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Economia

- Publicada em 27 de Agosto de 2019 às 03:00

Mercado de equinos sinaliza com recuperação

EXPOINTER 2019
Fotos da prova funcional dos cavalos árabes, pela Associação Gaúcha do Cavalos Árabe

EXPOINTER 2019 Fotos da prova funcional dos cavalos árabes, pela Associação Gaúcha do Cavalos Árabe


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
Após forte crise nos últimos três anos, o mercado de equinos começa a dar os primeiros sinais de recuperação. Criadores e proprietários vêm buscando alternativas para burlar o cenário econômico desfavorável.

Após forte crise nos últimos três anos, o mercado de equinos começa a dar os primeiros sinais de recuperação. Criadores e proprietários vêm buscando alternativas para burlar o cenário econômico desfavorável.

"A crise chegou tanto para usuários como para criadores, mas já observamos alguns movimentos que indicam tendência de melhora", disse o diretor do Núcleo Riograndense de Criadores de Cavalo da Raça Mangalarga (NRCCRM) e vice-presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Eduardo Finco. Segundo Finco, os usuários são os que mais sentem o impacto da crise, pois utilizam os animais para lazer ou passeio e a manutenção diária tem custo muito elevado, com tratador, ração, hotelaria. Em se tratando de um animal em preparação para Expointer, esses custos podem chegar a R$ 3 mil ao mês.

Sobre os criadores, o diretor do NRCCRM disse que eles não pararam de investir, mas que estão mais comedidos. "Alguns reduziram a criação, se antes investiam na criação de 20 potros, hoje investem na metade, pois os custos são muito altos", explicou. Prova disso é que o leilão da raça Mangalarga, realizado durante a 42ª Expointer, teve pista limpa, com média de vendas de R$ 26 mil, com o animal mais caro arrematado a R$ 80 mil e faturamento de R$ 700 mil. "São valores considerados muito bons frente a um cenário que vem desfavorável há alguns anos. Claro que já tivemos faturamento de mais de R$ 1 milhão, em outros anos, mas, ainda assim, foi excelente. Quem conseguiu comprar, fez bons negócios", disse Finco. Neste ano, o Mangalarga aumentou em 3,9% o número de animais inscritos na feira, passando de 77 para 80. 

O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), Francisco Fleck, afirma que, frente à crise, os criadores passaram por uma readequação nos custos de comercialização, produção e manutenção dos animais. "Muitos adaptaram as formas de venda que passaram a ser digitais. Além disso, alguns compradores buscam comprar diretamente do produtor. Dessa forma, se manteve a remuneração de quem cria e produz cavalo crioulo."

Sobre os remates da raça Crioula, que começaram em 21 de agosto, Fleck acredita em valores de comercialização superiores aos de 2018, quando a crise, segundo ele, foi mais acirrada. "A Expointer é um local de referência de comercialização e valores, temos sinalização de que vamos ter boa média e volume."

O momento da raça Crioula também é considerado bom, já que o número de transferência e de animais negociados dentro da associação não diminuíram, com liquidez e a comercialização muito boas. "No entanto, tivemos uma redução de 20% nos preços, em um comparativo entre 2017 e 2019, e acredito que devamos manter esse percentual em 2019, mas com boa liquidez." Mesmo com valores mais baixos, a raça teve número recorde de animais em participação em diferentes eventos, com o registro de incremento de 10% no número de animais em provas funcionais e 20% nas posições morfológicas. Neste ano, a raça teve uma leve queda de 9,62% em participação na Expointer, de 395 para 357.

Na contramão do cenário atual, os criadores e proprietários da raça Árabe vivenciaram a crise de forma mais intensa há quatro anos e comemoram a retomada. "A crise já passou, e nos reinventamos. Hoje, o Árabe é uma raça muito mais de proprietários do que de criadores. Comparativamente, pode-se dizer que em um mês surgem 20 proprietários novo e um criador a cada seis meses", afirma a vice-presidente da Associação Gaúcha do Cavalo Árabe, Fernanda Camargo.

Fernanda, que também é proprietária do Centro Equestre Referencial, diz que está com a hotelaria lotada e com fila de espera para novos clientes. "Cavalo é paixão, e, na crise, muitos proprietários optam por vender o carro, por viajar menos, mas não deixam de investir no animal", completa. Neste ano, a raça não terá remate na Expointer, em função da baixa oferta de animais no mercado. Quanto à participação na mostra, houve queda de 6,12%, de 98 para 92 animais.

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