As tratativas para a constituição do Corredor Bioceânico Central Coquimbo-Porto Alegre, interligando os oceanos Pacífico e Atlântico, passando por Chile, Argentina e Brasil estão avançando. Neste mês de julho, o assunto foi discutido na 54ª Cúpula de Presidentes do Mercosul, realizada na cidade argentina de Santa Fé, e neste segundo semestre o tema será debatido durante o 11º Congresso Internacional das Rotas de Integração da América do Sul, que acontecerá no final de outubro ou começo de novembro, em Porto Alegre.
O presidente do Comitê das Rotas de Integração da América do Sul (Crias) e da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Chile, Claudio Teitelbaum, ressalta que o corredor é uma forma de integração regional para melhorar a competitividade das nações envolvidas com a iniciativa. A ideia é estudar a complementariedade econômica dessas regiões, fortalecer o comércio, dar vazão ao mercado exterior e reduzir custos. A medida prevê investimentos logísticos como a construção de um túnel, com 14 quilômetros de extensão, que cortará a Cordilheira dos Andes.
Além dos aportes em infraestrutura, Teitelbaum acrescenta que precisam ser feitas algumas mudanças nas legislações para que a ação tenha sucesso. "O peso de um caminhão, que pode transitar no Brasil, não é o mesmo na Argentina ou no Chile", exemplifica. O dirigente enfatiza que a constituição do Corredor Bioceânico, que terá mais de 2,4 mil quilômetros de extensão, favorecerá particularmente o porto seco de Uruguaiana e o porto do Rio Grande no que diz respeito à captação de cargas.
Como resultado da recente reunião realizada na Argentina, foi apresentada a "Declaração de Santa Fé". O Crias contribuiu para a formatação do documento sugerindo a geração de uma instituição regional público-privada para tratar da integração, a promoção de clusters tecnológicos regionais e a criação de um espaço de participação permanente do setor privado no Mercosul.
Conforme Teitelbaum, foram reunidas mais de 50 entidades e 80 pessoas no encontro realizado na Argentina. Entre os participantes estavam integrantes da Fiergs, Associação Comercial e Industrial de Uruguaiana, da empresa Rumo (concessionária da malha ferroviária do Rio Grande do Sul e de outros estados brasileiros) e representantes de consulados.