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Mobilidade

- Publicada em 09 de Junho de 2019 às 21:51

Patinetes elétricos geram renda para carregadores

Vinicius e Kerolyn trabalham desde março como carregadores e superam R$ 5 mil mensais

Vinicius e Kerolyn trabalham desde março como carregadores e superam R$ 5 mil mensais


CLAITON DORNELLES /JC
Enquanto os porto-alegrenses começam a experimentar novas formas de mobilidade urbana com os patinetes elétricos, presentes na Capital desde o início do ano, há também quem esteja ganhando um bom dinheiro com a chegada deles. São os carregadores, ou chargers, como são chamados pela empresa detentora dos patinetes, que têm a função de recolher os veículos da rua e devolvê-los com a bateria carregada, prontos para o uso. Em Porto Alegre, tem charger ganhando cerca de R$ 5 mil ao mês e trabalhando menos de cinco horas diárias.
Enquanto os porto-alegrenses começam a experimentar novas formas de mobilidade urbana com os patinetes elétricos, presentes na Capital desde o início do ano, há também quem esteja ganhando um bom dinheiro com a chegada deles. São os carregadores, ou chargers, como são chamados pela empresa detentora dos patinetes, que têm a função de recolher os veículos da rua e devolvê-los com a bateria carregada, prontos para o uso. Em Porto Alegre, tem charger ganhando cerca de R$ 5 mil ao mês e trabalhando menos de cinco horas diárias.
Um exemplo é o casal Vinicius Cardoso e Kerolyn Corrêa, que trabalha desde março como carregadores e, segundo eles, superam R$ 5 mil mensais. O casal, que antes colocava os veículos em uma caçamba, investiu em uma Sprinter branca e, atualmente, consegue recolher entre 100 e 120 deles por dia.
Cada patinete verde, da marca Grin, rende R$ 5,00 para o charger, que tem a função de recolhê-lo quando a bateria está baixa, ou quando abre a janela diária de recolhimento, entre 20h e 21h. Então ele carrega o veículo em sua casa e recoloca o produto, com mais de 90% de carga, pronto para o uso, até as 4h. Já o patinete amarelo, da marca Yellow, rende R$ 3,00 para o carregador que recolhe o veículo e leva na base da empresa, no bairro São Geraldo, podendo ganhar mais R$ 1,50 se recolocar o veículo na rua.
"A gente começa a trabalhar umas 20h, e às 22h30min já estamos em casa com os patinetes carregando. Depois devolvemos eles na rua até as 4h", diz a charger Kerolyn Corrêa. A meta do casal, que já está há dois anos e meio junto, é usar o dinheiro dos patinetes para viajar pelo mundo. "Eu acho que esse modelo de negócio é o futuro e só traz benefícios. Tem a questão da nossa relação de trabalho não ser tão formal, mas a gente está habituado a isso. Para nós é bom", diz Cardoso.
Marcus Fenalti já trabalhava com transporte de cargas antes de conhecer a Grow Mobility, detentora dos patinetes elétricos em Porto Alegre, mas, desde que virou charger da empresa, há cinco meses, não quer mais deixar o novo posto. "Eu entrei pensando em ganhar 15% do que eu ganho hoje", diz o carregador, que, atualmente, consegue fazer entre R$ 3 mil e R$ 5 mil por mês.
São cerca de 50 patinetes que o carregador recolhe por dia em sua van, que passou por reforma para acomodar melhor os veículos. Fenalti cortou o teto da van para que os patinetes caibam em pé. Segundo o carregador, seu trabalho com os patinetes vai das 20h às 22h, e, em torno das 3h30min, ele sai de casa para entregar os equipamentos. Fenalti entrou para Grow Mobility em busca de renda extra para subsidiar o custo de uma loja própria de cosméticos, projeto dele com sua esposa. "Decidi trabalhar com os patinetes porque o horário é muito bom. Consigo ajudar minha esposa durante o dia e trabalho de noite como charger", ressalta.

Demanda vai definir novas vagas, afirma empresa

Sem divulgar o número de patinetes distribuídos, nem quantos já trabalham como carregadores em Porto Alegre, a Grow Mobility, empresa responsável pelos patinetes verdes e amarelos, informou que, devido à alta procura, o número limite de chargers foi atingido por enquanto. A demanda vai definir a criação de novas vagas. "Mesmo assim, os interessados podem realizar o cadastro no site da empresa, que entraremos em contato", diz Guilherme Porto, gerente regional da Grow.
Para Roberto Kanter, professor de Marketing da Fundação Getulio Vargas, através do uso intensivo de tecnologia, tem a força de gerar empregos de forma rápida, o que pode reduzir o alto número de desempregados do País (cerca de 13 milhões de brasileiros estão desempregados), mesmo que sejam considerados subempregos. "Normalmente, o pensamento comum é que a tecnologia venha substituir pessoas de seus postos de trabalho, mas o que estamos vendo é a geração de novos empregos", ressalta.
Porém o professor lembra que essas novas empresas de tecnologia, a exemplo da Grow, registram crescimento muito rápido, o qual pode ser desorganizado. Por isso "o governo tem que fazer a regulação dessas empresas para priorizar a sociedade, o meio ambiente e a economia, mas nunca impedir o crescimento das mesmas", conclui Kanter.