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Economia

- Publicada em 13 de Fevereiro de 2020 às 21:13

Clima afeta tamanho das maçãs nesta safra

Com 14,5 mil hectares de pomares cultivados, Estado responde por cerca de 45% da produção nacional

Com 14,5 mil hectares de pomares cultivados, Estado responde por cerca de 45% da produção nacional


/CLAUDIA CHISSINI/RASIP/DIVULGAÇÃO/jc
Marcelo Beledeli
O tamanho das maçãs gaúchas da safra 2019/2020 está mais reduzido neste ano, devido a fatores climáticos. No entanto, mesmo com frutas menores, o volume produzido em 2020 no Rio Grande do Sul deve crescer de 7% a 10%, alcançando até 520 mil toneladas. Essas são as expectativas da Associação Gaúcha de Produtores de Maçã (Agapomi) para a colheita, que já está começando nas regiões produtoras dos Campos de Cima da Serra.
O tamanho das maçãs gaúchas da safra 2019/2020 está mais reduzido neste ano, devido a fatores climáticos. No entanto, mesmo com frutas menores, o volume produzido em 2020 no Rio Grande do Sul deve crescer de 7% a 10%, alcançando até 520 mil toneladas. Essas são as expectativas da Associação Gaúcha de Produtores de Maçã (Agapomi) para a colheita, que já está começando nas regiões produtoras dos Campos de Cima da Serra.
"Antes da estiagem, tínhamos uma expectativa de alcançar até 550 mil toneladas, pois tivemos um clima favorável para a cultura no inverno. Mas agora as frutas estão com um peso médio entre 105 e 110 gramas, ao invés dos 120 gramas que esperávamos", explica José Sozo, presidente da Agapomi. Entretanto, se o peso está menor, outras características estão mais animadoras. "As frutas estão mais doces e vermelhas do que no ano passado, detalhes que o consumidor valoriza bastante", afirma Sozo.
Para Celso Zancan, diretor de Operações da produtora e distribuidora de maçãs Rasip, de Vacaria, mais do que a estiagem, o principal fator para a redução do tamanho das maçãs foi o inverno ameno de 2019. "Todo o Hemisfério Sul está com frutas menores, inclusive na Argentina, onde há irrigação. Por isso, atribuo às temperaturas amenas do inverno a principal razão para a redução do tamanho, e não à estiagem", afirma. Zancan também destaca que, mesmo menores, as frutas possuem boa coloração, aspecto e sabor.
Entretanto, apesar das qualidades apreciadas pelo público, o calibre (tamanho) menor das frutas pode gerar perdas de receitas para os produtores. "Como o calibre é menor, muitas frutas podem não ser mandadas para o consumo in natura, mas serem destinadas para outros usos, como fabricação de suco, o que pode reduzir o faturamento", destaca Elson Schneider, coordenador da Comissão de Fruticultura da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).
De acordo com a Agapomi, o Rio Grande do Sul possui 14,5 mil hectares de macieiras, divididos entre 450 a 500 produtores. O Estado é responsável por cerca de 45% da produção nacional de maçãs (cerca de 1,15 milhão de toneladas), atrás de Santa Catarina, com 50%. No entanto, os gaúchos realizam 80% das exportações brasileiras da fruta. "Os catarinenses têm uma produção forte da variedade fuji, que não é muito procurada no exterior por características de coloração, uniformidade e sabor. Aqui, plantamos mais a gala, que representa 70% da produção local e tem mais mercado", explica o presidente da associação.
Mesmo assim, a quantidade de exportações gaúchas ainda é pequena diante do total produzido: apenas 5% a 6% das frutas colhidas no Estado são vendidas no exterior. A redução do tamanho dos frutos pode prejudicar negócios com mercados premium, como a Europa. Mesmo assim, Sozo acredita que os resultados devem ser bons, devido às oportunidades em países da Ásia e ao ganho cambial com a alta do dólar. "A China, que é o maior produtor do mundo, com 40 milhões de toneladas (50% da produção global), está na entressafra. Temos boa aceitação em mercados que são tradicionalmente atendidos pelos chineses, como Paquistão, Bangladesh e outros países da Ásia, que compram frutas menores e de segunda qualidade", explica.
A Rasip tem a perspectiva de comercializar de 65 mil a 70 mil toneladas da fruta ao longo de 2020, sendo 55 mil provenientes de produção própria e o restante de terceiros. A empresa pretende exportar de 15% a 20% de suas maçãs. "O câmbio está muito favorável, e existem ótimas oportunidades em mercados como a Rússia, que é o maior importador global e está em conflito com a União Europeia, que é um grande produtor. Além disso, a Índia também vem abrindo boas possibilidades de negócios", afirma Zancan.
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