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Economia

- Publicada em 16 de Maio de 2019 às 17:52

Porto Alegre poderia abrigar uma frota internacional de barcos, diz Amyr Klink

Para navegador, Capital perde dinheiro ao não aproveitar potencial econômico de suas águas

Para navegador, Capital perde dinheiro ao não aproveitar potencial econômico de suas águas


LUIZA PRADO/JC
Lívia Rossa
O navegador paulista Amyr Klink, conhecido pelas longas viagens para a Antártida, veio a Porto Alegre, nesta quinta-feira (16), para compartilhar as experiências vividas durante as 15 travessias que realizou e também para contar a transformação da paixão pessoal pela navegação em negócios. A conversa aconteceu no Theatro São Pedro, durante o 10º Fórum Instituto Unimed, em painel sobre “Empreendedorismo e inovação”, onde demonstrou como as expedições influenciaram no seu pensamento como empreendedor.
O navegador paulista Amyr Klink, conhecido pelas longas viagens para a Antártida, veio a Porto Alegre, nesta quinta-feira (16), para compartilhar as experiências vividas durante as 15 travessias que realizou e também para contar a transformação da paixão pessoal pela navegação em negócios. A conversa aconteceu no Theatro São Pedro, durante o 10º Fórum Instituto Unimed, em painel sobre “Empreendedorismo e inovação”, onde demonstrou como as expedições influenciaram no seu pensamento como empreendedor.
Foi a partir do Remo que Klink interessou-se pelas águas. Em 1983, construiu o seu primeiro barco a remo, partindo um ano depois para as águas do Atlântico Sul. Três anos mais tarde, com o mesmo barco, partiria para a sua primeira viagem à Antártida, mas foi em 1989 que iniciaria a navegação como velejador, no barco Paratii. Em 1997, o Projeto Antártica 360 graus desafiaria a natureza, pegando a rota polar considerada a mais complicada, curso concluído com sucesso e que repetiria em 2003, acompanhado de tripulação.
Contrariando a maioria das pessoas, o desafio de navegar sozinho motivava Klink. Para os longos períodos em que passou no local mais gelado do mundo, fez-se necessária uma rotina rigorosa para manter-se vivo. Todos os dias, o navegador foi obrigado a obter sua água, esquentar o barco e reparar constantemente o motor.
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A disciplina durante as viagens era questão de sobrevivência e a quantidade de reparos que a embarcação exigia não deixava o comandante descansar. "Quando você se torna o próprio provedor, não se tem tempo para perder. Eu tinha 50 minutos para dormir e, se não acordasse, poderia morrer batendo no gelo", afirmou.
No âmbito dos negócios, Klink comprou um estaleiro que seria vendido mais tarde para dar lugar a um modelo diferente, de atendimento e reparo em estaleiros distintos, conforme a necessidade dos clientes. Na época em que possuía um estaleiro físico, construiu 25 barcos. Atualmente, em novo modelo de trabalho, foram produzidos 15 embarcações.
Além da construção de barcos, ele também possui a Marina do Engenho, no Rio de Janeiro. A estrutura possui três piers flutuantes para aluguel. Junto dele, contribuem 20 pessoas. “O projeto impacta muito a região. Em Parati, o projeto emprega 40% da população, que desenvolve um trabalho qualificado – como pintura de barcos – e forma pessoas." Para projetos grandes, o comandante chega a ter 200 funcionários.
Os clientes são variados e vem de regiões do mundo todo, como Europa, América do Norte e África. "Hoje ficou fácil fazer barcos, o difícil mesmo é a parte burocrática e a falta de qualificação de mão de obra. O brasileiro tem muita habilidade, mas não tem preparo", afirma.
Inteirado sobre as recentes obras realizadas na Orla do Guaíba, em Porto Alegre, o capitão lamentou a desatenção da Capital em relação às suas águas, acreditando nos benefícios para a cidade e ao meio ambiente. “Me incomoda uma cidade que tem Porto no nome dar às costas para o Guaíba”, afirma.
O navegador também destacou que a cidade deveria preocupar-se com a estrutura para a navegação. “Não tem estrutura flutuante, não tem atracadouros, e tem um projeto ridículo para a Usina do Gasômetro. Porto Alegre tem a mais importante borda de água do Brasil e ninguém que participou do projeto lembrou disso. Onde estão os barcos? Onde estão os atracadouros? ”, questionou.
Do ponto de vista econômico, Klink diz que os gaúchos perdem dinheiro ao não investirem em um porto. “É uma vergonha! Porto Alegre tinha condições de ser um parque internacional de marinas com certificação internacional porque tem água doce. Na água doce não é preciso usar tinta venenosa no barco para evitar as cracas, e a única capital brasileira que está na beira de água doce é Porto Alegre, que poderia abrigar uma frota internacional de barcos”, disse.
O navegador citou o exemplo de Palma de Maiorca, uma cidadezinha de 400 mil habitantes na Espanha, onde o faturamento chega a R$ 25 bilhões por ano permitindo que as frotas de charter se baseiem ali. “Os gaúchos não gostam de dinheiro, nem de barco, nem de água", completou.
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