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Economia

- Publicada em 17 de Janeiro de 2020 às 03:00

Chuva recente ameniza prejuízo com a estiagem no interior gaúcho

Em reunião com representantes do setor, secretário garante que perdas totais ficarão abaixo dos 10%

Em reunião com representantes do setor, secretário garante que perdas totais ficarão abaixo dos 10%


/Ederson Pravtz/Palácio Piratini/Divulgação/JC
Jefferson Klein
Se as últimas chuvas trouxeram prejuízos à infraestrutura do Estado, como quedas de luz, de árvores e outros problemas, para a atividade rural foram bem-vindas. O secretário em exercício da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Luiz Fernando Rodriguez Junior, salienta que a mudança do clima amenizou o potencial prejuízo com a estiagem e a tendência é que as condições futuras também sejam mais favoráveis.
Se as últimas chuvas trouxeram prejuízos à infraestrutura do Estado, como quedas de luz, de árvores e outros problemas, para a atividade rural foram bem-vindas. O secretário em exercício da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Luiz Fernando Rodriguez Junior, salienta que a mudança do clima amenizou o potencial prejuízo com a estiagem e a tendência é que as condições futuras também sejam mais favoráveis.
"Quem sofreu prejuízo sofreu, mas aquilo que poderia agravar, que era a nossa grande preocupação, essas chuvas trouxeram uma qualidade hídrica melhor e isso sustou a continuidade dessa estiagem", enfatiza o secretário. Nesta quinta-feira, Rodriguez Junior apresentou o relatório sobre o alcance e os efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul. O secretário prefere não estimar o prejuízo financeiro com o tempo seco, mas adianta que os números em perdas totais (safra em geral, soma das culturas de grãos, leite etc) deverão ficar em menos de 10%.
"E tende a variar ao longo da semana e dos próximos 15 dias com a qualidade hídrica que ocorrer", comenta. Rodriguez Junior destaca que existem culturas como, por exemplo, a da soja que deverão se recuperar. Com 99% da área prevista para a safra de 5.978.967 hectares já implantada, as lavouras de soja no Rio Grande do Sul estão 56% na fase de desenvolvimento vegetativo, 34% em floração e 10% em enchimento de grãos.
No entanto, o secretário admite que, com a estiagem, não se atingirá uma supersafra e as estimativas originais não serão alcançadas. Inicialmente, a projeção da Emater para a safra de verão 2019/2020 era de 33,2 milhões de toneladas (em relação à soja, milho, arroz e feijão - 1ª safra). Apesar de comemorar a perspectiva de melhora a partir de agora, o secretário informa que o governo estadual pretende antecipar ao longo do primeiro semestre programas de apoio às pastagens e forragens. Farsul, Famurs, Fetag e Fecoagro fizeram nesta quinta-feira uma qualificação do pedido anteriormente encaminhado ao governo do Estado para amenizar os efeitos da estiagem. O secretário informa que, em relação aos agricultores que tiverem perdas relevantes, vai ser proposto ao governo federal alguma forma de refinanciamento ou postergação de prazos dos compromissos desses produtores. Questionado se faltou preparação para esse tempo de dificuldades, o secretário preferiu não usar essas palavras, mas admitiu "que agora temos a confirmação de que essa questão tem que ser uma prioridade perseguida por todos os governos".
Segundo Rodriguez Junior, a cultura mais afetada com a falta de chuva foi o milho e a menos impactada foi o arroz, por ser irrigada. Rodrigues Junior lembra que o milho tem 15% da sua área irrigada no Estado e a meta é que com o programa Pro-Milho esse número aumente para cerca de 30%.
O secretário espera contar com o apoio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Ministério da Agricultura para ter fontes alternativas de abastecimento de milho para o Estado, caso seja necessário. Conforme levantamento da Emater, a cultura do milho no Estado encontra-se 20% em germinação e desenvolvimento vegetativo, 13% em floração, 28% em enchimento de grãos, 26% maduro e 13% dos 771 mil hectares já foram colhidos.
O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, analisa que os problemas com a estiagem são pontuais. "Não é uma grande calamidade, nada parecido com as secas que o Rio Grande do Sul teve em 2004, 2005 e 2012", destaca. O dirigente aponta que há produtores que tiveram prejuízos ao lado de quem não perdeu nada, dependendo do ciclo e da janela de plantio que foram utilizados. Gedeão acrescenta que se a Metade Sul, que ele considera a nova fronteira agrícola do Estado, tiver uma colheita significativa, pode compensar parte das perdas.
"Acho que se o clima normaliza, e a tendência é essa, vamos ter não uma safra recorde, mas uma boa safra", projeta. Mesmo relativizando a questão da estiagem, Gedeão defende medidas mitigadoras, através de crédito e seguro, para os produtores que efetivamente comprovarem a perda. Na próxima semana, o presidente da Farsul, que também é integrante da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), estará acompanhando a missão do governo federal, capitaneada pelo presidente Jair Bolsonaro, à Índia.
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