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turismo

- Publicada em 09 de Fevereiro de 2020 às 21:03

São José dos Ausentes busca mais turistas

Região também tem cânions, além de vinícolas e pousadas à disposição dos visitantes

Região também tem cânions, além de vinícolas e pousadas à disposição dos visitantes


JEFFERSON KLEIN/ESPECIAL/JC
Mesmo tendo sido cenário de diversas produções televisivas, São José dos Ausentes, nos Campos de Cima da Serra, ainda é desconhecida de muitos gaúchos e turistas. Com oito cânions, o lugar encanta por suas belezas naturais. Apostando nesse potencial, empreendedores e o poder público local estão convictos de que o município ficará cada vez mais conhecido, atraindo um maior número de visitantes e espalhando o turismo para a região como um todo.
Mesmo tendo sido cenário de diversas produções televisivas, São José dos Ausentes, nos Campos de Cima da Serra, ainda é desconhecida de muitos gaúchos e turistas. Com oito cânions, o lugar encanta por suas belezas naturais. Apostando nesse potencial, empreendedores e o poder público local estão convictos de que o município ficará cada vez mais conhecido, atraindo um maior número de visitantes e espalhando o turismo para a região como um todo.
A perspectiva está fundamentada, por ironia, justamente em fatores que deram nome à cidade: o clima frio e a geografia peculiar. Essas condições faziam com que, no passado, as pessoas deixassem o lugar estando "ausentes" do município que tem São José como padroeiro. Agora, esse clima gelado e as formações geológicas únicas são ideais para atrair pessoas que querem descansar ou fazer alguma atividade de aventura, como trekking ou ralis, longe dos grandes centros urbanos.
"Para nós, não é o fim do mundo, é o começo do mundo", brinca a proprietária da Pousada Fazenda Potreirinhos, Nilda Nakes, que trabalha recebendo pessoas há 24 anos. Ela destaca que quem se hospeda no lugar busca conhecer a cultura das pessoas que vivem na região. "É uma família recebendo outra família." A casa, que foi adaptada para ser uma pousada, já é centenária. Nilda recorda que o seu bisavô, de origem alemã e geólogo, veio para o Estado em 1889.
Algo que fica próximo da pousada e atrai diversos turistas é o chamado Desnível dos Rios (o Silveira e o Divisa), uma falha geológica, única nas Américas, onde dois rios quase se unem, fluindo lado a lado em um trecho, e depois se afastam, sendo que um está mais acima do que o outro. Outra atração ali na redondeza é o Cachoeirão dos Rodrigues, que impressiona pelo volume de água. O proprietário da Pousada Fazenda Cachoeirão dos Rodrigues, Tonico Rodrigues, abriu o estabelecimento para receber turistas em 2005, mas destaca que, já no tempo do pai dele, o lugar era um ponto de visitação.
Antes de ingressar no segmento de turismo, Rodrigues trabalhava com agricultura, pecuária e fabricação de queijo, atividades que ainda mantém. Ele confirma a perspectiva de que mais visitantes venham para a região e acrescenta que filmagens como as das novelas O profeta e Além do tempo, feitas no município, contribuíram e contribuirão para esse crescimento gradativo. Outra prova do potencial turístico é o surgimento de novos empreendedores, que revitalizam o turismo local.
O sócio e administrador da Pousada Estância das Flores, Paulo Flores, está operando desde julho de 2018 com esse espaço, localizado no município de Bom Jesus, vizinho a São José dos Ausentes, e já planeja um próximo negócio. A propriedade da Estância das Flores, que tem cerca de 200 hectares, é avaliada em R$ 8 milhões, e o investimento na reforma da pousada foi entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões. A estrutura é composta por 10 suítes, todas equipadas com calefação, banheira de hidromassagem, Wi-Fi e sacada com vista para as paisagens do terreno. Há, ainda, salas de cinema e de jogos, dois restaurantes, piscina, lago para pesca e atividades recreativas como cavalgadas, piqueniques, trilhas e uso de caiaque. "Tentamos proporcionar o máximo de experiências possíveis aos hóspedes", enfatiza Flores, que antes atuava no campo de TI e cujos avós são oriundos da região.
Não muito longe da pousada, é possível conferir um corredor de pedras que tem cerca de 200 anos (uma das hipóteses é que tenha sido construído por escravos). A estrutura possui cerca de 2 quilômetros de extensão, somente formada por pedras encaixadas, e servia para a passagem de boiadas que iam, principalmente, para Sorocaba, em São Paulo. A região, em geral, é recheada com obras semelhantes, feitas também de pedra, chamadas de mangueirões.
 

Projeto prevê construção de vilas temáticas

Paulo Flores administra pousada na região e prepara novo empreendimento

Paulo Flores administra pousada na região e prepara novo empreendimento


JEFFERSON KLEIN/ESPECIAL/JC
Além da administração da Pousada Estância das Flores, Paulo Flores adquiriu uma área de 70 hectares perto do cânion Encerra (também chamado de Amola Faca) para erguer o Parador das Flores, um complexo que segue o mesmo conceito do primeiro empreendimento, mas que ficará a 450 metros da borda do cânion e contará com vilas temáticas. A ideia é adotar desde a culinária até o padrão de construção específicos.
A expectativa é que o espaço, que abrangerá de 24 a 30 cabanas, divididas entre cinco a seis vilas, já esteja operando em cerca de dois anos. O investimento na aquisição do terreno foi na ordem de R$ 1,5 milhão, e a estimativa é aportar mais R$ 2,5 milhões para erguer as construções. Em um dia limpo, Flores diz que é possível a partir do cânion enxergar a faixa branca da areia à beira-mar.
Ele reforça que, somando as duas regiões, de São José dos Ausentes e Bom Jesus, existem 127 quedas d'água mapeadas, sendo que, em um raio de 10 quilômetros, encontram-se a sexta, a oitava e a 16ª maiores cachoeiras do País. A maior delas é a Boa Vista, com 276 metros de altura. Flores recorda também que o cânion Monte Negro possui o pico de mesmo nome, sendo o ponto mais alto do Estado, com 1.403 metros. Além do Monte Negro e do Encerra/Amola Faca, São José dos Ausentes conta com os cânions Boa Vista, Realengo, Tabuleiro, Rocinha, Cruzinha e das Tigras.
O empresário lembra que, comercialmente, sempre foi explorado o conceito da serra gaúcha em locais como Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Gramado e Canela. "A gente se tornou os Campos de Cima da Serra e teria que se formar um ambiente em que todas essas cidades ao redor sejam abrangidas, criando roteiros turísticos", defende Flores. Ele enfatiza que a região de São José dos Ausentes tem vocação para o turismo de natureza e contemplação.

Vinícola Campestre fomenta o enoturismo em Vacaria

João Carlos Zanotto prevê ainda um hotel de água termal e restaurante

João Carlos Zanotto prevê ainda um hotel de água termal e restaurante


JEFFERSON KLEIN/ESPECIAL/JC
Quando o tema é vinho, a Vinícola Campestre pretende demonstrar que não é somente o Vale dos Vinhedos, na Serra, que pode ser referência nesse quesito. A empresa iniciou, no final de janeiro, a atividade de enoturismo em sua unidade em Vacaria.
Entre as atrações estão a loja com os produtos da vinícola; a visitação ao vinhedo, às caves, aos museus do vinho e do antigo frigorífico Friva que operava na área; e o detalhamento do processo de vinificação. O espaço possui também um salão para cerca de 450 pessoas e uma de degustações. O diretor-presidente da vinícola Campestre, João Carlos Zanotto, informa que foram investidos R$ 30 milhões no complexo, sem contar a compra do terreno.
Mais adiante, diz o empresário, serão implementados um restaurante e um hotel com águas termais, provavelmente de três andares, com 120 quartos, o que deve se tornar uma realidade dentro de três a quatro anos.
A vinícola Campestre iniciou suas operações em 1968, na cidade de Campestre da Serra, e, em 2015, começou o seu projeto em Vacaria. O empresário ressalta que a meta é demonstrar que a região dos Campos de Cima da Serra pode ser uma nova opção turística, além do Vale dos Vinhedos e da região das Hortênsias. Atualmente, a vinícola comercializa 27,5 milhões de litros ao ano entre vinhos de mesa, finos, espumantes e sucos.