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Economia

- Publicada em 15 de Setembro de 2019 às 20:35

Grupo Fleury aposta em expansão de testes genômicos no Rio Grande do Sul

'Os laboratórios Fleury investem desde 2015 na aquisição sequenciadores de próxima geração', diz Jeane

'Os laboratórios Fleury investem desde 2015 na aquisição sequenciadores de próxima geração', diz Jeane


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Patrícia Comunello
Um dos avanços mais comemorados no século 21 pela Medicina, o sequenciamento do genoma humano, começa a se popularizar. Um dos maiores grupos de diagnóstico do Brasil, o grupo Fleury, dono dos laboratórios Weinmann e Serdil, no Rio Grande do Sul, aposta que o uso da tecnologia para testes e direcionamento de tratamentos de acordo com cada paciente vai ter um crescimento exponencial. Na rede gaúcha, a demanda triplicou nos últimos três anos, com taxa de 50% ao ano.
Um dos avanços mais comemorados no século 21 pela Medicina, o sequenciamento do genoma humano, começa a se popularizar. Um dos maiores grupos de diagnóstico do Brasil, o grupo Fleury, dono dos laboratórios Weinmann e Serdil, no Rio Grande do Sul, aposta que o uso da tecnologia para testes e direcionamento de tratamentos de acordo com cada paciente vai ter um crescimento exponencial. Na rede gaúcha, a demanda triplicou nos últimos três anos, com taxa de 50% ao ano.
O mercado gaúcho, reforça a diretora executiva de Negócios do grupo Fleury, a médica cardiologista Jeane Tsutsui, é um dos que apresentam maior expansão na operação nacional. Um dos fatores que ajudam a impulsionar o acesso é o preço. Jeane lembra que quando a técnica foi dominada o valor era de US$ 100 milhões.
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Hoje um teste simples para mapear mutações pode custar a partir de R$ 600,00. O BRCA 1 e 2, usado para investigar a chance de uma mulher ter câncer de mama, que ganhou notoriedade quando a atriz Angelina Jolie fez -, pode ser feito por R$ 1.690,00 na rede Fleury. Já o Oncotype DX, solicitado para avaliar o tipo de tratamento nos casos de mulheres que já tem diagnóstico de câncer de mama, custa R$ 15 mil. A expectativa é que os valores recuem com maior acesso.
Uma facilidade, quando há indicação do médico e pela baixa cobertura ainda de planos de saúde privados, é que todos os testes podem ser pagos em até dez parcelas. "Os laboratórios Fleury investem desde 2015 na aquisição de sequenciadores de próxima geração, além de contratar bioinformatas e montar um time de P&D para desenvolver testes", diz Jeane.
Em 2019, são cerca de 300 exames no portfólio do grupo. As unidades gaúchas fazem muitos dos testes. Em Porto Alegre, o grupo investiu R$ 5,3 milhões em uma unidade, que estreou no começo do ano, para acelerar a produção de resultados e que também atua com a plataforma Fleury Genômica.
A plataforma foi lançada em 2017 e também tem uma frente de contratação por meio de ambiente digital. "Assim, conseguimos disponibilizar testes para todo o Brasil. Quem está em um local que não tem a rede pode enviar amostras on-line", explica a diretora executiva. Atualmente, o Fleury tem unidades físicas de atendimento em oito estados.
"Basta fazer o upload (subir para o servidor do grupo) a receita médica, verificamos se é um teste que pode ser feito com envio de amostra pelos correios e mandamos o kit para a casa da pessoa coletar o material", descreve a médica. Alguns testes podem ser feitos com saliva. "Toda a qualidade é garantida."
Entre os testes genômicos, os tipos voltados à oncologia dominam e por uma razão. Jeane cita que há hoje um forte desenvolvimento de drogas que conseguem ser aplicadas de acordo com a interação com cada tumor. "Ao conhecer as alterações genômicas, pode-se indicar um ou outro tratamento e obter maior chance de resposta com determinado medicamento. É o que se chama de medicina de precisão ou personalizada", explica a diretora.
O Oncotype DX, por exemplo, gera um score de risco de recorrência do câncer de mama, medindo a agressividade do tumor e a chance de voltar. "Com base nessa informação, avalia-se se a paciente precisa fazer quimioterapia ou hormonioterapia. Antes, os protocolos convencionais dariam quimioterapia para todo mundo", contrasta a diretora, lembrando que o estudo indicando a segurança do teste foi publicado em uma das principais revistas de pesquisa médica no mundo, a New England, e foi baseado no acompanhamento de mais de 10 mil mulheres por um longo período.
O Fleury também validou a aplicação do teste em um estudo em parceria com o Hospital Pérola Byington, em São Paulo, apontando a queda de quase 70% na indicação de quimioterapia para um grupo de mais de 100 mulheres em estágio inicial do câncer de mama. Jeane explica que a recomendação clínica seria pelo tratamento. O caminho seguido foi de hormonioterapia e radioterapia. Outro efeito da mudança na orientação é a economia, com redução de R$ 420 mil na conta do hospital.
Junto a operadoras de saúde, o grupo busca convencer sobre os benefícios da inclusão dos testes genômicos na cobertura do plano. Alguns exames já são reconhecidos por organismos de especialidades médicas e passam a ser incluídos no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). "A questão é como aumentar o acesso a essas tecnologias. Se houver maior incorporação, vai gerar maior demanda."
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