Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Transportes

- Publicada em 18 de Fevereiro de 2020 às 21:25

Abastecimento de postos pode ser afetado por greve

Sindicalistas não descartam problemas de fornecimento nesta semana

Sindicalistas não descartam problemas de fornecimento nesta semana


MARIANA CARLESSO/ARQUIVO/JC
A greve nacional dos petroleiros, que se iniciou no dia 1º de fevereiro por causa de demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), da Petrobras, gera preocupação quanto a problemas de abastecimento de combustíveis no Estado. De acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande Sul (Sindipetro-RS), dos cerca de 700 funcionários próprios da refinaria Alberto Pasqualini (Refap), de Canoas, em torno de 70% aderiram à paralisação.
A greve nacional dos petroleiros, que se iniciou no dia 1º de fevereiro por causa de demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), da Petrobras, gera preocupação quanto a problemas de abastecimento de combustíveis no Estado. De acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande Sul (Sindipetro-RS), dos cerca de 700 funcionários próprios da refinaria Alberto Pasqualini (Refap), de Canoas, em torno de 70% aderiram à paralisação.
Após decisão do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra, que considerou a greve abusiva e ilegal, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) está estudando a posição que tomará. Por enquanto, o presidente do Sindipetro-RS, Fernando Maia da Costa, ressalta que a intenção é de manter a greve. Ele destaca que, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, houve um ato na frente do edifício-sede da Petrobras com vários trabalhadores da categoria.
Sobre as condições de abastecimento de combustíveis no Rio Grande do Sul, Maia destaca que não tem acesso às informações dos estoques da Refap e das distribuidoras, mas, como a Petrobras está sendo intransigente, qualquer desabastecimento seria de responsabilidade da gestão do presidente da companhia, Roberto Castello Branco, que não está dialogando com os petroleiros. O diretor do Sindipetro-RS, Dary Beck Filho, não descarta que, ainda nesta semana, possam ocorrer problemas de fornecimento.
Beck Filho comenta que, dentro da refinaria, há um grupo de contingência, formado por cerca de 70 pessoas, para tentar manter a operação, mas esse pessoal já está cansando. Maia detalha que esse conjunto de pessoas é formado por supervisores e coordenadores que são deslocados de função para suprir vagas na operação. O presidente do sindicato acrescenta que, por serem funcionários que, há algum tempo, não atuam na planta, isso cria certo risco na atividade.
Sobre a manutenção ou não da paralisação, Maia adianta que será uma decisão do coletivo dos trabalhadores. É a greve mais longa dos petroleiros desde 1995, quando a mobilização durou 31 dias. "Estamos brigando por empregos, pela sociedade e pelo respeito de um acordo coletivo que foi assinado no Tribunal Superior do Trabalho", frisa. Beck Filho complementa que a decisão do ministro Ives Gandra sobre a paralisação é inconstitucional, sendo uma agressão frontal ao direito de greve.
Na noite de ontem, o Tribunal Regional do Trabalho do Paraná determinou a suspensão das demissões na Fafen-RS/Ansa até a próxima audiência entre o sindicato e a estatal, que irá ocorrer em março.

Sulpetro manifesta preocupação com a situação dos combustíveis

O presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal'Aqua, atesta que, atualmente, não há problemas quanto ao abastecimento de combustíveis no Estado. No entanto, o dirigente admite que a situação preocupa e que não se pode afastar a possibilidade de dificuldades futuras de abastecimento, caso a greve dos petroleiros ganhe mais força e se estenda.
Dal'Aqua sustenta que a questão já poderia ter sido resolvida há mais tempo. O presidente do Sulpetro diz que a Petrobras está tomando medidas para atenuar os reflexos da situação, como, por exemplo, dando incentivos a quem se mantém trabalhando, como remuneração antecipada. Dal'Aqua considera a ação dos petroleiros como inapropriada e frisa que a população não deveria ser penalizada com a paralisação. Já o diretor do Sindipetro-RS, Dary Beck Filho, enfatiza que os trabalhadores não gostam de fazer greve, mas não é possível aceitar cerca de mil demissões sem discussão, como foi o caso na Fafen.
Beck Filho acrescenta que as dispensas no Paraná geraram o receio de que o mesmo ocorra em outras unidades da Petrobras, inclusive na Refap.
Em nota, a Petrobras afirma que "não há impactos na produção de petróleo e de combustíveis decorrentes da greve iniciada em 1º de fevereiro. Nenhuma plataforma de produção, refinaria, unidade de processamento de gás natural ou térmica teve adesão total à paralisação irregular. As entidades sindicais estão descumprindo a decisão judicial de manutenção de 90% do efetivo necessário para manter a operação em condições de normalidade, mas a Petrobras tem mantido a produção por meio da atuação de equipes de contingência e de empregados que não aderiram ao movimento. A produção diária e os estoques de combustíveis garantem a oferta ao mercado e afastam a possibilidade de desabastecimento".
Ainda segundo o comunicado, "as equipes de contingência são formadas por trabalhadores da Petrobras e profissionais temporários ou empresas contratadas, conforme autorização da Justiça. Esses profissionais são treinados para operar os ativos da companhia em condições especiais como é o caso da equipe de contingência. Eles cumprem carga horária diferenciada da que é normalmente aplicada nas plataformas e nos regimes de turno das refinarias, mantendo-se, pelo menos, 12 horas diárias de descanso. A Petrobras informa regularmente à ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) o volume de combustíveis produzido em suas refinarias, assim como a produção de petróleo, não sendo observada queda dos estoques, o que evidencia a normalidade nas operações".