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Economia

- Publicada em 31 de Janeiro de 2020 às 03:00

Medidas chinesas contra o surto podem atrasar exportação e investimento

Decisão de Pequim de ampliar o recesso do Ano-Novo chinês afeta a produção do país

Decisão de Pequim de ampliar o recesso do Ano-Novo chinês afeta a produção do país


STR/AFP/JC
As medidas que o governo chinês tem tomado para conter o surto de coronavírus podem acarretar atrasos na entrega de exportações para o Brasil e maior demora para decisões de investimento. Segundo o presidente da Abimei (associação de importadores de máquinas equipamentos industriais), Ennio Crispini, a decisão de Pequim de ampliar o recesso do Ano-Novo chinês afeta a produção do país e, por consequência, as exportações.
As medidas que o governo chinês tem tomado para conter o surto de coronavírus podem acarretar atrasos na entrega de exportações para o Brasil e maior demora para decisões de investimento. Segundo o presidente da Abimei (associação de importadores de máquinas equipamentos industriais), Ennio Crispini, a decisão de Pequim de ampliar o recesso do Ano-Novo chinês afeta a produção do país e, por consequência, as exportações.
"A maioria das empresas começou esse recesso na terça-feira passada [21] e voltaria no dia 3 de fevereiro, mas a algumas fábricas o governo pediu que não retomem a produção e que funcionários fiquem em casa", afirmou.
Seis províncias da China decidiram suspender atividades não essenciais até 10 de fevereiro, estendendo o feriado. Entre elas estão Jiangsu e Guangdong, polos de fabricação de eletrônicos que ocupam posições centrais nas cadeias mundiais de suprimento.
Segundo Crispini, a suspensão de linhas de produção tem gerado apreensão entre empresários brasileiros. "Haverá algum impacto nos prazos de entrega. Algumas empresas grandes [no Brasil] estão pedindo aos fornecedores que avisem com antecedência se houver problemas motivados por essa situação", disse Crispini. "É uma situação delicada, mas o governo chinês tem sido rápido nas reações. A gente está bastante convicto da capacidade deles de tomarem as medidas necessárias, mas há um impacto econômico."
A China é um grande exportador de máquinas operatrizes (usada para fabricação de peças de materiais como plásticos, madeira e metal), aparelhos de corte a laser e de construção, de acordo com Crispini. "As maiores regiões produtoras têm grande concentração populacional e medidas restritivas. Isso afeta negócios, mas é precipitado saber a extensão que isso vai trazer para a economia. Há recomendação expressa que não se deve visitar a China a menos que seja estritamente necessário".
Para o advogado sino-brasileiro Reinaldo Rema, sócio da área de investimento estrangeiro do escritório TozziniFreire, o recesso chinês deve se prolongar por semanas. "Isso vai ter um impacto, por exemplo, na negociação de contratos e no fluxo de executivos vindos da China para o Brasil e vice-versa", afirmou. Com isso, as decisões de grandes investimentos devem ser postergadas em alguns meses.
Para Humberto Barbato, presidente da Abineee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), a disseminação rápida do vírus na China pode gerar efeitos colaterais em outras economias. "Vemos com preocupação o que isso pode gerar em termos de movimento de mercado. Não temos segurança de que o comportamento do mercado de ações permita que se continue investimento efetivo no Brasil. É um risco que não estava no nosso radar", diz o executivo.
Por outro lado, o presidente da Abinee diz que uma redução no ritmo de crescimento ou mesmo retração da demanda doméstica chinesa por eletroeletrônicos pode afetar o preço de componentes usados na fabricação de produtos, o que poderia beneficiar a indústria eletroeletrônica no Brasil. "A China é o maior fabricante e fornecedor de componentes para o setor no mundo e os preços de componentes podem cair."
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