Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 04 de Setembro de 2019 às 03:00

Venda de ações da Petrobras sustenta o lucro da Caixa

Crédito para pessoa jurídica caiu 30,7% e para pessoa física, 7,9%

Crédito para pessoa jurídica caiu 30,7% e para pessoa física, 7,9%


/FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL/JC
Apesar das promessas de que a Caixa Econômica daria crédito "à padaria do seu Joaquim", um exemplo do presidente Pedro Guimarães sobre como seria a sua gestão à frente do banco público, a carteira de crédito encolheu no segundo trimestre de 2019. O crédito para pessoa jurídica diminuiu 30,7% entre junho do ano passado e deste ano. Para pessoa física, a redução foi de 7,9%. A carteira de crédito rural foi encolhida em 22,7%.
Apesar das promessas de que a Caixa Econômica daria crédito "à padaria do seu Joaquim", um exemplo do presidente Pedro Guimarães sobre como seria a sua gestão à frente do banco público, a carteira de crédito encolheu no segundo trimestre de 2019. O crédito para pessoa jurídica diminuiu 30,7% entre junho do ano passado e deste ano. Para pessoa física, a redução foi de 7,9%. A carteira de crédito rural foi encolhida em 22,7%.
Houve alta no financiamento à habitação, porém bem mais modesta que a dos concorrentes, de 3,6%. A Caixa é o maior banco de financiamento imobiliário do país, com uma carteira de crédito que supera os R$ 450 bilhões. Suas operações dependem em parte do programa Minha Casa, Minha Vida, que sofre com atrasos nos repasses do Tesouro.
Segundo Gabriel Dutra, vice-presidente de Finanças e Controladoria, as novas operações de crédito voltaram a ocorrer, mas devido ao tamanho da carteira da Caixa, isso demora a aparecer no tamanho da carteira. Já Pedro Guimarães, presidente da Caixa, afirmou que "não tem nenhum problema em reduzir o tamanho da carteira".
Apesar da queda nas operações de empréstimos, o banco conseguiu elevar sua margem financeira (receita com juros, a principal de uma instituição financeira) em 12,8%, a R$ 14,1 bilhões. Atribuiu o resultado maior em operações com valores mobiliários (operações no mercado financeiro) e a um menor custo de captação. A taxa Selic, que é a baliza do custo do crédito, caiu apenas no final de julho, de 6,50% para 6%, mas a expectativa de redução permite que os bancos paguem menos pelo dinheiro dos clientes.
O lucro do banco público cresceu 21,6%, a R$ 4,2 bilhões. Esse número só foi possível, no entanto, porque considera a entrada em caixa do dinheiro da venda das ações da Petrobras, operação realizada em junho. Foram contabilizados R$ 2,2 bilhões, que serão devolvidos ao Tesouro Nacional.
Pedro Guimarães defendeu a devolução de recursos ao Tesouro, com a chamada "despedalada do banco" pregada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo o executivo, o banco já pagou R$ 3 bilhões e recebeu autorização do conselho de administração para pagar mais R$ 7,5 bilhões, agora pendente de aval de órgãos reguladores.
O custo das primeiras emissões de IHCD (Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida) chega a 20% ao ano, mas deveria custar um terço dado o atual custo de crédito, segundo Guimarães. Com excesso de capital em Caixa, faz sentido fazer os pagamentos. "Se tivesse índice de capital próximo do mínimo ou menor, poderia ser outra discussão", afirmou Guimarães.
Sem esses chamados efeitos extraordinários, e aqui a Caixa inclui ainda a despesa de R$ 683 milhões com um PDV (Programa de Demissão Voluntária), o banco teria lucrado R$ 3,7 bilhões no segundo trimestre, alta de apenas 3%. O presidente da Caixa comemorou a saída da ressalva do balanço do banco, colocada pelos auditores em 2016 por causa de investigações de corrupção pela Polícia Federal. Segundo Guimarães, esse foi um dos motivos para a demora na publicação dos números do segundo trimestre, após o término da temporada de balanços dos bancos têm ações negociadas em bolsa.
A Caixa também divulgou que não conseguiu cobrar mais tarifas de seus clientes no segundo trimestre. A receita com prestação de serviços ficou estável em 12 meses, em R$ 6,6 bilhões. Houve um tombo de 21% nas tarifas com cartões e de 5,3% nas de conta-corrente. A alta de 8,9% nos pagamentos do governo ao banco público para prestação de serviços, a principal origem das receitas de prestação de serviços da Caixa, ajudou a deixar o período no zero a zero.
O banco destacou a redução das despesas, que caíram 6,7%, a R$ 2,8 bilhões. Parte do corte foi em gastos com publicidade, que recuaram 98%. Foram cortados de R$ 145 milhões a R$ 3,4 milhões no primeiro semestre deste ano. O governo de Jair Bolsonaro (PSL) defende a redução de gastos de publicidade. Guimarães afirma, porém, que eles devem crescer no segundo semestre, porque o banco tem "discussões com a sociedade" como a promoção do novo financiamento imobiliário, atrelado à inflação, e as renegociações de dívidas, que tiveram adesão mais baixa que o esperado e por isso foram prorrogadas até dezembro.
"A Caixa no segundo semestre vai ter participação mais ativa nas mídias tradicionais", afirmou o executivo. Os números do banco público destoam dos obtidos pelos quatro maiores bancos de capital aberto do mercado -Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander.
No agregado, ainda que o crédito estivesse desacelerando, eles conseguiram ampliar a carteira de crédito no período e também expandir a receita de serviços. No consolidado, eles lucraram 20% mais entre abril e junho.
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO