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crédito

- Publicada em 15 de Julho de 2019 às 03:00

Compras parceladas no cartão avançam

Brasileiro não aprendeu a poupar e comprar à vista, diz especialista

Brasileiro não aprendeu a poupar e comprar à vista, diz especialista


/VISUALHUNT/DIVULGAÇÃO/JC
O desejo do brasileiro por novas compras foi arrefecido nos últimos anos devido ao cenário pouco otimista. Com medo do desemprego, da inflação e da pouca oferta de crédito, algumas aquisições - sobretudo de bens duráveis - foram postergadas. Para tentar buscar esse comprador de volta, as lojas adotaram táticas agressivas, como aumentar o número de parcelas para o pagamento, reativar o crediário próprio, prática comum antes da chegada do cartão de crédito e até mesmo criar campanhas, oferecendo pagamento grátis de uma parcela.
O desejo do brasileiro por novas compras foi arrefecido nos últimos anos devido ao cenário pouco otimista. Com medo do desemprego, da inflação e da pouca oferta de crédito, algumas aquisições - sobretudo de bens duráveis - foram postergadas. Para tentar buscar esse comprador de volta, as lojas adotaram táticas agressivas, como aumentar o número de parcelas para o pagamento, reativar o crediário próprio, prática comum antes da chegada do cartão de crédito e até mesmo criar campanhas, oferecendo pagamento grátis de uma parcela.
Essas ações geraram reflexo no número de brasileiros com algum tipo de parcelamento no varejo. Conforme estudo feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), 82,7 milhões de pessoas estão com ao menos parte do orçamento comprometido para pagar compras feitas no cartão de crédito, cartão de loja, crediário ou cheque pré-datado. Isso significa mais da metade da população adulta (53%). Em média, os consumidores que possuem alguma compra parcelada demorarão cinco meses para quitar totalmente as compras. Já em relação às futuras compras, a maioria dos consumidores entrevistados mencionaram que devem fazer as compras com um menor número de parcelas.
Para o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, esses dados demonstram que o brasileiro tem guardado cada vez menos dinheiro para suas compras. "O consumidor foi desacostumado a poupar e comprar à vista. A praticidade do cartão de crédito e o fato de, num primeiro momento, as parcelas caberem no bolso estimulam as pessoas a utilizar esse meio de pagamento", resume. Ele identifica o cartão como benéfico para o usuário, desde que antes da utilização o consumidor esteja atento ao seu orçamento e tenha a certeza que a compra não irá atrapalhar contas básicas, como água e luz, por exemplo.
Vignoli também ressalta a situação de "pé no freio" do consumidor atualmente. Esse movimento mais cauteloso, segundo o educador, se dá pelo fato dos anos anteriores terem sido de intenso consumo por parte das famílias. "Muitas pessoas, com a farta oferta de crédito e mais renda, passaram a viver em um padrão de vida que não era compatível com a condição social. Agora, num cenário mais nebuloso, a consciência aumentou", explica.
 

Cadastro Positivo deve ajudar a reduzir taxas de juros


FREEPIK/DIVULGAÇÃO/JC
Para tentar solucionar o problema de restrição de crédito e deixar mais clara a situação, tanto para empresas quanto para os consumidores, começou a vigorar desde o dia 9 de julho o Cadastro Positivo. A proposição, feita pelo governo federal, quer estimular juros menores aos adimplentes e servirá como um comprovante de contas em dia. A avaliação será feita por uma nota entre 0 a 1000, cujo o número máximo indica total conformidade com os pagamentos.
A ferramenta começou a operar em 2013, mas passou a ser compulsória desde o início da sua vigência. O objetivo é padronizar as informações de todos os consumidores brasileiros e disponibilizá-las para instituições financeiras, lojas e empresas que trabalhem com fornecimento de crédito subsídios para avaliarem a concessão de valores. O Banco Central espera a criação de taxas de juros diferenciadas, conforme a nota das pessoas no cadastro. Essa seria mais uma forma de fomentar o consumo e movimentar a economia.
Além do ganho para o consumidor, a transparência sobre o passado e o presente do pagador vai ajudar as empresas na hora de tomar uma decisão - e justificá-las. A perspectiva também dar celeridade à resposta sobre o pedido, agilizando o processo e possibilitando que o dinheiro seja (ou não) concedido. O usuário poderá pedir sua exclusão do cadastro a qualquer momento.
Em uma outra pesquisa promovida pelo SPC Brasil, 17% dos consumidores brasileiros tiveram crédito negado ao tentarem fazer uma compra a prazo. A principal razão para a negativa é o fato de estarem com o nome inserido em cadastros de inadimplentes (27%) ou por falta de comprovação de renda (20%). Há também 22% de entrevistados que não souberam o motivo da negativa, 17% que não tinham renda suficiente e 14% que estavam com o limite de crédito excedido.
A dificuldade em obter crédito é reafirmada por outros números constatados pelo levantamento. Na avaliação dos entrevistados, o financiamento é a modalidade mais difícil de obter aprovação, com 60% de citações. Nesse caso, apenas 11% consideram o processo fácil. Contratar um empréstimo é considerado difícil para 54% dos consumidores, ao passo que 42% avaliam como complicado obter um cartão de crédito. Já no caso das compras no crediário, 39% classificam como difícil a sua contratação. O estudo ainda aponta que a maioria (52%) dos brasileiros não utilizou nenhuma modalidade de crédito no mês de abril - último período pesquisado - , como empréstimos, linhas de financiamento, crediários ou cartões de crédito. 
 

Dicas para você não se perder nos parcelamentos do cartão de crédito

  • Olhar semanalmente a fatura do cartão no aplicativo e calcular se pode fazer novas compras;
  • Avaliar se é mais vantajoso comprar no crédito ou a vista. O desconto para pagamento na hora pode ajudar a economizar;
  • Jamais pagar o valor mínimo ou parte apenas da fatura. O crédito rotativo tem a maior taxa de juros do mercado;
  • Planejar a vida financeira. Após descontar gastos básicos como água, luz, aluguel, internet, reservar parte do dinheiro para a poupança. O que sobrar, pode ser usado em compras.