A retomada das atividades ferroviárias nos ramais dos municípios de Uruguaiana e São Luiz Gonzaga está no radar da Rumo, que busca condições para aportar os investimentos que já estão alocados e previstos para a região.
Para efetivar o projeto, a empresa aguarda a antecipação da renovação do contrato de concessão, o que viabilizaria o retorno dos investimentos no longo prazo. A expectativa foi destacada pelo vice-presidente da Rumo Logística, Daniel Rockenbach, durante a 1° Jornada Técnica da Rede Técnica Cooperativa (RTC), realizada em Gramado.
Além dos ramais que podem voltar à atividade, os investimentos previstos compreendem toda operação em termos de via e também equipamentos, como locomotivas e vagões, na busca de melhorar a eficiência para aumentar os volumes transportados e, com isto, participar mais competitivamente da logística no Rio Grande do Sul. Rockenbach também ressaltou a importância da instituição de parcerias no sentido de que outras empresas façam investimentos em terminais ferroviários de carga e descarga, já que o Estado está muito defasado neste quesito, o que também contribui para a morosidade deste modal logístico.
O representante da Rumo afirmou que está em negociação com a CCGL para a construção de um terminal rodoferroviário de grande porte em Cruz Alta e a ampliação das operações de descarga no porto de Rio Grande através da expansão do terminal Termasa S.A., em tramitação com os órgãos governamentais responsáveis. Tal investimento transformaria o eixo Cruz Alta-Rio Grande em um trecho de grande movimento e eficiência, proporcionando, inclusive, outras ligações acessórias através de "short lines" com outras localidades, um modelo muito usado nos Estados Unidos onde operadores menores conseguem viabilizar trechos secundários. "Essa ampliação é fundamental para o Rio Grande do Sul", opinou Rockenbach.
Nesse cenário Rockenbach afirmou que a projeção da Rumo é investir no Estado R$ 5,5 bilhões em 10 anos. Nos últimos quatro anos, foram R$ 2,6 bilhões investidos na Região Sul. Segundo o diretor superintendente da CCGL, Guilherme Dawson Jr, o Rio Grande do Sul tem forte potencial para expansão de volume em regiões com vocação ferroviária e baixo volume transportado. "O que a gente tem é sobra de capacidade", pontuou.