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Indústria naval

- Publicada em 20 de Junho de 2019 às 21:21

Estaleiro Rio Grande recebe visita de empresas

Ávila (centro), do Grupo Ecovix, acompanhou executivos de 13 companhias nacionais e estrangeiras

Ávila (centro), do Grupo Ecovix, acompanhou executivos de 13 companhias nacionais e estrangeiras


/ECOVIX/DIVULGAÇÃO/JC
Parte importante do plano de recuperação judicial do Grupo Ecovix, a retomada das atividades do Estaleiro Rio Grande está a um passo de ser implementada. Pelo menos, esta é a "impressão" que o diretor operacional da empresa, Ricardo Ávila, diz ter ficado após acompanhar a visita de representantes de 13 companhias nacionais e internacionais que foram conhecer o empreendimento na tarde desta quinta-feira.
Parte importante do plano de recuperação judicial do Grupo Ecovix, a retomada das atividades do Estaleiro Rio Grande está a um passo de ser implementada. Pelo menos, esta é a "impressão" que o diretor operacional da empresa, Ricardo Ávila, diz ter ficado após acompanhar a visita de representantes de 13 companhias nacionais e internacionais que foram conhecer o empreendimento na tarde desta quinta-feira.
O encontro foi organizado pela Agrodock Consultoria Empresarial, grupo de Caxias do Sul que vem auxiliando a Ecovix no desenvolvimento de negócios do polo naval, que possui ativos estimados em US$ 1 bilhão. Em janeiro, a empresa conseguiu autorização dos poderes Legislativo e Executivo do Estado para diversificar os trabalhos no estaleiro.
Com pedido de recuperação judicial executado no final de 2016, por conta do cancelamento de contratos da Petrobras para a montagem de plataformas de petróleo, o grupo pretende fechar parcerias para a construção e o reparo de navios, a limpeza de embarcações e o transporte de cargas.
"Minha percepção é que a exportação de cavacos de madeira (produzida em cidades próximas, a exemplo de Piratini, Canguçu, e Pelotas) pode gerar interesse em companhias que já lidam com essas commodities, a exemplo de China Forestry Group (China), Tanac (Brasil) e Mita (Brasil), que estavam entre o grupo de visitantes", comenta Ávila. "Mas o momento, agora, é de expectativa, pois acredito que, caso se tornem investidoras, essas empresas só irão se manifestar a partir de um prazo de 30 dias", pondera, ao afirmar que ainda é cedo para falar em resultados. "Foi apenas um primeiro contato para que os executivos vissem de perto as oportunidades de investimentos e negócios existentes no cais", completa.
A comitiva de potenciais parceiros, formada por outras empresas do setor com filiais brasileiras (Demuth, Sagres, Conexion, Palamar Group e Alphamar), incluiu, ainda, representantes das multinacionais Pacific Shipping (Turquia), MOL/Mitsui O.S.K Lines (Japão), SAIF (Itália), NYK (Japão) e Norden (Noruega). "São companhias com boa saúde financeira e que já têm um bom relacionamento com a Agrodock", observa Ávila. "O encontro foi uma grande oportunidade de reunir os players estratégicos do setor visando ao futuro da operação", disse o diretor-presidente da Pacific Shipping, Burak Akartas.
"O dia de hoje reuniu pessoas e empresas que realmente precisam de um lugar como este. Existem muitas possibilidades que podem evoluir a partir desta visita", destacou o sócio da SAIF, Tommaso Zucchi. "Nosso otimismo vem da possibilidade de casar as operações e tornar o terminal atrativo para a indústria naval, com possibilidade de carregar os navios que chegarem ao estaleiro para fazerem reparos", explica um dos sócios da Agrodock, Rafael de Boni. O executivo comenta que o interesse manifestado pelos visitantes já existia, principalmente entre as empresas da área da madeira. "Existe a compra e venda, mas há um gargalo no transporte quando se pensa em exportação para mercados como Turquia, Itália e países da Ásia", comenta.
"O estaleiro tem uma estrutura fantástica, com facilidades que não se encontram em outro empreendimento do gênero no País, característica que deve fomentar ainda mais as intenções dos potenciais parceiros", sinaliza de Boni. "Mas temos que respeitar o trâmite legal da recuperação judicial da Ecovix, e as empresas que vieram têm consciência disso", explica. De acordo com o sócio da Agrodock, todo o processo está sendo acompanhado pelo administrador da recuperação judicial pelo departamento jurídico da Ecovix.
Na quarta-feira, representantes da Ecovix visitaram o governador Eduardo Leite para apresentar as ações da companhia para o cumprimento integral do acordo de recuperação judicial homologado e aprovado no ano passado. "Aguardamos ainda as regulamentações necessárias junto à Secretaria Nacional dos Portos e à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para viabilizar a operação portuária do terminal", diz Ávila.
 

Nova tentativa de leilão da plataforma P-71 deve ocorrer na semana que vem

Além da captação comercial, com foco em parcerias para a retomada das operações, a Ecovix tem desenvolvido outras ações que já estão trazendo benefícios para a região, aponta o diretor do grupo, Ricardo Ávila. "Temos feito a limpeza do estaleiro, o pagamento dos credores habilitados, e leilões, a exemplo do que ocorrerá na semana que vem", afirma.
O executivo da Ecovix se refere à uma nova tentativa de venda da plataforma P-71, que ainda não fisgou interessados.
"Conseguimos que algumas regras fossem facilitadas (em relação ao pagamento e à retirada de material), para tentar fomentar o mercado de arremate", destaca o diretor da Ecovix. Ele ressalta que, com novos leilões e remoção de mais de 100 mil toneladas de estruturas que seriam utilizadas na construção das plataformas P-71 e P-72, será possível gerar em torno de 400 empregos. O objetivo da Ecovix é formar uma unidade produtiva isolada (UPI), observa Ávila. "Isso permite que a quantia arrecadada com a possível venda seja destinada ao pagamento da dívida restante."