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Conjuntura

- Publicada em 03 de Dezembro de 2019 às 21:46

PIB gaúcho deve crescer mais do que o do País, afirma Fiergs

Petry e Nunes apresentaram balanço do ano e projetaram 2020

Petry e Nunes apresentaram balanço do ano e projetaram 2020


/LUIZA PRADO/JC
O Estado fechará o ano com um incremento da economia superior ao do País. De acordo com estimativas da Fiergs, enquanto o PIB do Rio Grande do Sul subirá 2,6% neste ano, o Brasil terá um desempenho de 1,1%. Para 2020, haverá uma inversão, com o crescimento nacional de 2,0% contra 1,8% dos gaúchos. O economista-chefe da Fiergs, André Nunes de Nunes, detalha que essa mudança ocorrerá devido às distintas bases de comparação (o Estado virá de um resultado melhor), assim como uma recuperação da indústria extrativa em âmbito nacional.
O Estado fechará o ano com um incremento da economia superior ao do País. De acordo com estimativas da Fiergs, enquanto o PIB do Rio Grande do Sul subirá 2,6% neste ano, o Brasil terá um desempenho de 1,1%. Para 2020, haverá uma inversão, com o crescimento nacional de 2,0% contra 1,8% dos gaúchos. O economista-chefe da Fiergs, André Nunes de Nunes, detalha que essa mudança ocorrerá devido às distintas bases de comparação (o Estado virá de um resultado melhor), assim como uma recuperação da indústria extrativa em âmbito nacional.
O presidente da Fiergs, Gilberto Petry, considera 2019 como um ano para "arrumar a casa". Ele admite que esperava que essa arrumação fosse mais rápida. "Mas, sempre em uma democracia depende-se do parlamento e o parlamento anda mais devagar do que a economia", argumenta. Em 2020, o dirigente projeta um aceleramento dessa recuperação. Entre os fatores que favorecem esse prognóstico está a atual ociosidade da indústria brasileira. O setor está longe de recuperar o nível de produção anterior à crise, sendo que em setembro deste ano a produção física industrial do Brasil estava 16,6% abaixo do pico atingido em meados de 2011 e a do Rio Grande do Sul, 14,3% inferior. Além disso, a expectativa é de queda no desemprego, sendo esperada a geração de 575 mil empregos formais no Brasil e de 16 mil no Rio Grande do Sul, em 2019, e 703 mil e 38 mil novas vagas, respectivamente, em 2020.
Segundo a Fiergs, se para a economia global o melhor já passou, levando em conta a aproximação do fim de um longo ciclo de crescimento, no caso do Brasil, o pior ficou para trás. Em 2019, conforme a entidade, o foco do debate econômico esteve na discussão da reforma da previdência, sinalizando comprometimento na solução do déficit fiscal sem rupturas com a estabilidade econômica. No próximo ano, a taxa de juros mais baixa e a continuidade da agenda de reformas deve possibilitar a recuperação mais intensa das atividades produtivas.
Nunes reitera que 2019 frustrou as expectativas dos economistas, que esperavam uma elevação do PIB na ordem de 2,0% para o País. Ele argumenta que esse cenário de melhora, porém de maneira mais lenta, se explica, entre outros fatores, porque a economia passa por uma transformação, aliviando o peso do segmento público e tendo um maior protagonismo do setor privado. O economista adianta que medidas como, por exemplo, a reforma da previdência, terão reflexos a longo prazo. Uma dificuldade a ser combatida, conforme Nunes, é a baixa competitividade e produtividade, tanto do Brasil como do Rio Grande do Sul. O economista-chefe da Fiergs acrescenta que uma situação que deve melhorar a economia no próximo ano é a retomada da confiança do consumidor que hoje vê o sinal "amarelo". Sobre câmbio, Nunes diz que em 2019 o dólar deve fechar a R$ 4,15 e em 2020 a R$ 4,19.

No caso do aço, Petry espera por desdobramentos

Sobre a possibilidade do presidente Donald Trump impor tarifas quanto às importações de aço e alumínio oriundos do Brasil e Argentina, o presidente da Fiergs, Gilberto Petry, argumenta que o político norte-americano está olhando os eleitores dele, que querem recuperar empregos que estavam sendo perdidos. O empresário lembra que não está decidido como e quando essa taxação será feita e Trump já voltou atrás em algumas decisões no passado. No entanto, Petry alerta que, se houver esse ônus, implicará impactos no setor produtivo brasileiro.
Sobre eventuais problemas diplomáticos entre Brasil e Argentina devido às posições políticas de seus dirigentes, o presidente da Fiergs considera que é impossível as duas nações brigarem por uma questão ideológica. "Os dois países, antes de tudo, têm interesses comerciais", enfatiza. Indagado sobre o que o governo do Estado deve fazer com as receitas que entrarão no próximo ano com a venda de estatais (como Grupo CEEE e Sulgás), Petry faz uma comparação com seu time de coração, o Grêmio, dizendo que é preciso "reduzir a dívida e formar um time vencedor". "Não adianta nada não usar (os recursos) para ativar a economia do Estado", defende. André Nunes de Nunes, economista-chefe da Fiergs, complementa que as privatizações também permitirão que as empresas envolvidas aumentem suas capacidades de investimentos. Os executivos participaram do Balanço 2019 e Perspectivas 2020 para as economias do Brasil e do Estado.