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Economia

- Publicada em 15 de Agosto de 2019 às 11:37

Justiça restabelece remoção de famílias para obras na pista do Salgado Filho

Transferência para residencial na zona Norte começou em junho, mas foi suspensa após ação do MP

Transferência para residencial na zona Norte começou em junho, mas foi suspensa após ação do MP


LUIZA PRADO/JC
A Justiça Federal no Rio Grande do Sul restabeleceu a remoção das famílias da Vila Nazaré para permitir as obras de ampliação da pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho, agora Porto Alegre Airport. A medida foi definida na noite dessa quarta-feira (14) pela juíza da 3ª Vara Federal Thais Helena Della Giustina atendendo a um recurso da concessionária Fraport Brasil. A obra deve ser concluída até dezembro de 2021, segundo contrato com a Agência Nacional de Aviação (Anac). A prefeitura anunciou que retomará os procedimentos para as transferências ainda nesta quinta.
A Justiça Federal no Rio Grande do Sul restabeleceu a remoção das famílias da Vila Nazaré para permitir as obras de ampliação da pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho, agora Porto Alegre Airport. A medida foi definida na noite dessa quarta-feira (14) pela juíza da 3ª Vara Federal Thais Helena Della Giustina atendendo a um recurso da concessionária Fraport Brasil. A obra deve ser concluída até dezembro de 2021, segundo contrato com a Agência Nacional de Aviação (Anac). A prefeitura anunciou que retomará os procedimentos para as transferências ainda nesta quinta.
O prefeito de Porto Alegre Nelson Marchezan Júnior comentou a decisão na manhã desta quinta-feira (15) e afirmou que as realocações devem começar imediatamente. "Essas pessoas estão saindo de uma área de risco, onde não é humanamente concebível que eles permaneçam, para ir para uma residência onde vão ter endereço, água, saneamento, calçadas, ruas... Vão ingressar em uma vida mais civilizada, mais justa e mais humana", declarou Marchezan.
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A Fraport emitiu nota também nesta quinta comemorando a decisão. "A Fraport Brasil está muito satisfeita com a decisão judicial com o fato de poder continuar os trabalhos de desocupação da área", diz a nota da companhia. "A decisão viabiliza o cumprimento do compromisso assumido pela Fraport em ampliar a pista do aeroporto de Porto Alegre para a promoção do desenvolvimento econômico da região", associa a empresa, que já havia alertado que o adiamento das remoções poderia comprometer o prazo da ampliação.
A juíza emitiu a nova posição um mês após ter determinado a suspensão, atendendo a uma liminar pedida dentro de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MPE), Defensoria Pública da União (DPU) e Defensoria Pública do Estado (DPE). O processo tramita pelo número de 5041254-89.2019.4.04.7100. No despacho, Thais Helena considera que foram cumpridas determinações solicitadas por ela, como a conclusão do cadastramento das famílias.
Além disso, a magistrada descartou que as famílias estariam sendo pressionadas a mudar para os residenciais, situação que havia sido relatada na ação civil pública. Dois conjuntos foram erguidos do programa federal Minha Casa Minha Vida para receber os habitantes da Nazaré - o Nosso Senhor do Bom Fim, com 364 moradias, no bairro Sarandi, e o Irmãos Maristas, com 1.290 moradias, no bairro Rubem Berta. Este último ainda está em obras. A Fraport vai gastar R$ 30 milhões para infraestrutura e outras construções de uso comum dos conjuntos, dinheiro que não é previsto no contrato, diz a empresa.
A Fraport informou, na nota, que vai dar continuidade aos procedimentos junto com o Departamento Municipal de Habitação (Demhab). A realocação é obrigação da empresa, prevista no contrato da concessão. A transferência começou em 19 de junho. Quando houve a suspensão, 168 famílias haviam sido identificadas para residir no Nosso Senhor do Bom Fim, que já está pronto. O grupo pôde ser transferido em processo que foi concluído na segunda-feira (12), segundo a prefeitura.
Para a ampliação da pista, seria necessário remover apenas os ocupantes de quase mil habitações da Nazaré que estão no futuro traçado ou na área de influência da operação. Mas a totalidade será removida, cerca de 1,3 mil famílias. A ação dos MPs diz que a totalidade seria obrigação da concessionária, que rebate reafirmando que seria responsável pelos ocupantes na área de influência. No despacho do recurso de agravo de instrumento da Fraport, a juíza observa que o total de ocupantes será abrangido, segundo a empresa, o que atenderia a solicitação.
Com a ampliação, a pista deve passar dos atuais 2.280 metros para 3,2 mil metros. É um dos itens que exigem maior aporte na concessão firmada em meados de 2017 com a Anac. O investimento deve ser de R$ 600 milhões, um terço do total de R$ 1,8 bilhão previstos. A ampliação deve potencializar o uso do complexo, possibilitando que aeronaves de maior porte pousem e decolem em rotas de transporte de cargas e passageiros, como voos internacionais.
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