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Economia

- Publicada em 16 de Junho de 2019 às 13:32

Frigorífico em Venâncio Aires é interditado por riscos a trabalhadores

Foram interditadas máquinas que ofereciam grave risco aos trabalhadores da planta

Foram interditadas máquinas que ofereciam grave risco aos trabalhadores da planta


MPT/DIVULGAÇÃO/JC
Patrícia Comunello
O frigorífico Kroth, com sede em Venâncio Aires, foi interditado pela força-tarefa liderada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) que monitora as condições de operação das unidades no Rio Grande do Sul. A ação ocorreu na noite de quinta-feira passada (13) na planta que abate 250 bovinos por dia.
O frigorífico Kroth, com sede em Venâncio Aires, foi interditado pela força-tarefa liderada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) que monitora as condições de operação das unidades no Rio Grande do Sul. A ação ocorreu na noite de quinta-feira passada (13) na planta que abate 250 bovinos por dia.
A suspensão das atividades ocorreu devido a riscos a segurança dos trabalhadores oferecidos por máquinas em todos os setores de processamento da matéria-prima, informou o MPT. A direção do frigorífico confirmou que terá de fazer ajustes. O Kroth tem fiscalização do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA)e abastece o mercado consumidor gaúcho e em Santa Catarina. 
Na nota enviada à imprensa, o MPT informa que fez a "interdição imediata de 17 máquinas, setores e serviços, acompanhado de laudo técnico (total de 41 páginas), devido à condição de grave e iminente risco à saúde e à integridade física dos 353 trabalhadores". A interdição foi realizada por auditores da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), ligada ao Ministério da Economia. 
Segundo o diretor da unidade Fábio Kroth, os ajustes para atender aos quesitos de segurança estão sendo providenciados desde essa sexta-feira (14). "Acreditamos que vamos solucionar todos os itens até esta segunda, para voltar a operar na terça", projeta Kroth. "El alguns casos (máquina), era um botão que não estava funcionando na hora, podíamos ter consertado e resolveria. Foi medida extrema interditar", lamentou o diretor.
Na noite de quinta, quando foi feita a interdição, foi permitida a conclusão do processamento das carcaças que haviam sido abatidas no dia. Parte foi armazenada. Um dos setores que teve irregularidade apontada pela força tarefa foi justamente o de expedição, que faz o despacho dos produtos para o mercado. Nessa sexta-feira e possivelmente até esta segunda-feira (17), os abates continuarão suspensos.
A ativação da atividade dependerá das condições que foram demonstradas aos fiscais. Também foi agendada audiência em 15 de julho, em Santa Cruz o Sul, quando a empresa dará resposta sobre a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), cujo teor já foi apresentado pelo MPT ao frigorífico.
Além das questões ligadas à segurança de máquinas e adequação à norma regulamentadora (NR) 36, específica para frigoríficos, também está sendo apurado o elevado número de acidentes de trabalho que não teria sido notificado por meio de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). O órgão indicou que seriam 224 casos.
O diretor contrapõe negando que haja o nível de acidentes e alegando ainda que há um caso apontado pela força-tarefa que seria de um funcionário que já tinha uma doença antes e entrar na empresa e que está internado para tratamento. Sobre o impacto da interdição, Kroth diz que terá agora que " convencer os clientes de que foi um caso atípico e que não vai se repetir". 
A força-tarefa dos frigoríficos gaúchos, iniciada em 2014, somou 53 operações, incluindo a do Kroth. Foram 42 novas inspeções e 11 reinspeções, atingindo unidades que têm cerca de 41 mil empregados, 82% dos trabalhadores do setor, diz o MPT.
Interdições de máquinas e atividades paralisaram 18 plantas em vistorias com participação de auditores fiscais. A ação integra o Programa do MPT de Adequação das Condições de Trabalho nos Frigoríficos que "busca reduzir as doenças profissionais e de acidentes do trabalho, identificando os problemas e adotando medidas extrajudiciais e judiciais", esclarece o órgão.
O que foi interditado na vistoria: máquina de lavar, duas centrifugadoras de roupas, uma secadora de roupas, uma centrífuga de carne no setor de abate, uma polidora no setor bucharia suja, uma centrífuga de bucho 60 folhas no setor bucharia suja, uma moedora de carne no setor de desossa, uma misturadora de carne no setor de desossa, uma serra de carcaça no setor de abate, uma serra do dianteiro no setor de quarteio, transportadores contínuos helicoidais, de materiais (roscas sem fim), setores caracterizados como espaços confinados – serviços de entrada e de permanência nesses espaços, duas serras fitas nos setores desossa e bucharia suja, serviços envolvendo trabalho em altura no setor de limpeza de caminhões, montagem de caixas e nos acessos aos setores de subestação elétrica, forro (piso técnico), silo de farinha na Graxaria, serviços / atividades de movimentação de cargas nos diversos setores, atividade de movimentação de cargas com paleteiras manuais e setor de bucharia suja.
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