A Universidade Estácio, uma das grandes companhias privadas de Ensino Superior listadas na bolsa de valores, tem uma fábrica de conteúdos. É uma verdadeira linha de produção, situada na sede da instituição, no Rio de Janeiro, que combina recursos de tecnologia e sistemas de transmissão de 15 mil horas de ensino a distância (EAD) que os mais de 500 mil alunos demandam.
São cerca de 70 pessoas na fábrica, entre revisores, designers para plataforma de internet, técnicos de estúdios e dição de vídeo e desenvolvedores de games e aplicativos. O uso de realidade virtual (VR), por exemplo, permite novas experiências, buscando mudar mentalidades e culturas, diz o diretor de Tecnologias Educacionais da Estácio e diretamente envolvido com a fábrica, Roberto Paes de Carvalho Ramos. A VR é usada para os alunos vivenciarem ambientes de aprendizado.
Aplicativos feitos pela equipe de novas tecnologias têm acesso gratuito e já somam mais de 6 milhões de download. O campão é o Acentuando, com as mudanças da última reforma gramatical da Língua Portuguesa.
O conteúdo é acessado pelos estudantes ligados a 80 unidades e que comparecem ainda aos mais de 800 polos - onde os alunos fazem provas e outras atividades previstas mesmo no EAD. Hoje a universidade soma 240 mil matriculados exclusivamente em cursos EAD e outros 280 mil em modalidades que têm pelo menos 20% de conteúdo a distância.
Ramos explica que as soluções fazem parte da estratégia de aportar conteúdos em tempo real, que depois ficam à disposição dos alunos. Antes de colocar no ar as soluções, a universidade criou um sistema próprio, com funcionalidades que permite uniformizar aulas e aplicar exames com banco de 400 mil questões.
A saída foi necessária para poder gerir o tamanho que a companhia tem hoje. "Vamos ter até o fim do ano mais alunos só em EAD do que presencial com EAD", aponta Ramos. Para dar conta do crescimento, a universidade incrementa ainda mais ferramentas onde interagem alunos e professores para captar dados desde desempenho, frequência, rotinas de estudo e de desempenho do professor e evasão. Este último indicador é um dos mais decisivos devido ao impacto financeiro que gera.
O executivo diz que o desafio, de posse de um bigdata de tudo que é captado, é conseguir identificar, por exemplo, quando um aluno que tem baixo desempenho pode ser um candidato a abandonar o curso. No futuro, a instituição pretende usar recursos como reconhecimento facial ou por voz e outras ferramentas como os bots (robôs) para tarefas que a máquina pode auxiliar o aluno. O diretor espera que as tecnologias possam aumentar o nível de segurança, pois a sofisticação dos ataques cada vez fica maior.
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