O crescente temor de que a epidemia do
coronavírus comprometa o crescimento da economia mundial empurra as bolsas internacionais para o negativo nesta quinta-feira (30) e eleva o dólar em relação a moedas emergentes e a matérias-primas. Neste cenário, o Ibovespa não fica imune e iniciou mais um pregão em baixa, após ter fechado a quarta-feira (29) com desvalorização de 0,94%, a 115.384,84 pontos.
A Bolsa brasileira começou a quinta-feira, renovando mínimas, já perdendo cerca de 1,9 mil pontos em relação ao fechamento de ontem (115.384,84 pontos), acompanhando a aversão a risco externa. A queda na carteira é generalizada.
Às 11h45min, o Ibovespa caía 1,61%, aos 113.529 pontos. O investidor continua atento aos desdobramentos sobre a epidemia do vírus, iniciada na China e que já atinge várias partes do globo.
Nesta quinta, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fará uma reunião de emergência para decidir se declara o surto de coronavírus como emergência global de saúde pública. Até agora,
já são 18 países e quatro territórios onde há registros. Quase 8 mil pessoas na China já foram infectadas e já houve ao menos 170 mortes.
"A questão do vírus, ou seja, os impactos sobre o crescimento e sobre os preços de ativos são o que irá determinar a dinâmica de mercado de curtíssimo prazo. Acredito que está crescendo a probabilidade de esse impacto ser um pouco mais prolongado do que o imaginado antes, o que ainda não está totalmente no preço", avalia Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos.
Diante das incertezas com a dinâmica da expansão econômica, o mercado avalia a decisão do Banco da Inglaterra de manter a taxa de juros em 0,75% ao ano, com sete membros votando pela manutenção e dois, por corte. Também avalia a redução da instituição em reduzir a projeção de alta do PIB do Reino Unido de 2020, de 1,25% para 0,75%. Conforme o BoE, o corte de juros pode ser necessário se sinais de recuperação global não se sustentarem.
Ainda que o indicador esteja devolvendo grande parte da pressão ocorrida por causa do encarecimento das carnes, o consumo segue moderado, diante da retomada lenta da economia, o que reforça para alguns a possibilidade de corte de 0,25 ponto porcentual na Selic na semana que vem.
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