Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Indústria

- Publicada em 05 de Setembro de 2019 às 03:00

Atividade da indústria gaúcha cai 1% em julho

Setor automotivo responde pela maior parte da expansão em 2019

Setor automotivo responde pela maior parte da expansão em 2019


JONATHAN HECKLER/JONATHAN HECKLER/arquivo/JC
O Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul (IDI-RS), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), segue instável em 2019. Entre junho e julho, recuou 1%, feitos os ajustes sazonais. Nos últimos quatro meses, são dois resultados positivos e dois negativos, com o saldo praticamente nulo. "A atividade do setor continua, em meio à volatilidade, em um lento processo de recuperação. Isso se dá, principalmente, pelo baixo nível de demanda, causado pelo elevado desemprego, pela redução de investimentos e pela desaceleração da economia mundial, sobretudo por causa da crise argentina", explica o presidente da Fiergs, Gilberto Petry.
O Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul (IDI-RS), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), segue instável em 2019. Entre junho e julho, recuou 1%, feitos os ajustes sazonais. Nos últimos quatro meses, são dois resultados positivos e dois negativos, com o saldo praticamente nulo. "A atividade do setor continua, em meio à volatilidade, em um lento processo de recuperação. Isso se dá, principalmente, pelo baixo nível de demanda, causado pelo elevado desemprego, pela redução de investimentos e pela desaceleração da economia mundial, sobretudo por causa da crise argentina", explica o presidente da Fiergs, Gilberto Petry.
O IDI-RS de julho aponta retração também na média móvel (três meses encerrados nesse mês em relação aos três encerrados em junho) de -0,6%, após alta de 0,4% em junho. Nessa base, menos volátil que a mensal, o indicador está 1,1% abaixo do pico mais recente, em agosto de 2018. Os seis componentes que formam o IDI-RS mostraram comportamentos diferentes entre junho e julho, feito o ajuste sazonal. O faturamento real ( 8,4%, ao contrário de junho, quando caiu 6%) e as compras industriais (-5,7%, a segunda redução consecutiva, pois retraiu 10,8% em junho) seguem marcados pela grande volatilidade. A utilização da capacidade instalada (UCI), com grau médio de 82,9%, aumentou um ponto percentual, as horas trabalhadas na produção ficaram estáveis e o emprego e a massa salarial caíram 0,2% e 0,3%, respetivamente.
Na comparação com julho de 2018, o IDI-RS diminuiu 0,8%, após ter recuado 3,2% em junho, quando interrompeu uma sequência positiva de 12 meses nessa mesma base de comparação. Com isso, a taxa acumulada no ano, na comparação com igual período de 2018, foi a menor dos últimos três meses: 2,1% em julho ante 2,7% em junho e 3,9% em maio. Apesar do resultado decepcionante no início do segundo semestre, a expectativa é de recuperação lenta para atividade industrial gaúcha nos próximos meses. Para Petry, a redução da incerteza provocada pelos avanços da Reforma da Previdência, as taxas de juros em níveis historicamente baixos, com inflação controlada, e o menor endividamento das famílias devem fornecer algum impulso à demanda futura. Na análise por componentes, as variações acumuladas em 2019 são positivas nos indicadores associados à produção, principalmente no faturamento real (6%). As compras industriais (2,9%), a UCI (1,6 ponto percentual positivo) e as horas trabalhadas na produção (0,4%) mostraram altas moderadas. No mercado de trabalho, o emprego avançou 0,4%, enquanto a massa salarial real recuou 1%.
Nessa mesma base, o desempenho é desigual entre os setores industriais pesquisados. Veículos automotores aumentaram fortemente (16,2%), sendo responsáveis por praticamente todo crescimento da indústria gaúcha ao longo de 2019. Tabaco (5%), couros e calçados (2,7%), eletrônicos e informática (3,1%) e material elétrico (2,3%) também deram contribuições positivas. Mas uma grande parte dos segmentos caiu, como vestuário e acessórios (-10,4%), têxteis (-6,8%), metalurgia (-3,7%), produtos de Metal (-0,9%), alimentos (-0,3%) e máquinas e equipamentos (-0,3%).
 

Caoa vai produzir carros da chinesa Changan no ABC

A compra da fábrica da Ford, em São Bernardo do Campo, pela Caoa já tem objetivo definido: produzir automóveis da Changan, uma das cinco maiores montadoras da China. Na cerimônia do anúncio do negócio, no Palácio dos Bandeirantes, ontem, havia pelo menos dois representantes da marca chinesa. Um deles, que preferiu não se identificar, disse que há uma comitiva da empresa no Brasil acertando os detalhes da parceria. Seria um retorno da Changan ao País: a empresa já esteve no Brasil, com veículos importados, mas acabou desistindo do mercado.
O anúncio sobre a aquisição da fábrica pelo grupo brasileiro teve a presença dos presidentes da Ford América Latina, Lyle Watters, e do Grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade. O empresário brasileiro confirmou que pretende usar a fábrica do ABC para fazer carros "de uma marca chinesa", sem citar nomes.
O acordo encerrou sete meses de incertezas em relação à unidade. A compra da fábrica da Ford pela Caoa passará agora para a fase de due dilligence - em que detalhes financeiros são analisados - por 45 dias. Depois disso, a aquisição deve ser oficializada. O negócio ocorrerá menos de dois anos depois de a Caoa assumir as operações da Chery no Brasil. Em novembro de 2017, o grupo brasileiro, que já detinha as marcas Subaru e Hyundai, comprou metade da operação da marca chinesa, por US$ 60 milhões, criando a Caoa Chery.

Com sete fábricas no Brasil, CNH Industrial divide operações

A CNH Industrial, gigante global que envolve 12 marcas como Case, New Holland e Iveco, anunciou a separação de seus negócios em duas empresas e a aquisição de mais uma marca. O anúncio do plano de negócios para os próximos cinco anos foi feito a investidores na Bolsa de Nova York durante o Capital Markets Day. Das 12 empresas, nove têm atuação no Brasil, em setores como agronegócio, construção e infraestrutura, motores e transporte.
São sete fábricas, em Piracibaba, Sorocaba e Curitiba (máquinas agrícolas), Contagem (máquinas de construção) e três em Sete Lagoas (caminhões e chassis de ônibus, veículos de defesa e motores), com 7.300 funcionários no total.
A separação das operações está prevista para ser concretizada em 2021 e resultará nas empresas "on-highway" e "off-highway". De um lado, ficarão veículos comerciais (Iveco, Iveco Bus e Heuliez Bus) e FPT (fabricante de motores diesel e transmissões) e, de outro, as empresas de agricultura e construção (New Holland, Case, ambas com duas marcas cada, e Steyr, fabricante de tratores austríaca). Isso inclui todo o maquinário agrícola produzido, como colhedoras e tratores.
A primeira teve receita de US$ 13,1 bilhões (R$ 54,6 bilhões) no ano passado, enquanto a segunda alcançou US$ 15,6 bilhões (R$ 65,05 bilhões). A empresa "fora da estrada" será predominantemente agrícola, setor que representa 75% da receita obtida no ano passado.