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Conjuntura

- Publicada em 30 de Agosto de 2019 às 03:00

PIB cresce 0,4% puxado pelo investimento

A economia brasileira melhorou no segundo trimestre de 2019. O Produto Interno Bruto (PIB) avançou 0,4% no período em relação aos três meses imediatamente anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o segundo trimestre de 2018, a alta foi de 1%. O acumulado dos últimos 12 meses encerrados em junho mostra crescimento de 1%.
A economia brasileira melhorou no segundo trimestre de 2019. O Produto Interno Bruto (PIB) avançou 0,4% no período em relação aos três meses imediatamente anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o segundo trimestre de 2018, a alta foi de 1%. O acumulado dos últimos 12 meses encerrados em junho mostra crescimento de 1%.
Em ambas as comparações, o resultado veio acima do esperado por analistas da Bloomberg (0,2% e 0,8%, respectivamente). Segundo Cláudia Dionísio, gerente de contas trimestrais do IBGE, um fator importante para essa expansão acima do esperado foi a mudança do comportamento do investimento.
No segundo trimestre, o investimento registrou alta de 3,2% em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o segundo trimestre de 2018, o investimento cresceu 5,2%. Em quatro trimestres, acumula alta de 4,3%.
Especialistas, no entanto, recomendam cautela diante do resultado. "Uma alta do investimento desse nível era esperada, está dentro do padrão de volatilidade do indicador. Não representa ainda uma mudança de patamar, que ainda permanece muito baixo", diz Luka Barbosa, economista do Itaú Unibanco. Mesmo com a alta recente, o investimento permanece em um nível 26,2% abaixo de seu pico histórico registrado no segundo trimestre de 2013.
Outro indicador que ajuda a balizar a análise é a chamada taxa de investimento da economia, que mede a relação entre a chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e o PIB, que ficou em 15,9% no segundo trimestre deste ano. Trata-se de um patamar baixo em termos internacionais.
Segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), em 2018, a taxa de investimento era de 22,7% no Chile, 23% no México, 44,2% na China e 31,6% na Índia, outros emergentes como o Brasil.
A melhora na construção civil responde por cerca de metade do investimento, puxada em especial pela recuperação no mercado imobiliário. A indústria de transformação também pesou a favor. Teve alta de 2% no trimestre, em comparação com os primeiros três meses do ano.
Na avaliação da economista-chefe do Santander, Ana Paula Vescovi, os números reforçam que a recuperação segue lenta, em especial por causa da perda de produtividade da economia durante a crise. O efeito positivo das reformas, como a da Previdência, ainda vai demorar para chegar à economia real. "O que a gente vê é uma recuperação muito lenta", diz Ana Paula.
A melhora em relação ao início do ano foi puxada pelo crescimento de 0,7% da indústria e de 0,3% dos serviços. A agropecuária teve recuou 0,4%. Na comparação com o primeiro trimestre, o crescimento industrial foi influenciado pela expansão da indústria de transformação (2%) e também de construção (1,9%).
"Juntas, as indústrias de transformação e construção respondem por cerca de 70% do setor. Além disso, a indústria de transformação tem peso no segmento de bens de capital, que contribuem para os investimentos internos e externos", disse a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Claudia Dionísio.
A indústria extrativa recuou 3,8%, ainda sob efeito do rompimento da barragem de Brumadinho, da Vale, em Minas Gerais e seus reflexos sobre a extração mineral. Pela ótica do consumo, houve expansão no consumo das famílias, 0,3%. O consumo do governo, por outro lado, recuou 1%.
Na comparação anual, o crescimento de 1% é o décimo resultado positivo nessa base de análise. Pelo lado da demanda, o avanço continua puxado pelo consumo das famílias, que cresceu 1,6%, enquanto o do governo recuou 0,7%.
"Mais uma vez, vemos o consumo das famílias influenciando a demanda, além de ter puxado o aumento do comércio varejista. Já o comércio por atacado cresceu graças às indústrias de transformação, principalmente a metalurgia e produção de máquinas e equipamentos. Junto com a importação, a produção doméstica de bens de capital e a construção explicam a aceleração da Formação Bruta de Capital Fixo", disse Claudia Dionísio.

'Começamos a recuperar confiança', afirma Bolsonaro

O presidente da República, Jair Bolsonaro, comemorou crescimento de 0,4% do PIB no segundo trimestre, resultado melhor que o esperado pelos analistas. Ele classificou o resultado como "positivo". "Questão da nossa economia vem em função que começamos a recupera confiança perdida nos últimos anos", declarou o presidente.
Ele ponderou que "obviamente, a economia tem de melhorar bastante". E disse reconhecer o "árduo trabalho" que terá o ministro da Economia, Paulo Guedes. "Precisamos de recursos", disse Bolsonaro.
O presidente voltou a falar sobre o estado que encontrou o País. Disse que também havia problema "ético e moral". "A agenda conservadora é tão criticada, mas é essencial, é a âncora, base de uma sociedade", disse ele.
Para o Ministério da Economia, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) sugere que a estratégia de ajuste nas contas públicas é correta. "A estratégia adotada pelo governo, de crescimento com responsabilidade fiscal, vai se mostrando acertada", afirma em nota a Secretaria de Política Econômica.
"Apesar do forte ajuste nas contas públicas, representada por uma queda de 1% no consumo do governo, o crescimento no trimestre foi positivo e acima das projeções de mercado", afirma a pasta.
Mesmo com o crescimento no trimestre, os técnicos ainda veem a existência de dificuldades. "O cenário econômico continua desafiador: o ajuste fiscal em curso, a baixa produtividade da economia brasileira e a incerteza da conjuntura internacional sugerem ainda um longo caminho a percorrer", diz a nota.
Eles consideram, no entanto, a situação atual menos grave do que anteriormente. "Não deixa de ser importante frisar que a despeito desses desafios, a conjuntura brasileira hoje mostra-se mais favorável do que era há alguns meses atrás", avalia o texto.
De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, ainda é incerto o impacto que o resultado divulgado nesta quinta-feira trará para a arrecadação de tributos.
Como a projeção do governo para o crescimento da economia é alinhada com a do mercado, o dado melhor do que o esperado pode ampliar as expectativas de receitas. Para o secretário, porém, ainda não é possível comemorar o número.

Desempenho positivo da construção interrompe 20 trimestres de quedas

O Produto Interno Bruto (PIB) da indústria da construção chamou a atenção pelo bom desempenho no segundo trimestre. A alta de 2,0% ante o segundo trimestre de 2018 interrompeu uma sequência de 20 trimestres de queda, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A última alta havia sido no primeiro trimestre de 2014, com avanço de 8,2% ante igual período de 2013.
Em relação ao primeiro trimestre deste ano, a alta de 1,9% no PIB da construção no segundo trimestre foi o melhor desempenho nessa base de comparação desde o segundo trimestre de 2013, quando o avanço foi de 4,5% sobre o primeiro trimestre daquele ano.
Ainda na ótica da oferta, o tombo de 9,4% no PIB da indústria extrativa, atingida diretamente por paralisações de produção após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG) em janeiro, foi a maior queda registrada na série histórica do IBGE, iniciada em 1996.
A indústria da transformação cresceu 2,0% no período, enquanto as atividades imobiliárias tiveram expansão de 0,7%. O comércio teve elevação de 0,7% no segundo trimestre ante o primeiro trimestre de 2019. O segmento de informação e comunicação cresceu 0,5%, e as outras atividades de serviços subiram 0,4%. Por outro lado, transporte, armazenagem e correio recuaram 0,3% no segundo trimestre ante o primeiro.