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Missão ao Chile

- Publicada em 06 de Junho de 2019 às 16:36

Fiergs propõe parceria com Banco do Brasil no Chile

Presidente da Fiergs (centro) sugeriu convênio na área de comércio exterior entre as duas instituições

Presidente da Fiergs (centro) sugeriu convênio na área de comércio exterior entre as duas instituições


JEFFERSON KLEIN/ESPECIAL/JC
Uma boa base de informações é considerada como fundamental para que uma transação comercial seja bem conduzida. Com isso em mente, durante visita a diretores do Banco do Brasil (BB) nessa quinta-feira (6), em Santiago, no Chile, o presidente da Fiergs, Gilberto Petry, sugeriu a realização de um convênio na área de comércio exterior entre as duas instituições.
Uma boa base de informações é considerada como fundamental para que uma transação comercial seja bem conduzida. Com isso em mente, durante visita a diretores do Banco do Brasil (BB) nessa quinta-feira (6), em Santiago, no Chile, o presidente da Fiergs, Gilberto Petry, sugeriu a realização de um convênio na área de comércio exterior entre as duas instituições.
“Trata-se da busca de informações, sobre quem compra o quê”, resume Petry. O dirigente ressalta que essa iniciativa facilitará muito o planejamento para uma empresa do Rio Grande do Sul entrar no mercado chileno. A proposta sendo materializada, a Fiergs, surgindo alguma demanda de uma de suas empresas filiadas ou de algum setor industrial, poderá solicitar informações específicas quanto à determinada companhia do Chile e, o que não ferir a lei de proteção de dados, será repassado aos empreendedores gaúchos.
Entre as informações que podem interessar aos investidores do Estado estão tópicos como volumes de negócios, demandas, valores abrangidos, mercadorias comercializadas e agentes envolvidos. Essas questões ajudarão na prospecção de potenciais importadores ou exportadores. Representantes do Banco do Brasil e da Fiergs comprometeram-se em manter contatos futuros para consolidar o convênio proposto.
O subgerente geral da agência Santiago do Banco do Brasil no Chile, Iran Marcos Borin Pacheco, enfatiza que a instituição pode auxiliar os empresários brasileiros a começarem negócios no país, identificando potenciais clientes. Já o gerente geral da agência Santiago do Banco do Brasil, André Luis Cortes Mussili, complementa que o principal objetivo da atuação do banco na região é financiar o fluxo cambial bilateral.
O dirigente ressalta que a meta não é concorrer com os grandes bancos locais (o mercado chileno é constituído por 25 bancos), um reflexo disso é o BB não ter operações com pessoas físicas no país. Dentro desse contexto, os negócios apoiados pela unidade de comércio exterior do Banco do Brasil no Chile precisam ter relações com iniciativas ligadas ao Brasil.
O BB está presente no Chile desde 1963. O atendimento envolve importadores, exportadores, investidores chilenos no Brasil e empreendedores brasileiros no país andino. A instituição também presta apoio aos empresários brasileiros que querem iniciar negócios com o Chile através de consultorias e acompanhamentos. O Banco do Brasil está presente em 17 países e conta com uma rede no exterior com 24 pontos, sendo dez agências, dez subsidiárias, sucursais, e securities, duas subagências e duas unidades de serviços compartilhados.
Além do escritório do Banco do Brasil, a missão empresarial e governamental gaúcha, que retorna ao Brasil nesta sexta-feira, fez uma visita à Cencosud. A rede varejista multisetorial chilena é considerada uma das maiores da América do Sul, com presença na Argentina, Brasil, Chile, Peru e Colômbia. A companhia emprega diretamente mais de 140 mil pessoas em mais de 940 estabelecimentos comerciais, entre super e hipermercados, lojas de materiais de construção, shopping centers, lojas de departamento, entre outros formatos do varejo.
Também atua com centros comerciais e com serviços financeiros. O Costanera Center, por exemplo, é um complexo de quatro prédios localizado em Santiago pertencentes ao grupo Cencosud. A Gran Torre Santiago é sede de salas comerciais e da Sky Costanera, o maior prédio da América Latina com 300 metros de altura. No 62º andar do edifício é possível acessar a plataforma de observação 360°, de onde se tem uma excelente vista de toda a cidade. Juntamente no complexo está localizado um dos maiores centros comerciais de Santiago, contando com seis andares de lojas, cinemas e mercados.

Rodadas de negócios movimentam US$ 4,25 milhões

Além de contatos comerciais, os empresários gaúchos que participaram da comitiva ao Chile tiveram rodadas de negócios durante a sua estada no país. No total, foram 15 empresas que participaram de 89 reuniões, gerando uma expectativa de negócios para os próximos doze meses na ordem de US$ 4,25 milhões. Entre os setores representados nos encontros estavam o da construção civil, moveleiro, metalomecânico, alimentos e logística.
O presidente da Fiergs, Gilberto Petry, destaca que o objetivo da missão, formada por mais de 40 pessoas, foi promover a internacionalização das companhias gaúchas e atrair investimentos para o Rio Grande do Sul. O dirigente ficou satisfeito com os resultados e ainda salienta as rodadas de negócios realizadas e o acompanhamento do governador Eduardo Leite, do presidente da Assembleia Legislativa, Luís Augusto Lara, além de secretários estaduais.
Na semana que vem, Petry segue para Genebra, na Suíça, para representar o segmento dos empregadores, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em reunião da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), Reomar Angelo Slaviero, que integrou a comitiva do Rio Grande do Sul em Santiago, informa que muitas empresas que a sua entidade representa já possuem negócios estabelecidos com companhias chilenas. No entanto, o dirigente reforça que é importante conhecer ainda mais com quem se faz negócios. “Acho que é um momento importante, com o acordo de livre comércio (entre Chile e Brasil) se tornam mais fáceis as negociações”, enfatiza.
Já o presidente do Comitê das Rotas de Integração da América do Sul (Crias) e presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil – Chile, Claudio Teitelbaum, participou da missão acompanhando associados que apresentam diversificadas pautas em áreas como a industrial, comércio e construção civil.
A meta era analisar como o Chile está enxergando o mercado internacional. Teitelbaum defende que é necessário ter o país como parceiro do Brasil para melhorar a infraestrutura e reduzir o custo logístico da região. “O custo logístico da América do Sul acaba quase como sendo um novo imposto para as empresas, que gastam muito mais para transportar suas mercadorias”, frisa o empresário.
Teitelbaum recorda que há décadas se discute a implantação do chamado corredor bioceânico, um corredor logístico baseado no modal rodoviário, que ligará Brasil, Argentina e Chile, facilitando as exportações para a China, como também receber importações asiáticas.
Uma das obras mais complexas, que ainda precisa ser feita para esse empreendimento tonar-se uma realidade, é a construção de um túnel, com 14 quilômetros de extensão, que cortará a Cordilheira dos Andes, comenta o presidente do Crias. Somente o túnel deverá absorver um investimento de aproximadamente US$ 2 bilhões. Teitelbaum acredita que o corredor possa se consolidar em um prazo de oito a dez anos.