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Agronegócios

- Publicada em 17 de Junho de 2019 às 03:00

Resíduos industriais e do agronegócio viram adubo de orgânicos

Refugos se transformam em insumos ecológicos pioneiros no País

Refugos se transformam em insumos ecológicos pioneiros no País


/CULTIVO COMUNICAÇÃO RURAL/DIVULGAÇÃO/JC
Um novo passo para o fomento de uma produção orgânica em grande escala acaba de ser dado no Estado. Depois de mais um década de pesquisa, e cerca de R$ 5,5 milhões investidos, a Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí (Ecocitrus), especializada na produção de óleos e sucos cítricos, implanta um novo sistema de biodigestores que transforma resíduos de origem animal e vegetal em fertilizantes orgânicos para a produção de seus associados. Com isso, o refugo das indústrias de laticínios, bebidas, celulose, biodiesel e grande volume de resíduos originados por frigoríficos de aves e suínos, tanto no abate como no processamento, passa a ser convertido em fertilizantes ecológicos na Ecocitrus, sediada em Montenegro.
Um novo passo para o fomento de uma produção orgânica em grande escala acaba de ser dado no Estado. Depois de mais um década de pesquisa, e cerca de R$ 5,5 milhões investidos, a Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí (Ecocitrus), especializada na produção de óleos e sucos cítricos, implanta um novo sistema de biodigestores que transforma resíduos de origem animal e vegetal em fertilizantes orgânicos para a produção de seus associados. Com isso, o refugo das indústrias de laticínios, bebidas, celulose, biodiesel e grande volume de resíduos originados por frigoríficos de aves e suínos, tanto no abate como no processamento, passa a ser convertido em fertilizantes ecológicos na Ecocitrus, sediada em Montenegro.
Conforme Adriana Kleinschmitt, responsável técnica pela aplicação dos fertilizantes, são vários os fatores que determinam a construção dos biodigestores, e consequentemente, a produção do adubo, como pioneira no Brasil. Por exemplo, enquanto os biodigestores disponíveis no mercado brasileiro trabalham com a mono biomassa, ou seja, com apenas um tipo de resíduo, no processamento da Ecocitrus todos eles misturados e biodigeridos juntos.
Até então, os resíduos orgânicos de modo geral são tratados através da compostagem, um processo sólido, que demanda revolvimento mecânico. Isso faz com que o gerador do resíduo tenha que solidificar sua matéria para levar à usina de compostagem, o que acaba demandando alto investimento. "Sabemos que isso influência o despejo dos resíduos em aterros sanitários, mesmo sendo ilegal. Nosso diferencial é que o processamento trabalha com lodos e líquidos, além de ser mais rápido que a compostagem", diz Adriana.
Enquanto o tratamento de biodigestão da Cooperativa, que se dá via anaeróbica (realizado por bactérias em espaços de ausência de oxigênio e locais fechado), leva cerca de 90 dias para gerar o fertilizante, na compostagem esse processo dura cerca de 120 dias.
Segundo o presidente da Ecocitrus, Maique Kochenborger, não havia referências no Brasil para o desenvolvimento desses biodigestores. "Nos baseamos no modelo alemão, mas eles são muito mais caros. Nosso biodigestor é mais barão e mais eficiente do que alemão", explica Kochenborger.
Buscando potencializar a produção de orgânicos no Vale do Caí, a Cooperativa está distribuindo gratuitamente os insumos para os cerca de 100 agricultores cooperativados, e às demais produções de orgânicos da região. "Isto incentiva o escalonamento dos orgânicos e um ciclo de produção ecologicamente correto, que vai do fertilizante aos óleos e sucos da Cooperativa", ressalta o presidente.
Kochenborger afirma que a tecnologia desenvolvida pela Ecocitrus ainda não está à venda, mas Adriana acrescenta que há interesse em disseminar a nova fórmula. "A Ecocitrus está disposta a auxiliar na criação de novas estações que trabalhem com esse tipo de tratamento de resíduos. É uma ferramenta que potencializa de maneira inovadora a produção de orgânicos", diz a responsável a técnica. Fechando o ciclo sustentável da Ecocitrus, o biogás oriundo da biodigestão dos resíduos é utilizado a pleno como gerador de toda a energia elétrica utilizada na Usina de Compostagem da Cooperativa, onde os resíduos são transformados em fertilizantes.

Diferenças entre adubo orgânico e químico

Todo fertilizante é composto baseado em uma relação de equilíbrio entre carbono, nitrogênio, potássio e fósforo. Porém, enquanto no fertilizante químico a receita é sempre a mesma, ou seja, a mesma quantidade desses dois elementos químicos (carbono, nitrogênio, potássio e fósforo), na produção de fertilizantes orgânicos a padronização fica mais difícil.
Nos orgânicos, o teor de cada elemento depende dos resíduos que entraram na linha de produção, então cada lote de adubo tem uma certa variação nos teores de nitrogênio, fósforo, potássio e assim por diante. "Não conseguimos ainda potencializar um elemento ou outro. O adubo vai sair conforme a linha de processo", ressalta Adriana Kleinschmitt, responsável técnica pela aplicação dos fertilizantes. De acordo com Adriana, o composto criado pela Ecocitrus serve para qualquer tipo de produção orgânica. "Só tem que ver qual a demanda do solo para que aplicação seja feito de forma correta, mas isso é uma questão agronômica, vai depender o laudo técnico do agrônomo", explica a responsável técnica.