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Economia

- Publicada em 01 de Outubro de 2019 às 23:59

Senado aprova a reforma da Previdência

Senadores agora pedem mais concessões do governo, como a liberação de emendas parlamentares, para prosseguir com a pauta

Senadores agora pedem mais concessões do governo, como a liberação de emendas parlamentares, para prosseguir com a pauta


ROQUE DE SÁ/AGÊNCIA SENADO/JC
O plenário do Senado aprovou, na noite desta terça-feira, em primeiro turno, o texto-base da proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo Jair Bolsonaro. Foram 56 votos a favor - sete a mais do que o mínimo necessário, de 49. Os contrários somaram 19.
O plenário do Senado aprovou, na noite desta terça-feira, em primeiro turno, o texto-base da proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo Jair Bolsonaro. Foram 56 votos a favor - sete a mais do que o mínimo necessário, de 49. Os contrários somaram 19.
Os senadores ainda iriam analisar os destaques - votações separadas de trechos específicos do projeto a pedido de partidos políticos. O texto, portanto, ainda poderia ser alterado. Até o fechamento desta edição, os dez destaques ainda não haviam sido todos votados.
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A proposta de reforma da Previdência tem sido alvo de negociações entre o Senado e o governo. O primeiro turno de votação deveria, segundo calendário traçado por Alcolumbre anteriormente, ter sido concluído na semana passada.
O atraso foi um ato corporativista, em defesa do líder do governo na Casa, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), alvo de operação da Polícia Federal, em setembro.
Agora, em outubro, há pressões de senadores para que o governo cumpra acordos firmados para que a proposta de restruturação das regras de aposentadorias seja aprovada. Sem o apoio dessa ala, a conclusão da reforma fica ameaçada.
Por causa das queixas, a votação, em segundo turno, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência pode sofrer atrasos. A previsão atual é até dia 15 de outubro.
Uma das reclamações é que o pacto federativo - conjunto de medidas que visam destinar mais recursos para estados e municípios - ainda está travado. O ministro Paulo Guedes, da Economia, prometeu entregar o pacote após a aprovação da reforma.
Senadores também cobram a liberação de emendas parlamentares, instrumentos para que possam destinar dinheiro a obras em suas bases eleitorais. Nas negociações com a Câmara, que já aprovou a reforma da Previdência, o governo enviou um projeto para mexer no orçamento e permitir que quase R$ 2 bilhões sejam usados como emendas parlamentares.
Uma ala do Senado quer o mesmo tratamento dado à Câmara. Essa é uma forma de compensar o desgaste político em aprovar medidas impopulares relacionadas a aposentadorias e pensões.
Outro ponto de tensão é a divisão de recursos da cessão onerosa, cujo megaleilão de petróleo está marcado para 6 de novembro. O Senado aprovou uma proposta para que 30% do valor arrecadado seja distribuído - em fatias iguais - entre estados e municípios.
Mas há uma articulação na Câmara dos Deputados para que os municípios recebam mais, o que incomodou o Senado. Em resposta, o presidente do Senado, David Alcolumbre, costura um acordo com o governo para que uma medida provisória seja editada definindo os critérios de rateio dos recursos de acordo com as regras já aprovadas no Senado.
Assim, o presidente da Casa espera cumprir o prazo de votação em segundo turno até o dia 15 de outubro. Só depois é que a PEC vai à promulgação e as mudanças nos critérios de aposentadorias passam a valer.
"Essa é a reforma mais importante do Estado, porque sem ela seria impossível fazermos as outras", disse Alcolumbre sobre a aprovação do texto-base.
Para aprovar a reforma no Senado, o governo teve que fazer mais concessões. Mas os pilares da proposta foram mantidos. A PEC prevê, por exemplo, uma idade mínima para poder se aposentar - 65 anos, se homem, e 62 anos, se mulher.
Mas há regras mais suaves para quem já está no mercado laboral. Cada trabalhador poderá escolher o modelo de transição mais vantajoso para sua aposentadoria. Além da idade, a reforma prevê um critério de tempo mínimo de contribuição, que ficou em 15 anos para ambos os sexos.
Com o texto-base aprovado no Senado, é esperada uma economia de R$ 876,7 bilhões em dez anos. A reforma da Previdência saiu da Câmara com uma projeção de corte de gastos de R$ 933 bilhões em uma década. A versão original, enviada pelo governo em fevereiro, previa uma redução de R$ 1,2 trilhão nas despesas.
No Senado, a reforma foi dividida em dois textos. Foi criada uma proposta paralela, onde foram colocadas mudanças defendidas por senadores. A cisão em dois projetos foi uma ideia do relator no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), para evitar atraso na análise das novas regras de aposentadorias. Isso porque a Câmara já aprovou a PEC principal em agosto. Mas ainda não há calendário de votação da PEC paralela.
Está prevista para hoje uma sessão do Congresso Nacional. O objetivo é que deputados e senadores votem os vetos de Bolsonaro à lei eleitoral, que precisam de um desfecho até sexta-feira.
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