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Economia

- Publicada em 30 de Maio de 2019 às 12:54

Multisom é comprada pela catarinense Schumann

Plano da empresa é de manutenção da marca e expansão

Plano da empresa é de manutenção da marca e expansão


PEDRO BRAGA/ARQUIVO/JC
Guilherme Daroit
Um dos símbolos do varejo gaúcho, a Multisom está sob nova direção. A rede, atualmente com 83 lojas, foi vendida à catarinense Schumann, com sede em Chapecó, no oeste do estado vizinho. A compra, que veio a público nessa quarta-feira (29), não teve os valores divulgados. Segundo fontes ligadas ao negócio, a ideia da rede catarinense, que já atua no Norte do Estado, é de manutenção das lojas e dos pouco mais de 800 funcionários da Multisom e, com o tempo, retomar a expansão da rede. A marca gaúcha também continuará sendo utilizada.
Um dos símbolos do varejo gaúcho, a Multisom está sob nova direção. A rede, atualmente com 83 lojas, foi vendida à catarinense Schumann, com sede em Chapecó, no oeste do estado vizinho. A compra, que veio a público nessa quarta-feira (29), não teve os valores divulgados. Segundo fontes ligadas ao negócio, a ideia da rede catarinense, que já atua no Norte do Estado, é de manutenção das lojas e dos pouco mais de 800 funcionários da Multisom e, com o tempo, retomar a expansão da rede. A marca gaúcha também continuará sendo utilizada.
Segundo o advogado Márcio Louzada Carpena, as tratativas já vinham ocorrendo há algum tempo e se intensificaram nos últimos 90 dias. Junto com o advogado César Verch, ambos do escritório Carpena Advogados, Carpena foi o responsável pela assessoria e estruturação da operação de venda. Além da Schumann, dois fundos também demonstraram interesse na Multisom, mas a proposta da varejista catarinense acabou privilegiada pela atuação no ramo e perspectiva de manutenção dos empregos e lojas.
Embora concorrentes, as duas redes têm relativa complementariedade. A Schumann, com cerca de 80 lojas, tem maior presença no Oeste catarinense e, no Rio Grande do Sul, mantém 14 filiais no Norte, mais próximas da divisa entre os estados. Além disso, também tem unidades no Paraná. Já a Multisom é mais forte no Rio Grande do Sul, com lojas espalhadas por todo o território e também operações em Santa Catarina, inclusive na parte litorânea, onde a Schumann não está presente.
A principal diferença é no portfólio. Ao contrário da rede gaúcha, que atua principalmente com instrumentos musicais e eletroeletrônicos, a rede catarinense vende, também, linha branca e móveis. Por conta disso, tem lojas maiores e, até por isso, seria difícil a conversão da bandeira, pois muitas lojas da Multisom têm tamanho reduzido. Segundo Carpena, mesmo mantendo a marca, as unidades da Multisom devem passar por uma remodelagem para serem modernizadas.
“Vejo como algo positivo para o próprio Rio Grande do Sul, porque a Multisom vai receber capitalização, ser revitalizada e é importante que isso aconteça”, comenta Carpena. O prazo para implementar as ações ainda não está definido, mas a ideia dos compradores, de acordo com o advogado, é de futura expansão da Multisom no Rio Grande do Sul.
Ponto curioso do negócio é que a Schumann, fundada em 1997, na cidade de Seara, no oeste catarinense, está em recuperação judicial desde 2016. De acordo com Carpena, o processo foi decorrente de problema pontual de fluxo de caixa, e a varejista já se encontra em saída da recuperação, após reorganização e crescimento no número de lojas e de faturamento. “Muitas vezes o mercado recebe a recuperação judicial como um sinal de que a empresa vai mal, mas se vê como pode ser saudável”, argumenta o advogado.
Fundada em 1988 em Porto Alegre, a Multisom se tornou um símbolo do varejo gaúcho com a venda de discos e CDs. Com as transformações no mercado fonográfico nas últimas décadas provocado pelo avanço dos meios digitais, a rede teve de se reinventar e passou a atuar com instrumentos, telefonia, informática e eletrônicos.
Nos últimos anos, passou por dificuldades e reduziu o número de lojas. Mesmo assim, teve faturamento de cerca de R$ 400 milhões no ano passado. A empresa era administrada até agora pelo empresário Francisco Noveletto Neto, famoso também na esfera esportiva, pois comanda a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) desde 2004, cargo que deixa no fim de 2019.
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