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Privatização

- Publicada em 10 de Fevereiro de 2020 às 21:18

Governo gaúcho espera mínimo de três concorrentes pela CEEE

Cronograma de oferta prevê que estatal de energia terá sua venda iniciada em meados de setembro

Cronograma de oferta prevê que estatal de energia terá sua venda iniciada em meados de setembro


/FERNANDO C. VIEIRA/CEEE/DIVULGAÇÃO/JC
"Quanto mais, melhor" é o lema seguido pelo governo gaúcho sobre a perspectiva de concorrentes no processo de privatização das suas estatais. Conforme o secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos Júnior, Sulgás e o Grupo CEEE deverão atrair uma quantidade semelhante de interessados e a expectativa é de que, no mínimo, três ou quatro empreendedores participem de cada disputa. "Mas, trabalhamos para conseguir um número maior", salienta.
"Quanto mais, melhor" é o lema seguido pelo governo gaúcho sobre a perspectiva de concorrentes no processo de privatização das suas estatais. Conforme o secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos Júnior, Sulgás e o Grupo CEEE deverão atrair uma quantidade semelhante de interessados e a expectativa é de que, no mínimo, três ou quatro empreendedores participem de cada disputa. "Mas, trabalhamos para conseguir um número maior", salienta.
Um acordo de cooperação entre governo do Estado e BNDES foi firmado no ano passado para auxiliar no processo de privatização das empresas. O resultado dessa parceria foi a contratação do Consórcio Pampagás (formado por BR Partners - banco coordenador do consórcio, Lefosse Advogados - firma especializada em operações complexas, VG&P - grupo focado em direito público e LMDM - consultoria da área de gás e energia) que vai auxiliar nos trâmites da venda da Sulgás. Nessa segunda-feira, os envolvidos nesse empreendimento (técnicos, integrantes da estatal e do governo gaúcho) tiveram uma reunião, no Centro Administrativo do Estado, que foi considerada o "pontapé inicial" das ações a serem tomadas. O encontro serviu para detalhar a forma de atuação desses consultores e, em contrapartida, a distribuidora de gás natural apresentou números e projeções da companhia.
A partir desse contato, será estabelecido um cronograma de trabalho e a projeção é que a disputa pela privatização da Sulgás ocorra no começo de 2021. Antes disso, em meados de setembro ou outubro, deverá acontecer a venda do Grupo CEEE. Lemos recorda que ainda não foi batido o martelo se essa companhia será alienada separadamente (dividindo o segmento de geração e transmissão do de distribuição) ou em conjunto, porém a tendência atual é que a venda seja fracionada. O secretário acrescenta que não está sendo trabalhado um cronograma para a privatização da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), mas o BNDES irá fazer uma avaliação sobre o mercado carbonífero no qual a empresa atua.
Entre os serviços que serão prestados pelos consultores estão relatórios sobre questões técnicas, financeiras e jurídicas. Lemos evita falar em valores possíveis com as alienações das empresas, pois, segundo dado de uma consultoria que acompanha o processo de privatização do grupo CEEE, cada novo interessado na disputa, pode elevar em 5% o preço final da companhia.
Apesar do encontro no Centro Administrativo nessa segunda-feira ter sido fechado, o secretário adianta que futuramente será realizada uma audiência pública para apresentar as informações e os números envolvidos no procedimento de privatização. Ainda não está confirmado se haverá uma ou mais audiências relativas à cada estatal, mas a previsão é que o encontro relativo ao Grupo CEEE ocorra entre abril e maio e o da Sulgás no segundo semestre deste ano. A partir de agora, Lemos comenta que será mantido um fluxo de troca de informações e de dados e, provavelmente, a próxima reunião acontecerá em um ou dois meses.

Associação de funcionários espera reversão da venda

Sandra reforça que a Sulgás tem papel estratégico no desenvolvimento

Sandra reforça que a Sulgás tem papel estratégico no desenvolvimento


/ASSULGÁS/DIVULGAÇÃO/JC
A secretária-geral da Associação dos Empregados da Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Assulgás), Sandra Paravisi, ressalta que não perdeu a esperança que a privatização da Sulgás possa ser revertida, porém admite que não se trata de algo fácil. A principal aposta da dirigente está concentrada em uma ação direta de inconstitucionalidade, proposta pelas direções nacionais do PSOL, do PT e do PCdoB ao Supremo Tribunal Federal (STF), que solicita a anulação da emenda constitucional que retirou a obrigatoriedade de plebiscito para a venda da distribuidora, assim como da CEEE e da CRM.
Sandra argumenta que, além do interesse dos funcionários, é importante para a sociedade manter a empresa como pública por se tratar de uma companhia estratégica para o desenvolvimento do Estado. Ela cita o exemplo do uso do biometano (desenvolvido a partir de materiais orgânicos, como dejetos suínos), que é uma solução ecologicamente correta e que poderia ser descartada por um grupo que só visasse ao lucro puramente.
A integrante da Assulgás frisa a que a empresa é saudável financeiramente. Ela recorda que em 2018 o lucro da estatal foi de R$ 73 milhões e em março deve ser publicado o balanço relativo ao ano passado, que deve superar o resultado anterior. Sandra acrescenta que a Sulgás já atende a 42 municípios e segue crescendo (as próximas ampliações deverão abranger Gramado, Canela e região). De acordo com a dirigente, a companhia é a terceira no País em número de municípios abrangidos e a quarta em execução de redes de gasodutos. A estatal conta com aproximadamente 120 funcionários