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Turismo

- Publicada em 08 de Setembro de 2019 às 21:46

Casarão atrai visitantes a São Lourenço do Sul

Sobrado da Fazenda, que também abrigou Giuseppe Garibaldi, funciona como casa de eventos e hospedaria durante todo o ano

Sobrado da Fazenda, que também abrigou Giuseppe Garibaldi, funciona como casa de eventos e hospedaria durante todo o ano


/SOBRADO DA FAZENDA/DIVULGAÇÃO/JC
Um sobrado branco com janelas bordô, que - entre outras características peculiares - possui uma seteira (fenda para vigia) virada para o porto, está na lista das principais atrações turísticas de São Lourenço do Sul. Palco de uma das histórias mais emblemáticas do Estado, a Fazenda do Sobrado - que, hoje, funciona como casa de eventos e hospedaria - foi quartel-general de Bento Gonçalves durante a Guerra dos Farrapos. O local também abrigou Giuseppe Garibaldi, que ali se resguardou da Armada Imperial brasileira. Construído em 1790, o casarão abriga móveis autênticos e objetos de época, possibilitando aos visitantes uma viagem no tempo.
Um sobrado branco com janelas bordô, que - entre outras características peculiares - possui uma seteira (fenda para vigia) virada para o porto, está na lista das principais atrações turísticas de São Lourenço do Sul. Palco de uma das histórias mais emblemáticas do Estado, a Fazenda do Sobrado - que, hoje, funciona como casa de eventos e hospedaria - foi quartel-general de Bento Gonçalves durante a Guerra dos Farrapos. O local também abrigou Giuseppe Garibaldi, que ali se resguardou da Armada Imperial brasileira. Construído em 1790, o casarão abriga móveis autênticos e objetos de época, possibilitando aos visitantes uma viagem no tempo.
Antiga propriedade de Ana Joaquina Gonçalves da Silva (irmã do militar), o sobrado está situado a um quilômetro do Centro da cidade, em uma área de 300 hectares de terra ocupada em sua maior parte por plantações de soja e arroz. Adquirido pela família Serpa em 1965, ficou conhecido em todo o País por ser reproduzido nos estúdios da Rede Globo para a minissérie A Casa das Sete Mulheres. "Não chegaram a realizar gravações no local, o que fizeram foi uma réplica da casa", explica Eduardo Serpa, sócio-proprietário. "Foi neste casarão também que ocorreram as reuniões de mulheres durante o período da Revolução Farroupilha", relata.
Segundo historiadores, antes de partir para o campo de batalha, em meados de 1835, Bento Gonçalves (um dos principais líderes da guerra) mandou tirar mulheres e crianças de sua família do epicentro do conflito e as enviou para o interior da província. Na então denominada Estância da Barra, um local protegido e de difícil acesso, de propriedade de sua irmã Ana Joaquina, elas estariam a salvo e longe dos horrores da guerra. "E tem a história do marido de Don'Anna (como era chamada a proprietária da casa), José da Costa Santos, um português que foi o único sobrevivente de uma embarcação que vinha para o Brasil e naufragou, tendo se salvado porque se agarrou em uma imagem de São Lourenço", conta Serpa.
Todas essas histórias são relembradas por dona Ivany Wienke Serpa, de 81 anos, que, há, pelo menos, 10 anos, costuma vestir trajes de época para receber visitantes de diversos lugares do País. A atividade, inclusive, consta no calendário de turismo da cidade, observa o filho da proprietária da estância. "Além dos resgates cultural e histórico, a fazenda atrai muita gente pelas belas paisagens e pela possibilidade de vivenciar a lida campeira", comenta Serpa. Segundo o empreendedor, desde que foi implementada a visitação, o turismo se tornou a principal fonte de renda da família, que também cria gado e cavalos. Após o tour pelos cômodos do sobrado, os visitantes são convidados a conhecer a área externa da fazenda e navegar pela Lagoa dos Patos por uma hora e meia. A visitação é feita preferencialmente por grupos e custa R$ 20,00 por pessoa.
De acordo com Serpa, a procura é maior no verão. "Mas o movimento é intenso o ano todo. Neste mês, recebemos dois grupos de 40 pessoas cada." O sócio-proprietário do empreendimento destaca que motivos não faltam para voltar ao local, mesmo depois da primeira experiência. "Focamos o negócio para o segmento rural, oferecendo café campeiro para grupos e passeio a cavalo acompanhado de guia, em uma rota de seis quilômetros de campo aberto", comenta. Para quem preferir curtir mais da atmosfera do Sobrado, a casa - com 16 cômodos - possui cinco dormitórios para hóspedes, com uma cama de casal e duas de solteiro cada. O custo da diária com café da manhã incluso é de R$ 80,00 por pessoa.
 

Novo produto do empreendimento inclui passeio de escuna ao pôr do sol

Projeto Do Violino à Estância realiza passeio no arroio da cidade

Projeto Do Violino à Estância realiza passeio no arroio da cidade


/AGÊNCIA NOVO DESTINO/DIVULGAÇÃO/JC
Rota de chegada e de partida de revolucionários gaúchos, as águas da Lagoa dos Patos inspiraram um projeto da turismóloga Fabiane Peters, proprietária da agência Novo Destino Viagens, em parceria com a Fazenda do Sobrado. Ao experimentar o passeio de barco pelo rio Danúbio em Budapeste (Hungria), Fabiane decidiu criar um produto para São Lourenço do Sul e propôs a parceria à família Serpa.

Desde que foi implementado, em janeiro deste ano, o passeio tem sido "um sucesso", garante o sócio-proprietário do empreendimento, Eduardo Serpa. O roteiro começa na praia, dentro da escuna Vento Negro, onde um músico profissional toca violino durante todo o trajeto, realizado no horário do pôr do sol. "Depois do passeio de 50 minutos às margens do arroio São Lourenço, o grupo desce e caminha 500 metros até a fazenda, onde a proprietária, Ivany Wienke Serpa, conta histórias da Revolução Farroupilha - para depois oferecer um jantar típico (feijoada, carreteiro, saladas, vinhos, cerveja, refrigerante e água) com dança e música gaúcha executada por um gaiteiro e um violeiro", resume a turismóloga. O valor por pessoa é de
R$ 165,00 - com tudo incluso.

De acordo com Fabiane, pelo menos 2 mil pessoas já realizaram o passeio, denominado Do Violino à Estância. As saídas ocorrem, em média, uma vez ao mês, com grupos de, no mínimo, 12 e, no máximo, 80 pessoas. "Toda a atividade dura em torno de quatro horas, e oferecemos, ainda, o transporte para levar os turistas até o local onde estão hospedados - nesse caso, o trajeto é feito dentro de um ônibus da década de 1970."