar, a queda do mercado brasileiro pode ser ainda mais acentuada, por incorporar uma eventual alta da moeda americana. 
Nesta terça-feira, porém, o dólar perdeu força ante as principais moedas globais. O índice DXY, que mede a força internacional do dólar, caiu 0,4% após subir 0,1% na segunda. 
A desvalorização reflete a aposta de investidores de novos cortes na taxa de juros americana. O mercado precifica uma chance de 50% de um corte de 0,25 ponto no início de abril e mais de 0,50 ponto em reduções até o final do ano. Os cortes seriam uma maneira de estimular a economia, que deve ser impactada pelo coronavírus.
Os preços do petróleo também continuam a cair. O barril de Brent recuou 2,3% para US$ 55 e o WTI caiu 2,6% para US$ 50.
Na segunda-feira (24), as principais Bolsas globais tiveram fortes quedas com o surgimento de novos surtos da doença em países fora da China, especialmente na Itália. Na Europa, índices tiveram a pior queda desde 2016 e o ouro, ativo de segurança, foi ao maior patamar desde 2013.
"O coronavírus pode até estar desacelerando na China continental, mas o grande salto registrado no fim de semana em vários países deve provocar reavaliações nas estimativas de crescimento global em 2020", disse Ryan Detrick, estrategista sênior da gestora LPL Financial. "Poderemos ver uma rápida diminuição dos lucros e das perspectivas de crescimento." Na Itália, a projeção dos economistas é de que o Produto Interno Bruto (PIB) caia entre 0,5% e 1% neste ano, por conta do surto da doença.
O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, avalia que ainda é cedo para estimar a extensão dos impactos do surto de coronavírus sobre a economia global, mas que a disseminação do vírus é preocupante. 
"Baseado em tudo que vimos, é gerenciável, mas a situação pode mudar. Em três ou quatro semanas, teremos melhores dados", afirmou Mnuchin em entrevista à CNBC, durante encontro do G-20 em Riad, na Arábia Saudita.
"Não acho que as pessoas deveriam estar entrando em pânico, mas, por outro lado, é preocupante", disse o secretário. "Apesar de a velocidade com a qual o vírus se espalha ser muito significante, a taxa de mortalidade é bem pequena. É algo que estamos monitorando com cuidado", afirmou.
Quando perguntado sobre a possibilidade de uma resposta fiscal dos EUA a uma eventual desaceleração mais intensa da economia por causa do coronavírus, o secretário disse que "não há dúvidas sobre isso" e que essa foi a mensagem dos Estados Unidos aos demais países do G-20.

Bolsas mundiais têm mais um pregão de forte baixa

Em Nova York, Índice Dow Jones fechou em queda de 3,15%

Em Nova York, Índice Dow Jones fechou em queda de 3,15%


SCOTT HEINS/GETTY IMAGES/AFP/JC
As bolsas norte-americanas e europeias fecharam em baixa significativa nesta terça-feira (25), ampliando as robustas perdas de segunda-feira, em meio a crescentes temores com a disseminação do novo coronavírus em outros países além da China, incluindo Itália, Coreia do Sul e Irã.
Na Itália, o número de casos confirmados da doença saltou para 283, com sete mortes. O contágio se concentra no norte do país, onde ao menos 11 cidades estão sob quarentena. Já a Coreia do Sul relatou 977 casos e dez óbitos, enquanto o Irã fala em pelo menos 95 infectados - incluindo o vice-ministro de Saúde do país, Iraj Harirch - e 15 mortos.
Nos Estados Unidos, o Índice Dow Jones fechou em queda de 3,15% na bolsa de Nova York. Já o Nasdaq, de ações de empresas de tecnologia, teve baixa de 2,77%. Em coletiva de imprensa, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou que o governo americano está "profundamente preocupado" com a possibilidade de o Irã ter suprimido informações vitais sobre os casos locais de coronavírus.
Na Europa, Áustria, Croácia e Suíça anunciaram seus primeiros casos. %, O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 1,76%.
Além da questão do vírus, que promete prejudicar o crescimento global este ano, o quadro macroeconômico na Europa continua desanimando. O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha, a maior economia do continente, ficou estável no quarto trimestre de 2019 ante o terceiro e mostrou expansão de 0,4% na comparação anual, segundo revisão que confirmou estimativas preliminares.
O índice acionário italiano FTSE-Mib caiu 1,44%, após sofrer um tombo de quase 5,5% em Milão no pregão anterior.
Em outros mercados europeus, o britânico FTSE-100 recuou 1,94% em Londres, o francês CAC-40 também cedeu 1,94% em Paris, o alemão DAX-30 teve queda de 1,88% em Frankfurt, o espanhol IBEX-35 registrou perda de 2,45% em Madri, e o português PSI-20 se desvalorizou 2,28% em Lisboa.
Já as bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta terça-feira. Na China continental, o Xangai Composto recuou 0,60%, mas o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,51%.
O sul-coreano Kospi subiu 1,18% em Seul, apagando parte da queda de quase 4% de segunda-feira, enquanto o Hang Seng avançou 0,27% em Hong Kong, e o Taiex registrou ganho marginal de 0,05% em Taiwan. Já o índice Nikkei, que na segunda-feira não operou por causa de um feriado no Japão, sofreu um tombo de 3,34% em Tóquio nesta terça-feira.

Preço do ouro cai

As preocupações com o coronavírus e seus potenciais reflexos sobre a economia mundial que dominaram nesta terça-feira os mercados no exterior e provocaram uma fuga de ativos de risco não se traduziram em aumento da demanda por ouro.
Na Comex, o contrato para abril do metal precioso fechou em queda de 1,59%, a US$ 1650 por onça-troy, após ter registrado ontem o maior preço em sete anos.
Na avaliação dos analistas do Commerzbank, os avanços recentes do ouro abriram espaço para uma realização de lucros de curto prazo, mas há potencial para que o metal continue avançando nos próximos pregões, podendo ultrapassar a marca de US$ 1700 por onça-troy.

Bancos chineses ampliam crédito e cortam taxas a empresas atingidas

O Conselho de Estado da China, que equivale ao gabinete do país, divulgou, nesta terça-feira, uma série de medidas para fazer com que bancos estatais concedam mais empréstimos e cortem taxas de juros para pequenas empresas atingidas pelo surto de coronavírus.
Em reunião presidida pelo primeiro-ministro Li Keqiang, o conselho disse que aumentará em 500 bilhões de yuans (US$ 71,2 bilhões) a cota de refinanciamento para empréstimos de bancos a pequenas empresas e fazendeiros, e cortou os juros dos mecanismos de financiamento em 0,25 ponto percentual para reduzir os custos para as empresas.
O gabinete também determinou que os três grandes bancos públicos da China disponibilizem 350 bilhões de yuans (US$ 49,7 bilhões) em empréstimos especiais com juros baixos para pequenas empresas privadas.
Os novos empréstimos emitidos pelos credores estatais do país tem de crescer a um ritmo anual de 30% durante a primeira metade de 2020, disse o Conselho de Estado.
O órgão também deu um período de carência mais longo para todas as empresas da província de Hubei - epicentro do surto de coronavírus - para quitarem seus empréstimos bancários e juros sem punição, já que as companhias enfrentam dificuldades de retomar a produção em meio às estritas medidas de prevenção no local.
O Conselho de Estado ainda isentou empresários individuais de Hubei de impostos sobre o valor agregado por três meses, medida que entra em vigor em março.