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inovação

- Publicada em 05 de Agosto de 2019 às 12:48

Gravador traduz e transcreve em tempo real mandarim para inglês usando reconhecimento de voz e AI

Equipamento tem o tamanho de um celular, com tela e microfone para captar a voz

Equipamento tem o tamanho de um celular, com tela e microfone para captar a voz


Patrícia Comunello/Especial/JC
Imagina gravar uma entrevista com um chinês sem saber nada de mandarim (idioma oficial da China) e já ter a tradução e transcrição do texto para inglês em tempo real e com precisão de 98%? Para jornalistas e quem atua em relações internacionais é a solução para barreiras que o mandarim oferece.
Imagina gravar uma entrevista com um chinês sem saber nada de mandarim (idioma oficial da China) e já ter a tradução e transcrição do texto para inglês em tempo real e com precisão de 98%? Para jornalistas e quem atua em relações internacionais é a solução para barreiras que o mandarim oferece.
O aparelho traz a solução embarcada e custa cerca de dois mil yuans (pouco mais de R$ 1 mil) a três mil, na versão mais completa (R$ 2 mil), e foi lançado pela gigante de tecnologia de reconhecimento de voz e uso de Inteligência Artificial (AI), iFlytek, líder no segmento na China. A venda ocorre por meio da companhia atualmente.
O aparelho está preparado para atender seis idiomas, entre eles ainda japonês e coreano. Português ainda não está disponível, mas a empresa informa que tem interesse em lançar essa capacidade. O uso é fácil. O equipamento tem o tamanho de um celular, com tela e microfone para captar a voz. O texto vai aparecendo na tela à medida que a voz vai sendo captada na gravação. O produto foi desenvolvido para atender a rotina da imprensa e de área de governos, dando agilidade ao trabalho.
Outra vantagem do gravador/tradutor é o compartilhamento imediato da gravação a partir de um QR-Code, repassado por meio do app Wechat, semelhante ao WhatsApp, mas que é muito mais disseminado na China e com funcionalidades como essa para acelerar a conexão via digitalização.
A iFlytek foca desenvolvimento de soluções para aplicação em mandarim, e o motivo é justamente a dificuldade de outras nacionalidades ao lidar com o idioma. A China é a segunda maior economia no mundo, tem 1,4 bilhão de habitantes e desperta cada vez mais interesse. Aprender o idioma, mesmo que a procura venha crescendo mundialmente por cursos na área, ainda é um desafio pela complexidade da língua, que usa símbolos.
Além do aparelhinho, a iFlytek tem mais quitutes movidos a alta tecnologia de voz, como o Easytrans, para tradução, com 58 línguas, incluindo português, e também robôs para tratamento de doenças que já foram reconhecidos pelos capacidade de tratar 900 doenças. A companhia faz questão de informar que vem despontando em competições mundiais para avanços com reconhecimento de voz e também aprendizado de máquina para exercer aptidões humanas. No caso do diagnóstico, o desempenho chegou a 98% dos melhores profissionais da área.

De Startup à líder em reconhecimento de voz e AI na China

Empresa está instalada no hub de tecnologia e inovação de Zhongguancun, o Vale do Silício chinês

Empresa está instalada no hub de tecnologia e inovação de Zhongguancun, o Vale do Silício chinês


Patrícia Comunello/Especial/JC
A iFlytek foi fundada em 1999 por seis estudantes, que começaram em uma pequena sala de um edifício em Hefei, província de Anhui, seguindo passos de startups de garagem que viram bilionárias, hoje identificadas como unicórnios. De 20 pessoas na largada, hoje são 12 mil funcionários na sede em Hefei e ainda prédio no hub de tecnologia e inovação de Zhongguancun, considerado o Vale do Silício chinês e localizado no distrito de Haidian, em Pequim. Na entrada da empresa, o slogan dá ideia do que inspira a gigante: “iFlytek, 20 anos dedicados a criar um mundo melhor com inteligência artificial”.
A companhia de capital aberto na bolsa de valores de Shenzhen e é avaliada em US$ 10 bilhões. É uma das apostas do governo chinês para cumprir metas de liderar a corrida global até 2030 em AI e reconhecimento de voz. Para dar mais fôlego, a poderosa gigante de telecomunicações, China Mobile, que estatal, comprou 15% do capital.
A iFlytek também busca entre US$ 350 milhões e US$ 400 milhões no mrcado externo para possibilitar mais desenvolvimento, segundo o site do Financial Times. Com a guerra comercial deflagrada unilateralmente pelos Estados Unidos sobre a China, há risco de que a empresa possa ser incluída na lista negra (blacklist) das chinesas que não podem vender itens ao mercado americano, onde já figura a Huawei, de telefonia móvel.
Na atuação da iFlytek, soluções para educação respondem pela maior demanda, com 24%. Depois vêm comunicação com 17% e serviços para resolver situações corriqueiras das pessoas, como emitir cartões e muitos serviços no setor público, com 10%. Áreas do governo são importantes clientes da companhia. Na educação, muitas soluções com inteligência artificial pretendem auxiliar professores na avaliação de alunos, observando desempenho individual a partir de modelos, e mesmo no aprendizado. A indústria atende ainda indústria automotiva em software para veículos autônomos.
Mais de 220 milhões de pessoas já acessaram a plataforma de soluções, para desenvolver ou usar os recursos da bigtech. Hoje são 4 milhões de usuários corporativos permanentes. Devido à origem de pequeno negócio, a iFlytek disponibiliza acesso a suas tecnologias gratuitamente para que startups criem suas soluções. Segundo a companhia, mais de 1milhão de empreendimentos já usaram e deram origem a 600 mil novas aplicações.