O mercado de câmbio teve um dia mais tenso nesta segunda-feira, acompanhando o movimento de aversão ao risco no mercado internacional. Após cair na semana passada no ritmo mais forte desde janeiro, o dólar subiu e fechou em R$ 4,1045, em alta de 1,19%, a maior variação percentual desde 19 de setembro.
O foco de tensão novamente foi a questão comercial entre Estados Unidos e China, a dias de o primeiro escalão das duas maiores economias do mundo se reunir em Washington, na quinta-feira (10). O noticiário doméstico não ajudou, com declarações de que a votação da Previdência pode atrasar ainda mais no Senado em meio à disputa pelos recursos da cessão onerosa.
O dólar subiu de forma generalizada perante moedas de emergentes, com destaque para a Turquia, onde disparou mais de 2,4%, e ajudou a pressionar ainda mais outras divisas destes mercados. A Casa Branca acusa os turcos de prepararem uma invasão do Norte da Síria e Donald Trump ameaçou "destruir totalmente" a economia turca se o país fizer "algo fora dos limites".
"As moedas de emergentes apanharam, com grandes investidores se prendendo ao dólar", ressalta o chefe da mesa de câmbio da Frente Corretora, Fabrizio Velloni. Ele observa que persistem dúvidas sobre as reais intenções da China e dos EUA em buscar um acordo comercial, o que ajuda a aumentar o clima de incerteza.