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Economia

- Publicada em 14 de Outubro de 2019 às 03:00

Custo cai, mas produtividade da indústria patina, diz CNI

A indústria brasileira ficou mais competitiva em 2018 porque caiu o custo com o trabalho. Pela primeira vez desde 2009, no entanto, essa redução se deu porque os salários dos trabalhadores estão menores - e não porque a produtividade aumentou. Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que, no ano passado, o Custo Unitário do Trabalho (CUT) caiu 16,1%. Esse indicador representa o quanto a empresa gasta com mão de obra para produzir um item, como uma caneta ou um televisor, e é um dos principais determinantes da competitividade de um país.

A indústria brasileira ficou mais competitiva em 2018 porque caiu o custo com o trabalho. Pela primeira vez desde 2009, no entanto, essa redução se deu porque os salários dos trabalhadores estão menores - e não porque a produtividade aumentou. Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que, no ano passado, o Custo Unitário do Trabalho (CUT) caiu 16,1%. Esse indicador representa o quanto a empresa gasta com mão de obra para produzir um item, como uma caneta ou um televisor, e é um dos principais determinantes da competitividade de um país.

A queda é uma boa notícia para a indústria, já que indica que está mais barato produzir. Para o trabalhador, no entanto, a notícia é ruim, já que a redução se deve à queda da remuneração (-6,6%), reflexo da crise e do desemprego em alta. Depois de subir nos últimos anos, a produtividade ficou praticamente estagnada e avançou apenas 0,8% em 2018.

"Tudo o que as empresas podiam fazer para aumentar a eficiência com baixos custos, como mudança de gestão, redução de desperdícios, melhorias de qualidade, eles já fizeram. Agora, para aumentar a produtividade, precisamos investir em máquinas, em equipamentos. Mas estamos em um cenário difícil porque estamos em uma situação de confiança se recuperando", disse a economista da CNI Samantha Cunha, responsável pelo estudo.

A alta do dólar no ano passado também influenciou - descontado o efeito da variação da taxa de câmbio real (10,5%), a redução do custo do trabalho foi de 7,5%. Sem considerar a variação cambial, o custo do trabalho havia caído nos últimos dois anos. Nas duas ocasiões, no entanto, essa queda se deveu ao aumento da produção, já que os salários ainda estavam em alta.

"O aumento da produtividade é importante para que os salários cresçam sem pressionar os custos das empresas. Com a economia crescendo de forma sustentável, a produtividade cresce, isso é repassado aos salários e o padrão de vida se eleva", explicou Samantha.

Ao longo da última década, o Custo Unitário do Trabalho caiu 9,4%, mas isso se deveu à variação da taxa de câmbio real (35,9%). Retirado o efeito do dólar, o custo subiu 23,1% entre 2008 e 2018, com aumento nos salários de 37,5% e alta de apenas 11,7% na produtividade.

"Trata-se de um quadro crônico. O gráfico da produtividade é uma reta horizontal. É um eletrocardiograma de um morto", afirma o economista do trabalho e professor da Universidade de São Paulo (USP), José Pastore. Segundo o especialista, entre as causas para a baixa produtividade brasileira - equivalente a um quarto da produtividade americana - estão a má qualidade da educação básica, a tecnologia atrasada na maior parte das empresas e o amadorismo de grande parcela dos administradores do País.

"É claro que tem muita coisa boa, muitas companhias brasileiras na vanguarda mundial. Mas são minoria, e estão concentradas em alguns nichos. Na maior parte do País ainda predomina a informalidade, com pouco capital humano, pouco capital físico e uma grande precarização do trabalho", completa.

Em relação ao custo médio dos principais parceiros comerciais brasileiros, o indicador do Brasil caiu 9,5%. O gasto do Brasil só não caiu mais do que o da Argentina, onde o indicador recuou 27,1% em meio à crise que fez o dólar disparar no País.

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