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Patrícia Comunello

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Publicada em 08 de Outubro de 2019 às 13:59

Hugo Beauty fecha escola de cabeleireiros no Centro de Porto Alegre

Prédio da Academia Hugo Beauty na rua Floriano Peixoto, 33.

Prédio da Academia Hugo Beauty na rua Floriano Peixoto, 33.

MARCO QUINTANA/JC
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Patrícia Comunello
Depois de três anos de operação, a rede Hugo Beauty decidiu fechar a escola de formação de cabeleireiros e outras funções típicas de salões de beleza, que funcionava em um prédio próprio de cinco andares no coração do Centro Histórico de Porto Alegre.
Depois de três anos de operação, a rede Hugo Beauty decidiu fechar a escola de formação de cabeleireiros e outras funções típicas de salões de beleza, que funcionava em um prédio próprio de cinco andares no coração do Centro Histórico de Porto Alegre.
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Segundo a rede, cerca de mil profissionais fizeram cursos na Hugo Academy. O projeto original, inaugurado em agosto de 2016, previa abrir salões voltados às classes C e D, aproveitando a mão de obra formada na academia.  
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O prédio situado na rua Floriano Peixoto, que chama a atenção pelos grafites gigantes na fachada e na lateral de autoria do grupo Paxart, está com placa para alugar. O valor é de R$ 35 mil por toda a área com 730 metros quadrados, e para compra, o preço pedido é de R$ 5,5 milhões. A intenção é alugar para uma atividade e não diluir em diversas locações. 
O edifício foi comprado pela Hugo Beauty para montar a escola. As atividades foram encerradas em agosto, quando a operação completaria três anos, informa Gabriela Niederauer, administradora e mulher de Hugo Moser, cabeleireiro que fundou a grife de salões.
"Mudou a nossa prioridade. A escola faria três anos quando resolvemos fazer o fechamento", conta Gabriela. Entre as razões listadas pela executiva, estão desde a crise econômica que afetou o setor nos últimos anos,  dificuldades para colocação dos profissionais formados e, o motivo que mais pesou, que é a reestruturação do negócio principal. 
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Gabriela também mostra certo ressentimento com a falta de apoio, pois "nunca conseguiu incentivo de governo" para formação. Ela não detalha o que chegou a buscar, mas indica que poderia ser de programas de qualificação profissional.
"A gente estava perdendo tempo na gestão da escola em vez de cuidar dos nossos salões. Não estava sendo positivo para a nossa marca. Voltamos para o foco, que são os salões", reforça a administradora. Segundo ela, apenas 1% dos profissionais que passava pelos cursos era absorvido nas cinco operações da Hugo Beauty na Capital. "Não tinha como absorver mais e acabávamos formando para o mercado, fazendo concorrência para nós mesmos." 
Na verdade, a formação seguia um fluxo: os alunos cumpriam um período de capacitação técnica nos andares superiores, em salas com todo mobiliário e equipamento, e tinham o estágio final no salão que atendia o público no térreo. Os preços do serviços eram bem acessíveis, com corte a R$ 20,00 e R$ 30,00 na largada da escola. O salão-escola servia de teste do plano de criar uma rede com perfil popular.  
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Academia foi inaugurada em agosto de 2016 para formar profissionais. Fotos: Fredy Vieira/Arquivo/JC  

Sobre a ideia de montar os salões populares, Gabriela indica que ficou para o futuro, mas que dependerá da economia. "Se estão fechando muitos salões, como vamos abrir o negócio?", confronta a executiva. "Vimos que não conseguiríamos alavancar e que não compensava ter. É uma pena. Era um trabalho muito legal de formação."
O fim da academia gerou demissões. Cerca de 20 pessoas atuavam na formação, diz Gabriela, citando que o encerramento ocorreu após a conclusão de últimas turmas em cursos.
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Nos andares, foram montados salões para formar futuros cabeleireiros 

A rede vai continuar a fazer capacitação no centro de educação, como é chamado, em um dos salões, que é voltado a profissionais que atuam em um dos cinco endereços - são dois de rua localizados na rua Marquês do Herval e Lageado e três situados nos shopping centers Moinhos, Iguatemi e BarraShoppingSul. As operações envolvem quase 400 profissionais, entre contratados e parceiros com pessoa jurídica. 
Gabriela aponta que a reestruturação da rede envolve maior treinamento de equipes e revitalização em algumas operações. Não há previsão de expansão. A executiva comenta que a condição geral da economia  afetou parte da rede, com maior impacto em 2017. "Tivemos queda, mas agora estabilizou, mas registramos crescimento em alguns dos endereços."

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