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Economia

- Publicada em 18 de Agosto de 2019 às 16:49

Churrasco chinês: doce, assado na mesa e que se come com pauzinhos

Clientes preparam as íscas de carne na grelha e chaminé instalados no centro da mesa

Clientes preparam as íscas de carne na grelha e chaminé instalados no centro da mesa


PATRÍCIA COMUNELLO /ESPECIAL/JC
Patrícia Comunello
Os chineses também têm o seu churrasco e ele não tem nada a ver com o espeto passando pelas mesas e provocando a vontade de comer carne dos gaúchos, prática já exportada para muitos outros países.
Os chineses também têm o seu churrasco e ele não tem nada a ver com o espeto passando pelas mesas e provocando a vontade de comer carne dos gaúchos, prática já exportada para muitos outros países.
Na cidade de Shenyang, capital da província de Liaoning e com mais de 6 milhões de habitantes, restaurantes instalam uma grelha na mesa do cliente, que prepara o seu próprio ‘churrasco’. O tipo de preparo lembra o estilo uruguaio e argentino, mas é ainda diferente, pois os hermanos latino-americanos fazem o assado numa plataforma única, uma grande grelha.
Esta reportagem foi baseada em uma incursão da repórter do Jornal do Comércio e mais três jornalistas - as brasileiras Gisele Federicce (Brasil 247) e Nahima Maciel (Correio Brasiliense) e Jacqueline Moreno (funcionária da comunicação do governo de Cabo Verde, país africano). As jornalistas estão em uma comitiva de profissionais de imprensa de países de Língua Portuguesa que está conhecendo parte da China a convite do governo chinês.
> JC VÍDEOS: Confira como foi a incursão das jornalistas:
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Na visita a Shenyang, capital da província de Liaoning, as jornalistas resolveram conferir opções de locais para comer em uma das noites. Próximo à rua Qingnian, onde ficava o hotel, o quarteto passou em frente a um estabelecimento que despertou a atenção por ter sobre as mesas uma espécie de exaustor que lembra um tubo de chaminé. Decidiram, então, entrar para saber do que se tratava.
Era fim de tarde, e os proprietários recém abriam a casa. Depois de tentar uma comunicação em inglês com o dono, que nada sabia do idioma - o que é muito comum na China (jovens e até crianças falam inglês, mas adultos são mais raros) - e ainda recorrer ao Google Translate sem sucesso, elas resolveram arriscar para descobrir qual era o negócio do local.
Na mesa, um recipiente de alumínio - tipo uma bacia redonda aberta com água em volta - sugeria que o preparo seria feito no topo. A chaminé pendia sobre o recipiente. O cardápio, todo em mandarim, oferecia opções de carnes e legumes servidos em tiras (carne). As jornalistas escolheram três opções, entre carne vermelha, de frango e cogumelos.
Minutos depois, uma garçonete apareceu com um jarro de água de aspecto nada potável destinada à tal bacia, o que gerou certo temor sobre o modo de preparo do churrasco.
Na sequência, o proprietário apareceu, vindo da rua, com uma porção de brasa incandescente dentro de uma assadeira que foi devidamente colocada sobre a panela. Para completar o kit, ele trouxe uma grelha e assentou no conjunto. Com a instalação completa, ficou claro que ali seriam pregadas as carnes. Alívio geral na mesa.
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Íscas de carne e outros ingredientes são assadas na grelha 

Como funciona a 'churrasqueira de mesa'? Cada pessoa vai depositando tiras de carne ou legumes - as jornalistas escolheram cogumelos que ficaram deliciosos feitos na grelha. As opções em tiras têm uma razão simples: podem ser lançadas e consumidas com os pauzinhos (kuai zi, em mandarim, ou hashi, dos japoneses), que são os talheres dos chineses.
Um garoto que jantava com os pais na mesa em frente às jornalistas definiu o que é o assado: "Barbecue, barbecue”, falou, duas vezes, divertindo-se. O barbecue é churrasco dos americanos, feito na grelha, sem usar espetos.
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Garoto chinês (direita) revela que está comendo 'barbecue', na companhia da mãe 

Além de consumir em tirinhas e com preparo próprio, outra diferença entre os ‘churrascos’ é o preparo da carne, que vem levemente adocicada. Quem gosta de um churrasco com sal grosso e não curte muito uma pegada agridoce vai estranhar. As jornalistas até pensaram em sugerir apenas sal nas porções, mas até explicar e serem compreendidas, melhor foi mesmo se contentar com o jeito chinês.
O ambiente era bem simples, com dez mesas, e lotou rapidamente. O preço de cada porção variava pelo tipo de carne. Foram três porções, incluindo uma de cogumelo e outra de uma tortinha salgada, além de bebidas. A conta final foi de quase 150 yuans, o equivalente a R$ 75,00. Cada uma pagou 35 yuans, ou menos de R$ 20,00.
Na saída do estabelecimento, o registro contou com o dono. O grande letreiro da fachada só foi traduzido depois pela intérprete da comitiva. Adivinha o que significava? “Casa de barbecue”, desvendou Noémia Zhu.
Então, quem for à China e, mais precisamente, a Shenyang -- cinco horas de trem-bala partindo de Pequim e cidade onde a seleção brasileira de futebol estreou na Olimpíada de 2008 --, não pode deixar de conferir o ‘churrasco' dos chineses. O estilo bem que poderia inspirar algum empreendedor no Rio Grande do Sul. Será que daria certo?
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