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Economia

- Publicada em 03 de Julho de 2019 às 21:49

Aprovar venda do Banrisul não será fácil, diz De Cesaro

Pedro De Cesaro tomou posse na terça-feira como presidente do IEE

Pedro De Cesaro tomou posse na terça-feira como presidente do IEE


/NABOR GOULART/DIVULGAÇÃO/JC
Thiago Copetti
Apesar de a posse festiva ter sido feita apenas na noite de terça-feira, o gestor de investimentos Pedro De Cesaro, 32 anos, já está no comando do Instituto de Estudos Empresariais (IEE) desde maio. Sócio da Azimut Brasil Wealth Management, De Cesaro é formado em Administração pela ESPM e especialista em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV, com certificação pela Financial Planning Standards Board (FPSB).
Apesar de a posse festiva ter sido feita apenas na noite de terça-feira, o gestor de investimentos Pedro De Cesaro, 32 anos, já está no comando do Instituto de Estudos Empresariais (IEE) desde maio. Sócio da Azimut Brasil Wealth Management, De Cesaro é formado em Administração pela ESPM e especialista em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV, com certificação pela Financial Planning Standards Board (FPSB).
Em evento realizado na Associação Leopoldina Juvenil na terça-feira, foi empossado, "por uma feliz coincidência", como diz, no mesmo dia em que a Assembleia Legislativa aprovou a possibilidade de privatização da CEEE, da Sulgás e da CRM. Como privatização é uma das fortes bandeiras do liberalismo, o fato, claro, foi comemorado pela entidade.
Em entrevista ao Jornal do Comércio, De Cesaro falou sobre o que espera, a partir de agora, como impactos dessa decisão para o Estado e sobre o futuro do que muitos chamam de "a joia da coroa" do governo gaúcho quando o tema é venda de estatais: o Banrisul.
Jornal do Comércio - A sua posse ocorreu no dia em que o Rio Grande do Sul deu um passo no caminho das privatizações que muitos tinham dúvidas até onde se iria chegar. O que isso traz de ganhos imediatos para o Estado, na sua opinião?
Pedro De Cesaro - Foi uma feliz coincidência! Não faz mais sentido, hoje, o Estado ter empresas, como até pode ter feito há 20 ou 30 anos. E se formos pensar no Rio Grande do Sul, é o maior e mais atrasado nesse quesito. É um dos poucos que têm banco. Todos os grandes já venderam seus bancos. Sem falar de mineração. O Estado ainda tem muitas empresas. Santa Catarina, aqui do lado, já fez seu dever de casa e está com as contas em dia. Não adianta ter uma empresa do Estado, como a CEEE, que não paga impostos e não tem dinheiro para investir. Não faz sentido manter esse tipo de empresa.
Temas sobre o destino do patrimônio público são importantes para você?
JC - Citaste a questão do Banrisul, mas privatizar o banco deve ser uma tarefa mais difícil. Ou não?
De Cesaro - Acho que será mais difícil, mais por um questão de ser um símbolo para muitos gaúchos, mas é um banco completamente ultrapassado. Mas não se pode fazer como ocorreu antes, com o (José Ivo) Sartori (ex-governador) e outros, e agora, também, de começar a vender ações. Você está perdendo um prêmio no valor que o mercado pagaria depois. Quando for vender, está vendendo por um preço muito mais baixo do que realmente privatizando o banco. Em casos como Banerj, Banespa, Banco de Minas e Banco do Paraná, por exemplo, foram vendidos por praticamente o dobro do que o Banrisul está sendo negociado hoje na bolsa de valores. Apesar de ser um símbolo dos gaúchos, digamos assim, não é papel do Estado ser um banqueiro e emprestar dinheiro. Tem que focar suas forças na segurança, na saúde e na educação. E mesmo nesses setores há grandes possibilidades de ser PPPs (Parcerias Público-Privadas). Mas é claro que a privatização do Banrisul é uma briga a ser comprada.
JC - Mas se tivesses que fazer uma aposta, hoje, se o atual governo vai conseguir levá-lo à privatização e em quanto tempo, o que dirias?
De Cesaro - Não tenho uma resposta clara sobre isso, mas acho que essa não será uma aposta que esse governo vai quer encampar agora. Até porque foi feita agora a autorização para três privatizações (CEEE, Sulgás e CRM), na qual houve consenso muito grande. Mas uma votação para privatização do Banrisul seria muito mais cansativa e uma dificuldade muito maior para o governo. Logo após conseguir as três privatizações, não sei se vai querer entrar nessa pauta novamente. Acho que sim, tem chance - e pela população não seria um problema -, mas há muitos políticos, grupos de interesse e corporações, mais que a população, que não querem.
JC - E a partir da autorização já obtida para privatizar CEEE, CRM e Sulgás, o que muda efetivamente para o Rio Grande do Sul? Muda algo de imediato, antes mesmo de entrarem no caixa os recursos de uma futura venda?
De Cesaro - Além da questão da renegociação da dívida do Estado com a União e da adesão ao plano de recuperação, que é um benefício claro, há uma imagem que o governo passa para empresas que querem investir no Rio Grande do Sul. O governo mostra que tem uma diretriz de diminuir o seu tamanho e facilitar a vida de empresas que querem vir para cá. Acho que vai mudar o foco do governo sobre onde ele vai colocar suas forças. Vínhamos, há muitos anos, brigando com os empresários, dificultando processos para quem queria investir aqui em inúmeros processos e licenças. A partir daqui, fica para o investidor e para as empresas que o governo quer fazer as coisas corretas. Se, junto com essas privatizações, o governo, efetivamente, fará essas facilitações a empresas que queiram vir para cá, é outra pergunta que ainda teremos de responder.
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