Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 01 de Agosto de 2019 às 16:33

PIB gaúcho avança 0,9% no primeiro trimestre

É o terceiro trimestre seguido de crescimento, mas a recuperação vem em queda, conforme os dados

É o terceiro trimestre seguido de crescimento, mas a recuperação vem em queda, conforme os dados


Carolina Greiwe/Seplag/Divulgação/JC
Thiago Copetti
Atualizada às 18h22min.
Atualizada às 18h22min.
O PIB do Estado cresceu 0,9% no primeiro trimestre deste ano sobre o mesmo período do ano passado. É o terceiro trimestre consecutivo de crescimento, mas a recuperação vem em queda. No terceiro trimestre de 2018, a alta foi de 4,1%, e, no quarto trimestre do ano passado, de 2,5%.
De acordo com Eduardo Zylberstajn, pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), responsável pelos dados, a retração foi causada, principalmente, pelo agronegócio - especialmente pelos problemas nas culturas de arroz e de uva - e pela retração na construção civil.
Notícias sobre economia são importantes para você?
Além da queda do agronegócio, de 4,4%, a construção civil também ajudou a retrair o crescimento dos trimestres anteriores, com queda de 3,8%. O setor de serviços também teve índice negativo, de 0,4%.
A expectativa é de que o segundo semestre de 2019 apresente recuperação com a entrada dos dados da safra de soja, cuja colheita é concluída entre abril e maio, já que, de acordo com Zylberstajn, os volumes colhidos neste ano foram cerca de 5% maiores em relação ao ciclo anterior. E a soja representa quase 50% do PIB agropecuário do Rio Grande do Sul. "O PIB agropecuário é um dos mais importantes no Estado, e a produção de grãos, em especial, representa dois terços da contribuição do setor. A colheita de soja deste ano ainda vai se refletir nas estatísticas positivamente", explica o pesquisador.
O destaque do crescimento no primeiro trimestre se deve à indústria, com alta de 5,6%, e comércio (3,3%). O crescimento industrial, no entanto, vem sobre uma base ainda deprimida e sobre uma grande capacidade ociosa, explica o pesquisador da Fipe. Houve incremento, por exemplo, na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, bebidas e derivados de petróleo e biocombustíveis.
"Mas o crescimento industrial está bem concentrado em alguns setores. Nos produtos alimentícios, por exemplo, houve retração", diz Zylberstajn.
A construção civil, que chegou a apresentar alguma recuperação em 2018, voltou a retrair. De acordo com Zylberstajn, porém, com a alta demanda de obras públicas e possíveis parcerias público-privadas sendo alinhadas, o setor poderá contribuir positivamente ao longo do ano.
{'nm_midia_inter_thumb1':'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2019/08/01/206x137/1_pib-8797958.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'5d433f8b46be9', 'cd_midia':8797958, 'ds_midia_link': 'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2019/08/01/pib-8797958.jpg', 'ds_midia': ' PIB ARTE', 'ds_midia_credi': 'Fipe/JC', 'ds_midia_titlo': ' PIB ARTE', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '800', 'cd_midia_h': '462', 'align': 'Left'}
Sobre o futuro, o otimismo é moderado, afirma a secretária estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos. As boas perspectivas de seguir com o PIB positivo, diz Leany, estão ancoradas, por exemplo, nas privatizações, que devem começar a ser encaminhadas, além de parcerias público-privadas e concessões de serviços ao setor privado.
"É um esforço para superarmos a nossa situação fiscal e nossa limitada capacidade de investir com recursos próprios. Mas claro que dependemos também de condições macroeconômicas nacionais. Ainda assim, podemos comemorar termos crescido acima da média nacional, que perdeu velocidade de crescimento (teve alta de 0,5% ante os 0,9% do Rio Grande do Sul)", sintetiza Leany.
No cenário macroeconômico, diz Zylberstajn, há boas perspectivas com a decisão do novo corte dos juros pelo Banco Central. "O empresário precisa ter confiança, ele não tomará uma decisão de investidor se a situação do Estado e do País não for resolvida, porque ainda haverá risco de inflação ou aumento de impostos, por exemplo", afirmou.
Sobre a retração no ritmo do crescimento do PIB gaúcho, avalia o pesquisador da Fipe, logo que o Rio Grande do Sul começou a apresentar índices positivos, como no terceiro trimestre de 2018, o cálculo foi sobre uma base muito deprimida. "É natural que o primeiro trimestre de retomada seja algo, tem um ritmo que é difícil de manter depois", avalia Zylberstajn.
Cálculo voltará ser feito por técnicos do Estado
Este foi o último PIB estadual elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Os próximos dados serão compilados pelos antigos técnicos da Fundação de Economia e Estatística (FEE) e com a retomada da parceria com o IBGE.
Ao retirar do compromisso com a Fipe essa atividade, o governo do Estado deve obter uma economia de cerca de R$ 700 mil anuais em um contrato anual de cerca de R$ 2 milhões.
A entidade, porém, seguirá fazendo outros estudos, como de cálculos de emprego e desemprego. Desde o início de 2017, esses cálculos vêm sendo realizados pela Fipe. "Estamos revendo o contrato e vamos retomar algumas atividades, entre elas o PIB, incluindo o cálculo do PIB municipal", anunciou a secretária de Planejamento, Leany Lemos.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO