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Economia

- Publicada em 17 de Setembro de 2019 às 03:00

Ataque gera corte recorde na produção de petróleo


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Os ataques à estatal Saudi Armco, na Arábia Saudita, representam a maior queda na produção de petróleo da história. Serão 5,7 milhões de barris de petróleo a menos por dia, cerca de 6% de toda a produção mundial.

Os ataques à estatal Saudi Armco, na Arábia Saudita, representam a maior queda na produção de petróleo da história. Serão 5,7 milhões de barris de petróleo a menos por dia, cerca de 6% de toda a produção mundial.

A petroleira sofreu ataques de drones no sábado (14), o que levou ao incêndio de duas instalações da Armco. Rebeldes houthis, do Iêmen, reivindicaram a autoria dos ataques, mas o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, culpou exclusivamente o Irã. "Teerã fez um ataque sem precedentes contra o fornecimento mundial de energia", afirmou.

O incidente levou a um corte de mais de metade da produção de petróleo da Arábia Saudita, maior exportador de petróleo do mundo.

Segundo a Agência Internacional de Energia, a atual crise na oferta da matéria-prima é pior que a paralisação da produção no Irã com a revolução islâmica, em 1979, em que deixaram de ser produzidos 5,6 milhões de barris por dia (bpd).

O ataque de sábado também supera as perdas com a guerra árabe-israelense e o embargo do petróleo, em 1973, que teve impacto de 4,3 milhões de bpd. O período ficou conhecido como crise do petróleo.

Tamanha queda na produção levou o preço do barril a maior alta percentual em onze anos. Nesta segunda, a commodity fechou em alta de 13%, a US$ 68 (R$ 278,12), maior cotação desde 29 de maio.

A alta percentual é a maior desde 2008, quando a cotação disparou 13,55% em 31 de dezembro. No período, o preço do barril estava em trajetória de queda, marcada por grandes oscilações diárias, após o pico histórico de US$ 146, em julho do mesmo ano.

A elevação do preço também reflete o receio de uma escalada no conflito entre Estados Unidos e Irã, o que traria mais volatilidade ao mercado. George Wachsmann, sócio da gestora digital Vitreo, aponta que há o risco oferta-demanda. "Em quanto tempo a Arábia Saudita vai conseguir retomar a produção? Precisamos analisar a velocidade em que o mercado consegue se adaptar", diz Wachsmann.

O presidente norte-americano Donald Trump autorizou, no domingo, o uso de estoques de emergência dos Estados Unidos para assegurar a estabilidade do suprimento. Os preços do petróleo vinham em queda nos últimos meses, com o aumento dos estoques americanos e queda na produção industrial, com a guerra comercial entre EUA e China.

A alta do petróleo refletiu no preço da Petrobras, que teve forte alta na bolsa brasileira. As ações preferenciais, mais negociadas, da companhia subiram 4,39%, a R$ 27,95. As ordinárias, com direito a voto, tiveram alta de 4,52%, a R$ 30,98. Analistas esperam que a empresa repasse a alta da commodity para os combustíveis.

A Petrobras informou que vai continuar observando o comportamento do preço do petróleo no mercado internacional até decidir se vai revisar os preços dos seus derivados no Brasil. Na prática, significa que o consumidor não será afetado no curto prazo, porque a estatal vai segurar os preços. A ideia é continuar a política atual, que atrela os valores às cotações do mercado, com repasses à medida que há mudança de patamar de preços.

A valorização da empresa levou o Ibovespa a uma leve alta de 0,17%, a 103.680 pontos. As demais companhias de maior peso no índice fecharam em queda, com aversão global ao risco.

As maiores desvalorizações do pregão ficaram por conta das companhias aéreas, que tem sua base de custos ancorada nos preços do petróleo. A Azul despencou 8,45%, a R$ 47. A Gol teve queda de 7,77%, a R$ 32,05.

A redução de exposição ao risco levou a uma onda vendedora de papéis de bancos, com perdas superiores a 1% de Bradesco e Itaú, e da Vale (-2,41%), também abalada por dados fracos da atividade na China.

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